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Entrevista

'O ritmo mais rico que a Bahia tem é o pagode', diz Katê

Por Aymée Francine

'O ritmo mais rico que a Bahia tem é o pagode', diz Katê
Foto: Alexandre Galvão / Bahia Notícias
A baiana Katê lançou, na última terça-feira (28), seu primeiro trabalho audiovisual: um DVD composto por seis clipes das canções de seu EP 'Cola Comigo'. No pagode desde 2014, após deixar a banda de axé VoaDois, a cantora esteve no Bahia Notícias e falou um pouco sobre o lançamento, sua história, a música da Bahia e deu sua visão para fato do sertanejo estar mais em evidência do que os artistas da música baiana. "As músicas que eles gravam são da Bahia. O arrocha é da Bahia, o forró a mesma coisa. Hoje eu digo que o ritmo mais rico que a Bahia tem é o pagode, porque ele é o ritmo que é usado no forró, no sertanejo e inclusive na arrochadeira. Cê entendeu? Então, como é que pode existir uma crise da música baiana? Eu entendo que há uma saturação. Porque eu sou formada em publicidade, e a gente sabe que o público quer novidade o tempo todo. Se a gente não coloca novidade na prateleira pra que as pessoas vejam e possam comprar, elas vão em busca da novidade", disse. Katê também destacou sua amizade com nomes do estado em cenário nacional, como Xanddy e Claudia Leitte. Confira a entrevista completa!


Você está lançando seu primeiro trabalho audiovisual, que também é seu primeiro álbum em carreira solo. Por que seis músicas e seis clipes?
Na verdade é uma proposta diferente, porque normalmente não se faz um DVD de um EP. E aí, como eu tava lançando meu primeiro CD solo, e como os fãs pedem muito – eles querem ver como foi feito, making of, essas coisas – eu resolvi fazer um DVD do EP, com Making Of. Xanddy participa, eu fiz uma gravação lá no estúdio dele. É um DVD do EP. [Confira o DVD Completo abaixo]
 
 
Como surgiu a ideia do formato do DVD e um EP? 
Já tem um ano e meio que eu tenho esse desejo. Primeiro de lançar o meu CD solo, segundo de ter um material bacana audiovisual que represente o meu trabalho, que é bem recente. Eu lancei, no verão, minha primeira música de trabalho, com a participação de Saulo, a ‘Pega Visão’, e foi bem bacana a resposta. Inclusive até hoje eu recebo muitas mensagens, tatuagens que as pessoas fazem com as mensagens da música, é bem legal. Eu até tatuei também, depois que eu vi uns quatro tatuarem, eu fiz também. É uma música minha, bem forte e que eu gosto muito. Até colocamos no DVD uma parte desse processo, eu me tatuando e tal. Enfim, já tem um ano e meio que eu tenho esse desejo de gravar isso. A gente conseguiu agora, graças a Deus e a alguns parceiros queridos, inclusive Xanddy, que me emprestou o estúdio dele – que é lindo, o estúdio novo dele. Nós fizemos um clipe romântico, da balada que tem no EP, ‘Se for contigo é bom’, ficou bem bacana. E assim, nada surge de uma hora pra outra, né? Todas as músicas são composições minhas, que eu venho compondo há um tempo. E eu, ainda esse ano, tenho um desejo de lançar um DVD de show. A gente vai fazer agora uma festa bem grande em Aracajú, que é o ‘Swinga Aracaju’... Pode ser que até o final do ano a gente lance também um de show. Mas agora a gente tá lançando esse e tá muito bacana.
 
