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Entrevista

‘Não estou no palco pra ser modelo, sou minha alma, minha voz’, descreve Marília Mendonça

Por Aymée Francine

‘Não estou no palco pra ser modelo, sou minha alma, minha voz’, descreve Marília Mendonça
Foto: Reprodução / Instagram
Uma das maiores compositoras da nova música sertaneja no Brasil resolveu colocar a sua voz no mercado. Marília Mendonça vive atualmente o melhor momento de sua, ainda, curta carreira. Em 2015, a cantora gravou seu primeiro DVD – cinco anos após ser contratada pela Workshow, uma das maiores no ramo de empresariamento artístico do gênero, dos amigos e padrinhos, Henrique e Juliano. Hoje, o projeto está em sexto lugar entre os 10 álbuns mais baixados do iTunes, sendo destaque na plataforma pelo download do CD completo, e não apenas de dois ou três sucessos. Na Bahia, as músicas de Marília estão nas paradas de todas as rádios e seu primeiro show, em maio, gerou tanta repercussão que ela já tem data para voltar: no Salvador Fest, maior festa em termo de público e mídia do cenário baiano atual. Ao Bahia Notícias, Marília contou um pouco sobre sua carreira e sua representatividade no mundo masculino da música sertaneja. “Canto como uma mulher que é forte e sente que tudo pode acontecer, que não fica sofrendo calada”, descreveu. Confira!
 
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Marília, recentemente você esteve em Salvador, se apresentando pela primeira vez, e seu show foi um sucesso estrondoso. Você esperava essa recepção do público soteropolitano já em sua primeira apresentação?
Eu esperava uma recepção calorosa sim, sempre soube que estas pessoas são calorosas e educadas. Eu sentia também que pelas redes sociais meus fãs da região passaram a me acompanhar em tudo, então quando cheguei me emocionei, porque por mais que eu imaginasse a educação e simpatia eu me surpreendi com a quantidade de pessoas.
 
Agora, você foi confirmada para outro show, dessa vez no Salvador Fest – que é, hoje, a maior festa privada que acontece na cidade, já chegou a receber 100 mil pessoas e todo ano gera muita expectativa por parte do público. Como você se sente tendo esse reconhecimento por parte dos baianos?
Muito feliz, mas muito feliz mesmo! Em menos de um ano eu me sinto em casa por onde passo, e na Bahia não é diferente, é uma enorme responsabilidade pra mim, por isso quero sempre poder mostrar que sou uma pessoa normal, que estou do lado dos meus fãs e que quero merecer este carinho pra sempre!

Apesar de ser nova, você já compõe há algum tempo para alguns artistas e, agora, conseguiu ser sucesso através da sua voz. Qual a maior diferença entre ver as pessoas cantando uma música sua que foi sucesso na voz de outro cantor, e agora?
Agora eu tenho que chegar e assinar ao vivo, mostrar que ali sou eu, eu que canto e eu que escrevi. O orgulho é o mesmo, minhas músicas sendo interpretadas por mim ou por alguns amigos dá o mesmo orgulho, fico feliz demais por ver o público se identificando.
 
Apesar de existirem outras cantoras do segmento sertanejo no mercado há anos, é possível perceber um “boom” de sucessos, desde que Simone e Simaria ganharam um maior destaque, seguidas por você e por Maiara e Maraísa. Você se considera “porta-voz” da mulher nesse universo que sempre foi tão masculino?
Uma das, né? Como você mesmo disse, sou uma entre tantas outras colegas que estão aí no mercado trabalhando lindamente. Tem a Paula Mattos, a Naiara Azevedo e tantas outras. Estamos mostrando que temos vozes e falamos alto como os homens.
 
Qual a maior mensagem que você acredita que pode passar para seu público?
Que nada é impossível, esta é a mensagem principal. Vencer obstáculos, desrotular.
 

 
Alguns dos maiores comentários elogiosos sobre suas músicas, é que elas não colocam a mulher na posição de “submissa” ao amor e ao homem, mesmo tendo um teor muito romântico. Você concorda com isso? 
Eu nunca pensei em submissão ou não, eu escrevo o que sinto e canto como uma mulher que é forte e sente que tudo pode acontecer, que não fica sofrendo calada.
 
Você é goiana. Já ouviu falar nas festas de São João da Bahia? Você tem, ou já teve, costume de curtir esse período junino?
Sim, já ouvi, e muito bem! Estou ansiosa para participar destes famosos festejos juninos. Eu adoro, curto muito sim.
 
Esse ano você se apresenta no “Forró Sertão”, uma das maiores do interior do estado, e que acabou ganhando grande repercussão, esse ano, justamente por sua participação. O que o pessoal pode esperar de seu show?
Meu show é bem marcante porque eu canto as músicas do meu repertório e algumas outras, todo quente mesmo, músicas que falam de amor, de relacionamento, de bebida, músicas que falam pro povo.
 
O que você acha quando as pessoas te chamam de “Adele Brasileira” ou “Rainha da sofrência”?
Nossa! Quando ouvi isso fiquei todinha orgulhosa! Imagina? É muito prestigio, essa comparação é pra colocar qualquer pessoa pra cima, fico contente demais.

Aos 20 anos, você recentemente deu uma entrevista afirmando que disse aos consultores de imagem que não mudaria o seu jeito de ser ou aceitaria pressões sobre sua forma física, o que gerou muitos elogios de seu público. Você acredita que essa “pressão” é muito forte no mercado atual? Como você lida quando tentam te fazer mudar de opinião quanto ao assunto?
Pode até ser, mas eu não entro nessa pilha. Eu sou eu, essa é a Marília Mendonça e não estou no palco pra ser modelo, entrar na neura dos tais “padrões de beleza”, eu sou minha alma, minha voz, as pessoas gostam de mim e o mais importante, eu me amo como sou!
 
Com tanta correria, shows, entrevistas, compromissos, você acredita que consegue fazer tudo que deseja e ser a jovem de 20 anos que você imaginava que seria, por exemplo, quatro anos atrás?
Sim! Estou dando conta de fazer tudo, até mais do que eu imaginava ou do que eu faria caso não fosse a Marília Mendonça cantora / compositora. Eu vivo minha vida e não me privo de nada!
 

 
Qual são os próximos passos de sua carreira? Mais planos para Bahia e Nordeste?
Muitos planos, surpresas e já adianto que tem ligação com o Nordeste.