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Entrevista

Lançando carreira no NE, Edu Barreto e Rafael apostam no sertanejo pop e romântico

Por Aymée Francine

Lançando carreira no NE, Edu Barreto e Rafael apostam no sertanejo pop e romântico
Foto: Cláudia Cardozo / Bahia Notícias
Lançando carreira no Nordeste, Edu Barreto e Rafael querem trazer o pop para o sertanejo. A dupla de irmãos canta junto desde o ano 2000 e, agora, decidiram tentar inovar no universo do gênero que predomina nas baladas e shows brasileiros. "O sertanejo era muito ridicularizado antes. Os cantores sertanejos eram humilhados, qualquer um que aparecesse na televisão, era um pouco ridicularizado e virava piada. Eu acho que o tempo de Deus é assim, Ele mostra porque é Ele. As pessoas eram humilhadas e, hoje, o sertanejo é o ritmo musical que domina tudo no país", opinou Rafael sobre o ritmo que defende. Cinco anos mais novo que Edu, o baiano foi vencedor do programa Ídolos em 2008 e estava morando fora do estado até pouco tempo, quando resolveu aceitar o convite para o projeto e, de quebra, ficar junto da família soteropolitana. "Tudo começou com nossa mãe né? Ela sempre falou que Rafael ia ser meu parceiro, ele é mais novo do que eu, cinco anos. Ela sempre acreditou nisso", compartilhou o mais velho. Com a música de trabalho "Sua Mãe Deixa", a dupla contou ao Bahia Notícias os desejos para carreira e como o público vem recebendo o trabalho dos dois. Ainda mostraram um pouco do projeto, soltando a voz na redação. Veja: 
 
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Como a dupla surgiu? Qual a história de vocês dois cantando juntos?
RAFAEL: Bom, desde que eu me conheço por gente a gente canta junto. Eu só tenho a agradecer aos baianos. Porque eu sou baiano, mas a gente veio trazer o nosso projeto pra cá pro Nordeste agora, pra rodar todo o meio. Desde 2000 a gente vem cantando junto, agora estamos lançando um CD novo. Tem muita surpresa, a gente quer mostrar nosso trabalho no cenário sertanejo pop.
EDU: Esse projeto já vem desde o ano 2000, e tudo começou com nossa mãe né? Ela sempre falou que Rafael ia ser meu parceiro, ele é mais novo do que eu, cinco anos. Ela sempre acreditou nisso... Ela e um tio da gente, Jaime Nobre. Esse acreditar de nossa mãe fez com que nascesse essa grande vontade de caminhar juntos e a partir daí seguimos.
 
Como foi o retorno de vocês a Salvador? Porque trabalhar com a música no nordeste?
RAFAEL: Nós somos baiano, soteropolitanos, né? Morei em Brasília, São Paulo. Eu tava fora e aí a gente se reencontrou, que minha família é toda daqui, e surgiu essa proposta de trabalhar o nordeste e eu falei ‘tamo junto’. Sempre sonhei em poder trabalhar próximo a minha família, e então agarrei isso com unhas e dentes.
 

 
O sertanejo sempre foi um desejo?
RAFAEL: A gente sempre foi pop. Tanto eu quanto meu irmão. E como o sertanejo hoje nos dá condições a mostrar nossa vertente, já que existe ‘sertanejo-arrocha’, ‘sertanejo-axé’, ‘sertanejo-raiz’, e o ‘sertanejo-pop’. Que a gente consegue transpor um pouco da nossa veia, que é pop, dentro do sertanejo. Que não é mais um sertanejo, né? Ele é muito eclético. 
EDU: Eu acredito que a gente tá trazendo algo diferente. A dicção é outra... a gente canta com nossa dicção pop, e não com a dicção sertaneja. Então, assim, com os elementos musicais sertanejos, e trazendo essa linguagem pop pro gênero. Porque a gente cresceu ouvindo Marvin Gaves, Lionel Ritchie, Diana Ross, Roupa Nova, Michal Jackson, Steve Wonder – essa foi a nossa escola musical. Esse lado pop que a gente trás pro sertanejo eu acredito que é algo totalmente inovador, humildemente falando.
 
Como vocês pretendem agradar e conquistar o público do Nordeste?
RAFAEL: Tudo com verdade, sabedoria, Deus no coração... O resto se concretiza naturalmente. Não é algo forçado, é algo novo, é algo nosso. O amor que a gente transpõe em cada canção que a gente faz. Por exemplo, a gente fez um show aqui agora que eu fiquei impressionado e o Edu, a mesma coisa. Porque a gente cantava nossas músicas e no segundo refrão a galera já estava acompanhando, mesmo sem conhecer. E foi muito gostoso, porque ainda não entrou na rádio, tá começando agora. Foi gratificante saber que a galera tá abraçando realmente nosso trabalho com carinho.
 