Ed City é um cantor que se destaca por defender, em suas canções, os seus ideais, defender o povo. Como surgiu a parceria entre vocês?
Ed City é um amigo querido. Eu admiro muito ele, a pessoa, além do cantor. Eu gosto muito do trabalho que ele faz desde o início, desde o Fantasmão; eu tenho uma amizade com ele, além do trabalho também. Nossa música chama ‘A minha verdade’, fala um pouco da minha verdade e da dele. Do que a gente gosta de passar pro povo de mensagem, assim como ‘Pega Visão’ é uma música que passa uma mensagem bacana pro povo. Essa minha música com Ed City passa também e de uma forma mais alegre ainda. E por isso que eu quis convidá-lo, porque além de eu amar a pessoa, eu acredito nos ideais que ele defende, além da voz maravilhosa, que eu sou fã.
 
Desde que você se lançou em carreira solo, em 2014, você levanta a bandeira da mulher no pagode, como cantora do ritmo. Como vem sendo a aceitação do público com você?
As pessoas sempre falam sobre isso. Xanddy até falou que tava muito feliz porque ele conheceu o trabalho novo e ele viu que era uma coisa bacana, que não seguia pela linha do pagode que, vamos dizer, é moda hoje na Bahia; e que tava muito feliz, que é moderno, é ousado e tal. Sempre me perguntam sobre isso. A verdade é a seguinte: eu comecei cantando pagode. Antes do Voa Dois eu cantava pagode. O pagode e o samba eles fazem parte, não só da minha vida, mas acredito que de todos os baianos, né? Eu nasci aqui, amo a música da Bahia, e o pagode sempre me influenciou e sempre esteve presente na minha vida, inclusive na minha primeira banda, que era de pagode. Isso quando eu comecei a cantar, com 15 anos. Quando eu fui pra Penta, eles sabiam disso. Ao longo desses cinco anos no Voa Dois eles sabiam que para eu me realizar 100% no show tinha que fazer o ‘Padogão da Katêzinha’. Então todos os CDs do Voa Dois que a gente gravava, os promocionais, sempre tinham o meu pagode. É uma coisa muito presente e mim, não é a toa que eu sou muito amiga de todos os pagodeiros, os cantores de pagode, a galera do meio, sempre fui. Em 2012, quando eu fui pra um arrastão lá na Liberdade, com Kannário, que ainda era A Bronkka, ele brincou ‘Você é a princesa do gueto’, eles sempre me chamavam assim. Porque é uma coisa que está presente em mim, independente da preocupação de não ter uma outra cantora que cante pagode e faça isso, é a minha verdade. Faria naturalmente, como eu estou fazendo. A minha primeira resposta do público foi no réveillon. Uma no Réveillon de Salvador, no dia 30, lá na Cairu; e fiz o Réveillon do Subúrbio, dia 31, com Claudinha, lá no Subúrbio. Foram dois shows pra mais de 100 mil pessoas, públicos diferentes, mas de Salvador, né? E a resposta foi maravilhosa. Eu não esperava, foi mais do que eu imaginei a resposta do gueto comigo. Eu fiquei muito feliz, porque é difícil isso. Não tem uma mulher. Talvez assim, o fato de eu ter sido criada com eles, o fato de eu amar verdadeiramente o pagode, o fato de minha voz ser grave, imponente, não sei. Acho que isso pode ter influência, né? Eu sou uma pessoa que tenho natureza forte e tal, talvez isso no comando da massa, tenha uma influência fundamental para que as pessoas respeitem e até admirem. E como eu não faço esse pagode de dancinha, baixaria, faço um que dá a ideia, dá a mensagem pro povo do gueto, eles se identificam. Entendem a mensagem na hora. É um conjunto de fatores que estão me ajudando. A aceitação tem sido maravilhosa.
 
Você e Claudia Leitte são muito amigas, né? Será que não há uma possibilidade de parceria entre vocês?
Sim, inclusive nesse DVD a gente tinha combinado que ia gravar uma música juntas, só que Claudinha foi pro exterior e enquanto eu tava gravando, acho que era o primeiro mês dela lá. E a gente não conseguiu, porque não ia adiantar ela só gravar. Ela até pensou em gravar só a voz lá, só que precisaria de imagens também, e ela lá, a gente não conseguiu. Mas a gente vai gravar em breve, os fãs pedem muito.
 
