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Entrevista

Ildázio Jr. critica empresários do axé, fala sobre Carnaval e detalha o Réveillon Simplesmente Luxo

Por Rafael Albuquerque e Lucas Cunha

Ildázio Jr. critica empresários do axé, fala sobre Carnaval e detalha o Réveillon Simplesmente Luxo
Foto: Divulgação

Qual é a sua avaliação, em termo de música, para o carnaval 2015? O que você percebe que está tocando e que é bom pro carnaval?
O carnaval hoje ficou baseado no modelo de negócio banda, e não no modelo de negócio de entretenimento, como um todo, e daí surgirem muitas coisas, várias emanações de artes com música sendo uma delas. Se você prestar atenção, o carnaval é feito de várias artes plásticas, desde decoração, todo tipo de criação possível. As pessoas se enfeitam, as pessoas viram verdadeiras obras de arte. Então, a partir do momento que virou esse pandemônio e essa loucura de apostar só em banda, cara, eu acho que sobre esse aspecto o carnaval está muito ruim.  É a única coisa que posso dizer. É a morte da cultura. Uma falta de responsabilidade absurda em se dividir concretude e fantasia, grana e cultura. Grana em cima de um modelo de negócio completamente agressivo que é vender show. Não se enganem vocês, todas as bandas subiam no trio no carnaval vendendo show, é lógico que mascarados sob aquela coisa de amamos carnaval, ‘we are carnaval, we are Bahia’. A partir de 2000 em diante, quando nego viu que o negócio era bom demais de grana, acho que nenhuma indústria de entretenimento no Brasil, desde que Cabral chegou aqui, rendeu tantas possibilidades de fazer grana quanto o axé. Micarê isso, carna isso,Trivela, milhões de possibilidades de ganhar grana. Teve gente ai que teve banda, teve bloco, agência de turismo, rádio. Então acho que o carnaval a partir dessa premissa é o carnaval de Pablo, é o carnaval mais uma vez de Aviões do Forró, de um grande DJ, mas o resto está tudo destroçado. Ivete faz o carnaval ai, Saulo ta ai, mas acho que está tudo morno, morno com uma tendência a frio.

E por que você fala dessa ruptura de 2000 pra cá?
Porque parou de produzir arte e música. Qual é a música que se produziu de 2000 pra cá? Você vai pensando, foi um ou outro, mas não teve um volume maior.

Tem algum marco dessa quebra de 2000 pra cá?
A marca é o modelo de negócio banda. Por exemplo, começa vir, acho que foi Misael Tavaes que inventou outra coisa horrível, a chamada fila. Ai desceu-se pra Barra a fila e essa fila hoje... A reunião do Concar agora foi uma cacetada por causa de fila. Quer dizer, o carnaval não é mais um carnaval. Como é que você tem um Conselho do Carnaval, referendado por uma prefeitura, onde quem manda são donos de bloco? Eles têm que ser conselho do carnaval dos blocos privados. E o Conselho do Carnaval tem que ser formado por pessoas da faculdade de artes plásticas, de artes cênicas, artes musicais, gente do bloco afro, mas do bloco afro que precisa, gente do bloco de travestido que está ali. Você tem que criar uma secretaria para não deixar esses caras morrerem, porque nego acha que eu quero que nego se lenhe, mas não é isso. Eu acho que eles são empresários como outros quaisquer, que precisam sim de ajuda da prefeitura, pra que eles invistam na cidade e possam ter retorno. Será que nego achava que Bel nunca ia parar? Será que nego acha que Durval nunca ia cansar, que Ivete não vai cansar? Por que não permitiram se renovar, por que quiseram tomar conta de tudo e não deixaram a renovação natural acontecer? Ai ficaram naquelas maluquices, pimenta não sei o que, aquelas bandas todas, acabou. Então, assim, acho que a partir do momento em que começaram a se vender show... Por favor, tem que vender show de 200 milhões, mas não pode deixar de ter compromisso... Tem um cara chamado Luis Mendes, hoje executivo de Luis Eduardo Magalhães, que fez o camarote Salvador junto com outras pessoas, me falou a maior descrição do Axé e sempre cito as fontes. Ele falou, ‘Ildázio, o Axé é uma floresta que foi toda devastada e cortada e ninguém plantou uma árvore no reflorestamento. Tem que começar a plantar, mas se plantar agora vai demorar pra dar.
 
E você acha que arvores estão sendo plantadas?
Não.