A música ‘A Sua Mãe Deixa’ tem alguma referencia a música da Vingadora? Isso ajudou vocês?
EDU: Na verdade, essa canção é do Rafinha e do Flavinho Cadete. Eles tinham feito há muito tempo, mas ninguém tinha abraçado pra cantar. Aí, quando a gente pegou e foi fazer os arranjos, já tinha sido lançada a da Vingadora. Mas são músicas completamente diferentes, eu acho que não choca. Não interfere e nem tem uma forma de ajudar, porque a linguagem é muito diferente. A gente gosta muito dela, porque a gente fica muito feliz quando vemos uma pessoa que rala muito, sobe e tá alí, conquistando o espaço dela. Eu sou muito feliz com o que está acontecendo na vida de Thaís.
 

 
Os artistas locais de sertanejo tem mais espaço pra crescer por conta do avanço do cenário sertanejo?
RAFAEL: Na verdade, o sertanejo era muito ridicularizado antes. Os cantores sertanejos eram humilhados, qualquer um que aparecesse na televisão, era um pouco ridicularizado e virava piada. Eu acho que o tempo de Deus é assim, Ele mostra porque é Ele. As pessoas eram humilhadas e, hoje, o sertanejo é o ritmo musical que domina tudo no país. Eu tô falando isso porque acompanhei muito, durante minha adolescência, quando os outros artistas davam entrevistas, se portavam num posicionamento de superioridade, sabe? Eu já vi um grande artista falar ‘Eu não suporto sertanejo, é muito ruim’, e hoje tá correndo atrás porque tá vendo todo mundo fazer sucesso.
EDU: O mundo é sertanejo né. Então assim, mesmo que existam milhares de bandas no cenário local, mas se não tiver uma produtora bacana, um empresário legal, investimento, um hit, um produto final bom, não tem jeito. Vai ficar girando, girando, girando e nunca sair do lugar. Não tem magia pra fazer sucesso, não tem fórmula. Não tem jeito, tem que focar em tudo isso aí. Nossa música de trabalho é muito forte, é um hit, mas se não tiver as outras coisas, é uma música forte que fica dentro do quarto.
 
Vocês conhecem os compositores baianos que fazem sucesso no sertanejo? Tem canções deles no currículo?
RAFAEL: Sim, com certeza. O Escandurras e o Tierry mostraram músicas pra gente. Não entrou nesse disco agora, porque já tínhamos escolhido músicas de outros compositores, que também compõem pros caras lá fora, Jorge e Mateus, Henrique e Juliano, Bruno e Marrone... A música ‘Sua Mãe Deixa’ é de dois compositores que compõem pra eles também. E a gente escreve também, algumas são nossas.
EDU: O CD que temos aí são seis faixas, que fizemos pra sentir como seria, pra divulgar pra contratante um pouco de internet. Vamos gravar um ‘Ao Vivo’ agora.
  
Vocês tem uma referência? Algum ídolo no universo sertanejo...
RAFAEL: Eu, particularmente, gosto muito do Marcos e Belluti. Me identifico muito. Não falando que não gosto dos outros, mas pra mim eles são muito bons, me identifico demais. Eles têm uma linha que você escuta e sente, de verdade. 
 
Hoje a gente encontra artistas de sertanejo que cantam músicas exclusivamente românticas e outras que misturam a balada com o romantismo. Vocês se encaixam em algum desses “lados”?
RAFAEL: A gente teve muito cuidado em escolher o nosso repertório porque a gente não queria falar de mulherada, bebida. A gente gosta desse lado pop, romântico. Não podemos falar de algo que a gente não compartilha.
EDU: A gente não podia vender algo que a gente não faz. A gente não bebe, eu vou falar de copo de whisky? Por exemplo, essa música de trabalho da gente, tinha uma frase que falava de cerveja, e quando aceitamos fazer, pedimos pra trocar por sobremesa. Não perdia nada na música e era mais a nossa verdade.
 
O trabalho de vocês tem muito da personalidade de cada um, então, né?
EDU: Acredito que sim, porque alguns fãs que a gente tem aqui em Salvador já imaginavam que faríamos algo diferente. Tem um momento do show que é bem diferente, em que eu toco bateria e canto e Rafael toca violão e canta. Então a gente vai lá pra frente e toca algumas canções que não fazem tanto parte do lado sertanejo, algumas internacionais e outras românticas.

 
Como tá a receptividade do público com vocês?
RAFAEL: Rapaz, o show que a gente fez aqui parecia até que a gente tinha ido semana passada pra Hollywood e tal. 
EDU: Teve uma garota que veio falar com a gente emocionada e tal, a gente achou que ela era fã da gente de antes. Aí ela disse que era a primeira vez que nos via e tinha virado fã. E aí surgiram perfis de fãs no Instagram, Face, fã-clube. Mas quem tá de fora não entende, porque assim. Quando a gente faz uma canção, que a gente quer expressar o nosso maior sentimento com a nossa voz, aquilo entra no ouvido da fã e domina todo o pensamento e sentimento dela. E ela vir até a gente é um reconhecimento, porque é a emoção, né?
 
Hoje, vocês já conseguem definir um público que seria o de vocês?
A gente não quer atingir grupos de públicos. A gente quer atingir o filho, e os pais. Queremos todo mundo. A gente só se preocupa com a bebida, porque o artista é referencia.