Quando você iniciou a carreira no Voa Dois surgiram muitos comentários comparativos as cantoras de sucesso. Hoje isso ainda existe? Como você reage a essas coisas?
No início, as pessoas dizem que sua voz parece. Até com Daniela Mercury já disseram que minha voz parecia. Mas eu entendo que é normal que quando a pessoa não conhece o trabalho de alguém, ela busca uma referencia. Quando eu tô na rádio que algum cantor canta e eu não sei quem é, eu penso ‘parece com fulaninho. Mas não é, quem será?’. Então essa coisa de buscar uma referência é a coisa mais normal do mundo. Principalmente porque a gente também busca uma referencia no início da carreira.  Eu acredito que uma grande referencia na minha carreira e, acredito de todas as artistas da minha geração, é Ivete Sangalo, que é artista de uma geração antes da gente e é a maior artista do Brasil e que a gente admira e se espelha. Assim como, quando eu tinha sete anos e Daniela Mercury surgiu e era uma grande referencia. A gente usava as roupas iguais as de Daniela, eu dançava igual à Daniela. Então, Ivete foi a minha última referência antes de eu me tornar cantora. Eu tenho essa referencia profissional, mas as pessoas nunca acharam que eu a imitava. Sempre acham que a voz parece, a voz é grave, lembra ela. A gente até já brincou com isso porque, sabe, a minha médica, otorrino, é amiga da dela, e ela me disse ‘Eu vi sua prega vocal, é igual a minha’, porque tem o exame que filma né? E é igual a minha. Então tem a semelhança, até a questão da altura, formato de rosto, tudo isso ajuda na formação da voz. Mas nunca acharam que eu a imitava, e nunca existiu essa intenção. Principalmente agora, com a mudança de estilo, que desvencilhou completamente. Mas eu fico feliz né? Porque é a maior artista do Brasil, tem uma voz linda, então é um elogio, né?
 
Você conhece ‘A Vingadora’? Ela também surge num meio musical masculino, que é a arrochadeira, levantando a bandeira feminina, só que com um discurso muito diferente do que você traz. Como você enxerga isso? Acha que pode ser considerado feminismo essa proposta de dominação?
Eu tenho uma música chamada ‘Top da parada’, que eu passo uma mensagem pras mulheres. Eu brinco ‘amiga me fale, como é que você consegue amar assim? Alguém que só te faz sofrer. Não come, não chora’, etc. Eu dou uma ideia, como se fosse uma amiga, como se eu tivesse conversando com uma amiga – porque eu fiz essa música quando eu tinha duas amigas sofrendo muito, e eu sou a amiga conselheira, eu digo ‘que nada, bote pra lenhar, saia dessa’. Eu não tenho muito esse perfil de ficar sofrendo por causa de uma relação, e eu normalmente dou esses conselhos. E aí tinha duas amigas juntas sofrendo e eu disse, ‘peraê’ e aí fui fazer uma música pra elas. É uma forma de representar as mulheres, de tentar fazer elas se valorizarem. Acima de qualquer coisa, primeiro a gente, a gente e precisa se amar. Eu passo isso na música. A Vingadora passa de outra forma, mas é também representando as mulheres. Talvez em um outro momento, porque ela fala de uma dancinha que a galera vai estar curtindo no paredão, dançando. E minha música, a mulher vai estar ouvindo em casa e pensando ‘é verdade Katê, é isso aí. Vou sair dessa’. Mas da mesma forma, eu gostaria de representar as mulheres no meu trabalho, por isso que eu comecei a compor nessa linha, eu acho importante. Do mesmo jeito que eu faço ‘Pega a Visão’, por povo do gueto que trabalha e quer vencer na vida, eu também falo com as mulheres.
 
