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Entrevista

'Ninguém vende alegria como a gente', diz Felipe Pezzoni sobre axé music

Por Júlia Belas

'Ninguém vende alegria como a gente', diz Felipe Pezzoni sobre axé music
O cantor Felipe Pezzoni assumiu os vocais do Eva após a saída de Saulo Fernandes do grupo, em 2013. Depois de quase dois anos à frente de uma das principais bandas baianas, o cantor falou com o Bahia Notícias sobre os planos para o futuro, as comemorações dos 30 anos de axé music e a paternidade. "Em 2014, a gente fez um trabalho significativo fora da Bahia. Acabamos tocando menos aqui do que eu gostaria, mas foi uma questão de demanda", disse ao BN sobre o sucesso que o grupo tem feito fora do estado. Veja a entrevista completa:



Fotos: Divulgação / Banda Eva


Como está a preparação para o Carnaval? Como está a agenda da Banda Eva para esse período?
 
Estou em ritmo de preparação total, tanto fisicamente quanto mentalmente. E claro que estou ansioso, né? A gente faz o Carnavio na quinta-feira de Carnaval, em alto mar. Já na sexta vamos para o Nu Outro com o mesmo esquema do ano passado, dividindo o tempo do trio com o DJ Pete Tha Zouk na Barra. No sábado, a gente faz show no Carnaval de Muzambinho, em Minas Gerais. Domingo a gente volta, faz o Eva na Barra-Ondina e segunda no Campo Grande. Na terça a gente encerra com a Pipoca do Eva.
 
E a Pipoca do Eva é um projeto que foi muito bem aceito desde o início. Como você vê esse sucesso?
 
Acho muito legal poder proporcionar para a galera da pipoca um show mais à vontade. Levamos convidados e fizemos uma grande festa ano passado, convidei vários artistas dessa nova geração do axé. Para 2015, a gente ainda não definiu os convidados, mas pensamos em vários nomes. É um projeto que a gente adora fazer.
 
A música "Feminina" é a aposta de vocês para o verão e é uma composição do [Vinícius] D'Black. Como foi lançar essa parceria?
 
A gente queria fazer uma música que exaltasse a mulher brasileira na sua forma geral, com todas as suas qualidades. Então resolvemos fazer uma música que exaltasse a beleza feminina, a autoestima, isso tudo. Em uma conversa durante um evento em Canela (RS), estávamos com o D'Black e resolvemos fazer. Ele acabou fazendo sozinho, mas a gente adorou a música, ficou bem o que a gente queria, e está funcionando muito bem.
 
E aqui na Bahia nós temos exemplos vivos de músicas que exaltaram a beleza feminina e deram certo, como "Mulher Brasileira" do Psirico. Existe essa comparação?
 
Eu acho que é válido qualquer tipo de exaltação. Exaltar a mulher linda, independentemente da forma como você faz isso. Nosso estilo mesmo, nossa verdade musical, exaltando de uma maneira mais sutil, mais gostosa... No sentido de que é a nossa maneira de dizer que a mulher é linda, que ela tem beleza e atitude.
 
Agora, no fim do mês, vocês vão fazer o único ensaio mesmo para o Carnaval, no Eva Convida. Além de Léo Santana e Durval, vocês pensam em levar mais alguma parceria para o palco?
 
Pode surgir mais alguém, mas o Léo e o Durval já são convidados de peso. Durval, pela generosidade, pelo cara que ele é. Léo também é um grande cara, um grande artista e a gente tem feito coisas juntos, participei do ensaio dele. Pode ter certeza que vem coisa boa.
 
E para o Carnaval, como está a expectativa de vocês sobre a reação do público?
 
Acabou aquele medo da estreia. Em 2014, a gente fez um trabalho significativo fora da Bahia. Acabamos tocando menos aqui do que eu gostaria, mas foi uma questão de demanda. Gostaria de tocar mais na nossa terra, aqui em Salvador, na Bahia toda. Eu tenho percebido que, com o tempo, esse quadro vai mudando. O que a gente tem feito fora repercute bastante aqui e vai repercutir no nosso Carnaval. Agora a gente está rodando muito por São Paulo, Rio e capitais que têm uma grande demanda de Carnaval, e eu tenho sentido uma resposta bacana. Até porque a pessoa pode curtir um show em outro lugar, outra micareta, por conta dessas viagens, e vir passar o Carnaval com a gente. É um saldo positivo ao longo desses dois anos de trabalho. É um trabalho de formiguinha mesmo, a gente cativa o público aos poucos.

Foto: Reprodução / Instagram
 
Você já falou uma vez que Ivete Sangalo é a sua principal referência na música. Quais outros artistas você diria que influenciam o seu trabalho?
 
Todos os artistas que passaram pelo Eva foram referência para essa nova geração. O Eva é uma escola memso. Saulo, Ivete, Ricardo Chaves, Carlinhos Brown, todos são uma grande referência. Durval, Claudinha, todos do axé e gente de fora, de outros segmentos que a gente admira. É muita coisa. As nossas referências vão de música gospel a Ed Motta, Fábio Jr., Caetano, Gilberto Gil, Marisa Monte...
 
Você falou sobre a quantidade de shows que vocês fazem fora da Bahia. Em um ano comemorativo para o axé music, como você vê essa expansão do sucesso fora do estado e uma diminuição aqui na Bahia?
 
As pessoas falam que o axé está em baixa, mas eu não vejo isso. A gente vive em um momento que o sertanejo está forte, mas é um movimento cíclico. A gente está em um ponto de transição e essas mudanças que acontecem agora, com troca de cantores, novas caras... A gente só vai conseguir ter a dimensão do que está acontecendo no mercado a longo prazo. Não podemos falar nada agora, mas essa mudança de cara do mercado do axé vai repercutir lá na frente. Fora da Bahia, a gente é muito bem recebido e só o axé vende alegria. Ninguém vende alegria como a gente. O pessoal contrata para as formaturas, quer extravasar, quer curtir. O axé e o pagode vendem a alegria. Duas das maiores artistas do país cantam axé, que são Claudinha e Ivete. Eu não vejo a gente em um momento tão ruim.
 
Para finalizar, você pode falar sobre os seus projetos para 2015? Além da paternidade, já que o seu primeiro filho está a caminho, o que mais você planeja?
 
Eu não fico pensando muito lá na frente não. Tem muitos projetos bacanas, projetos musicais diferentes de tudo o que está rolando. Sobre a paternidade, eu estou curtindo cada segundo, ansioso para pegar meu filho nos braços. Sempre foi um sonho. Com relação à música, a gente quer continuar rodando como está rodando, conquistando o público aos pouquinhos. Eu queria fazer com que a nossa música pudesse chegar cada vez mais longe e pudesse fazer parte da vida das pessoas. A gente já marcou a vida de muita gente e só quer continuar.