Por que isso, já que essa decadência é tão clara? Por que os próprios empresários, que têm que se reinventar, até para ganhar dinheiro, não começaram a plantar?
Não. Porque eles não sabem. O que acho que devia acontecer é o que acontecia antes. Festivais como Femadum, houve música. O que devia acontecer era a prefeitura ia fazer um museu da música, eu vi hoje. O prefeito ACM Neto, tem que se louvar o que ele está fazendo com a cultura, com Fernando Guerreiro, Bellintani. Várias pessoas trabalhando, artistas pensando. Acho que Fernando Guerreiro é fundamental nessa historia ai. Para dar criatividade. Guerreiro é engraçado, panfletário, inteligente, capaz, é produtor, é diretor, mas ele é um cara que é meio subversivo por determinados momentos e essa subversão ajuda com que as coisas andem. O que acontece, acho que tem que se criar festival baiano de música popular para se dançar na rua e fazer um grande festival de música de bairros, etc., onde se pegue essa arte, busque essa arte, e os 15 primeiros colocados ganhem um trio elétrico e um cachê decente pra tocar sem cordas na rua. Cara, a criação do abadá, que deu dinheiro pra cacete a muita gente, acabou o carnaval. Ai o cara diz, ‘mas como controla?’ Não controla, irmão, arranje patrocínio para o seu trio. Use ele como instrumento de marketing pra vender seu artista. Mas os caras queriam ganhar de tudo quanto é jeito. 
 
Você é contra a comercialização de abadá?
Não. Não sou contra, só acho que não pode ser só isso, como foi o tempo inteiro. Não só pode ser uma coisa. Não sou contra nada. Sou contra monocultura, porque sou cacauicutor e sei o que aconteceu quando a vassoura de bruxa veio. Então você não pode ser monocultor, é só isso. Sem permissão de crescimento.
 

 
Na sua visão, o poder público pode interferir politicamente?
Só ele pode ajudar, dessa maneira. Criando ferramentas, criando festivais. Dando ao povo pobre, que não tem acesso às coisas, dando, sei lá, conchas acústicas, centros educacionais, centros culturais nos bairros onde se desenvolvam arte. Porque nós somos um povo prestador de serviço, na acepção da palavra. É só ler Laurentino Gomes, desde 1888 está lá dizendo que nego soltou o povo para prestar serviço. E turismo é tudo, cultura é tudo, arte é tudo, grande mola mestra. Nós não temos parque primário, não temos indústria. É uma coisa muito a longo prazo. Então o poder público sim, federal, estadual e municipal, são eles que vão ditar as regras de um carnaval melhor, de uma postura cultural melhor, de abertura de possibilidades culturais imensas. Se fecharam as possibilidades culturais, ficou só uma. 
E voltando à música, quais são os ídolos que esses moleques têm do Axé pra seguir? Quem são as referências? Porque eu acho que todo mundo olhou Pelé, Zico, Maradona e todo mundo olha Messi e Neymar. Beleza? Todo mundo viu Durval, Ivete, Bell... E viu o que mais? O moleque hoje de 12 e 10 anos, quem ele olha? Ele olha o negócio de ostentação, de um arrocha, de um pagode. Possibilidades culturais, digamos assim menores, plausíveis, maravilhosas, legais, mas só isso? Ninguém está dizendo que o cara tem que tocar oboé na Orquestra Sinfônica não, irmão. Mas cadê o pop, o rock, o funk, MPB, Axé? Agora o pagode e só pagode, que é maravilhoso o ritmo, ou só arrocha, só ostentação, não dá, porque nivela por baixo. Ou seja, os caras sumiram.
 
Em termo de estrutura, o carnaval está chegando, como você avalia as mudanças? 
Eu acho o carnaval da Avenida maravilhoso, fantástico. Não devia se mexer nele tanto muito não, porque não dá para reinventar a roda ali. Acho que ai tem muito arquiteto de obra pronta na Bahia, muito sapiente. Esse axé produziu também umas cabeças fenomenais. O Axé produziu cada inteligência... Tem uns quatro ai, uns quatro ou cinco, que entendem da influência da bananeira na revolução sexual da macaca, até fusão nuclear. Eu tenho até medo desses quatro ou cinco. Agora, eu acho que n tem q mudar muito. Acho que precisa de conteúdo. Mas as mudanças da Barra aconteceram por causa do povo que mora lá e não quer. Ai vai ser reduzido.  Mas ai fica ‘ah, no Centro Administrativo...’. Como vai fazer um carnaval lá? Ou seja, um pensamento totalmente grotesco, sem nenhum tipo de aproach cultural, histórico. Pô, o cara descer o Mosteiro de São Bento, ver a Praça Castro Alves... Não, isso é uma porcaria. Vamos pro Centro Administrativo. Por quê? Não pode ir irmão, porque não vai um cliente pra lá, porque não tem mais um cliente. Tinha nos anos 90, 2000, tinha cliente demais. Não tinha nem vaga em hotel, em setembro o pessoal corria atrás do abadá do Asa. Outra coisa que precisa entender, foi Jorge Zarath que me disse, porque cito as fontes. Uma coisa qie fez o declínio do carnaval é o novo ‘life style’ das pessoas. Ou você acha que alguma menina bonita quer estar de tênis, short jeans, meia soquete, toda suada no sol, pulando? Não, ela quer no camarote, no salto, cheirosa, fina, playboy. Então as variáveis também que nego não acompanhou. Ai sempre iam buscar tarde, ai já foi.
 