 
Para o fim de 2015, a proposta é continuar a divulgação do EP?
A gente vai lançar a turnê ‘Cola Comigo’, e esse final de semana a gente vai estar em Aracajú, Maceió, Interior da Bahia, volta pra Aracajú, segue a agenda de shows. Acabamos de montar o novo show, quero aproveitar daqui a uns três meses, quando tiver bem groovada, pra fazer a gravação desse DVD.
 
Após o carnaval, você foi indicada, pela segunda vez, para a categoria ‘Cantora revelação’ do Troféu Dodô & Osmar. Você ficou surpresa com essa segunda indicação? Porque acha que aconteceu já que já havia ganhado anteriormente?
Eu tomei um susto, porque eu não esperava, já que não pode uma mesma pessoa levar duas vezes esse prêmio. Mas eu fiquei muito feliz porque eles entenderam a mudança. A artista Katê do Voa Dois era uma artista completamente diferente da de hoje. Eu estava aprendendo a cantar, tava começando a compor, sabe? Meu coração já sabia o que queria, mas ao longo da estrada a gente aprendendo, vai tendo mais certeza do que a gente quer como artista, do que quer passar. Eu tenho um desejo de construir uma carreira e sempre converso com amigos meus, principalmente os que estão começando, que o artista precisa saber o que quer. Eu tenho o desejo de construir uma carreira sólida, por isso sempre estou gravando alguma coisa e compondo muito. 
 
Como uma cantora que já foi do axé, e hoje defende um outro ritmo baiano, acredita que a música daqui está em crise de verdade? Vê os novos artistas como uma possibilidade de mudança? Onde o pagode pode entrar nisso?
Eu li a entrevista de Gil. A que ela fez agora com vocês do Bahia Notícias, que falava sobre isso. E ela citou, inclusive, Pernambuco, eu acho muito importante. O que ela falou dos turistas chegarem aqui e encontrarem a música baiana. Pra mim é fundamental, e eles não encontram. Quer dizer, independente do momento que a gente esteja vivendo, isso é uma característica nossa cultural, que não pode ser perdida. Outro dia eu fui passear no Farol da Barra, estava tocando MPB, sertanejo, e eu disse ‘Sim, cadê a Bahia?’ Não tinha a Bahia, num ponto turístico como o Farol da Barra e que tava lotado de turistas no dia. Eu senti falta disso. Eu acho importante ter, como ela citou Fortaleza, mesmo, que tem uma casa de show lá que tem humor todos os dias, tem a música deles, a nossa, todos os dias. Eu acho engraçado falar de crise, porque o Brasil ama a música da Bahia. Ama tanto que o sertanejo utiliza os nossos bordões, o nosso formato de festa, os nossos compositores – que até estão indo morar lá. As músicas que eles gravam são da Bahia. O arrocha é da Bahia, o forró a mesma coisa. Hoje eu digo que o ritmo mais rico que a Bahia tem é o pagode, porque ele é o ritmo que é usado no forró, no sertanejo e inclusive na arrochadeira. Cê entendeu? Então, como é que pode existir uma crise da música baiana? Eu entendo que há uma saturação. Porque eu sou formada em publicidade, e a gente sabe que o público quer novidade o tempo todo. Se a gente não coloca novidade na prateleira pra que as pessoas vejam e possam comprar, elas vão em busca da novidade. Então se a Bahia não apresenta uma novidade, apresenta as mesmas coisas na prateleira há vinte, trinta anos numa prateleira, eles vão atrás da novidade. Se o sertanejo vem com novidades, de forma inteligente e bacana, unindo o melhor da Bahia com o melhor deles e trazendo milhares de artistas novos... Ótimo, vão consumir. Eles fazem um trabalho muito atual. Eles conseguem acompanhar a cabeça, a forma como o jovem se comporta hoje. Como gosta de consumir. A formatação de festa hoje, que é extremamente ligada a bebida, ao open bar, e que não era há 20/30 anos atrás quando o axé surgiu veio daí. Você entende? Eles são muito inteligentes. Ninguém consegue ficar 30 anos em evidencia. Isso é normal, oscilação de mercado. Mas eu acho que a gente tem que estar sempre aprendendo com o melhor de cada um e trazer isso pra nossa vida, nosso trabalho. Acho importante que os artistas da Bahia que estão, hoje, a nível nacional, abracem de uma forma mais forte os artistas que estão vindo. Eu posso citar Belo, que tem feito com Ju Moraes um trabalho incrível – ele é padrinho de Ju e leva ela em vários programas nacionais. Claudinha me levou no Vídeo Show, ano passado, e foi impressionante a quantidade de mensagens que eu recebi. A televisão nacional tem um poder enorme. Volta e meia Claudinha me dá uma força. Xanddy, do Harmonia, que é meu amigo querido, também. É importante. Não é fácil o artista conseguir uma projeção nacional. Eu acho que, como eu lhe disse, talento tem de sobra. A matéria prima é daqui. Não existe um estado mais rico culturalmente, eu tenho que defender minha terra, né? Mas musicalmente, eu posso citar diversos estilos que fazem parte da história do Brasil, desde o tropicalismo, Raul Seixas é baiano. Gilberto Gil, Caetano, Maria Bethânia, é tanta gente. Pitty, no rock atual. São da Bahia, a Bahia não é só axé, a música daqui é muito forte, é história. A gente precisa continuar com isso, precisa de uma força maior. Precisa dos artistas que hoje, depois de ralarem vinte, trinta anos, conseguiram se estabilizar e são conhecidos, sucesso no Brasil. Os jovens não vão conseguir isso sozinhos, já que hoje os holofotes não estão todos virados pra Bahia. Porque, no momento que estavam, tudo ficava mais fácil, tudo que surgia aqui estava em evidência. Como a gente não vive esse momento hoje, pode ser que daqui a seis meses tudo mude, a gente precisa de ajuda e de união. A união é fundamental pra tudo.
 
 
Você começou a cantar aos 14 anos. Como você enxerga o momento atual da sua carreira, lembrando do que sonhava ser àquela época e o que espera para si no futuro?
Quando eu comecei com 14 anos, eu sonhava em cantar. Eu não era compositora. Hoje eu acho que o maior presente que eu tenho na minha carreira é a composição. Acho que uma artista que compõe no seu trabalho, ele consegue ter uma carreira longínqua e consegue ter uma verdade no seu trabalho que pra mim é o principal. Agora o Harmonia do Samba gravou o CD novo deles e tem uma composição minha, que Xanddy pediu pra que eu composse pro Harmonia. Então foi um presentão pra mim, porque eu sou fã dos meninos, amo Xanddy. Ele entrou em parceria comigo na composição, chama ‘É o Harmonia’, ele disse que é o novo hino da banda, vão lançar agora. Eu fiquei muito feliz com esse presente porque eu amo cantar, mas eu amo compor. Com 14 anos eu não era compositora, estava aprendendo a compor. Eu sonhava em ser uma cantora, talvez eu tivesse uma cabeça um pouquinho diferente. Hoje, eu acho que tô no momento certo, na hora certa, caminho certo, construindo da forma que eu acho que tem que ser. Com raiz, com verdade, com base pra qualquer carreira que tenha o desejo de ser longa. Acho que tô na hora certa, fazendo tudo de forma certa. Passei pelo Voa Dois, durante cinco anos, tenho uma relação maravilhosa com os meninos da Penta, de gratidão também – porque eles iniciaram minha carreira, eu não tive a fase dos barzinhos. Então eu sempre conversei com eles sobre isso, acho muito bacana o projeto Voa Dois, mas como cantora e compositora, eu tinha o desejo de construir a minha carreira com a verdade que eu falo que a composição traz e que, em dupla, e com uma carreira com tantos sócios, tanta gente gerindo, é difícil de fazer. O principal é a intuição. Acho que a gente precisa respeitar e ouvir isso, eu acho que estou seguindo o caminho certo, tô muito feliz com meu momento.