Tem algum nome que você veja da atualidade que pode se destacar futuramente? Banda, cantor, cantora?
Eu cansei de fazer esse tipo de previsão. Tanto que meus textos no Bahia Notícias serão uma agenda sempre positiva, conclamando a Bahia. Vou falar, vou criticar um pouco o carnaval, meu próximo texto na coluna vai ser sobre essa possibilidade remota do carnaval dar certo, mas não, eu não arrisco a dizer nada. Eu vou parar um pouco pra perceber isso, e vou proclamar daqui uns seis meses.
 
E do passado qual foi o último grande nome que surgiu?
Claudia Leitte e Saulo. Mais Claudia Leite, porque Saulo não tem o aproach nacional. Claudia eu critiquei muito, mas muito, não foi pouco. Critiquei ela ao vivo, mas pra mim ela é hoje a maior artista baiana. Porque ela tem um negocio chamado ‘star quality’, que é qualidade da estrela, que nego da Bahia ãon sabe o que é. Fica ‘Quem é essa Claudia?’. Essa Claudia o que, meu irmão? A mulher tem 11 patrocinadores, tem fã no Brasil inteiro, não sei quantos milhões. Olha, Claudia Leitte, Ivete Sangalo, Madonna, Michael Jackson, esse povo você não fica questionando não, você ouve e dança, deixa pra lá. Ela tem qualidade da estrela, o povo ama, ela tem carisma. Vai falar o quê, vai ficar falando mal por quê? A última grande estrela do Axé é Claudia Leitte, dentro da concepção Axé de ser. Não estou dizendo que ela é a grande patriarca da cultura baiana, por favor. É a grande estrela do Axé Music que ainda sustenta um pouquinho essa parada pelo Brasil. Porque eu soube ai que o Chiclete com Banana não vendeu nenhum show em novembro, que Bel está indo de ônibus. E por ai lá vão. Isso sem contar todas essas bandas que nego tentou empurrar e estão ai se perdendo. 
 
E a ideia que volta e meia surge de carnaval indoor?
Pra que vir? Pra ouvir o quê, se os caras basearam o negócio em banda? Não sei, não acredito em nada no mercado em função do que estou vendo. Não vou tecer critica sobre conteúdo, eu acho que não tem conteúdo pra isso e acho que não tem mercado pra isso. Agora, carnaval indoor pra quê? Pra ter Pablo, Jorge e Matheus, Munhoz e Mariano, Psirico, Harmonia e Saulo. É um carnaval indoor? É o Axé? Porque se botar, Ivete, Durval, Asa, Araketu, ai é questão de mercado, de percepção de cada um.
 
O arrocha é o grande fenômeno da musica baiana?
É, a seresta sempre foi, sempre vai ser. Como é que música que fala de amor e dor de cotovelo não vai dar certo? O homem vive isso no dia a dia, vai dar certo sempre, fala de amor. É um Roberto Carlos extremamente populoso, populesco, popular, e já foi.
 

 
Você citou os camarotes no carnaval de Salvador, eles também sentem esse baque?
Pra ver o que? Quinta e sexta o carnaval termina que horas? Eles se tornam festas indoor, comandadas por DJs ou bandas internas. 
Mas sempre tem um público que está interessado no que tem lá dentro, não tão no que ta lá fora... Sim, mas tem 250 camarotes. Não discordo de você não. O primeiro camarote quem fez eu. Eu sei como começou tudo. Quem primeiro botou uma banda fui eu, porque o carnaval acabava muito cedo, e a gente tinha que vender, e ai botei Dr. Cevada. Ai nego foi, foi, foi e em algum momento resolveu botar Chiclete. Mas não dá pra tirar o Chiclete da rua, não dá pra tirar Ivete da rua. Mas nego quer dinheiro. Não tem a longo prazo. 
 
A gente vê ai Parangolé Prime, não sei que lá Plus, um monte de cantor que tenta segmentar o seu público para um tipo de evento mais VIP. Salvador tem mercado pra isso?
Não. Quem começou isso foi Psirico, comigo no Padaria, em 2011, de uma maneira bem pequena, para 200 pessoas. É um direito que todo mundo tem, de querer ascender socialmente, economicamente e tal. Só que cajueiro não dá abacate. Na minha simples opinião como especialista de marketing, você tem um produto pra determinada população. Você pode até atingir. Por isso que o Chiclete foi esse grande sucesso, porque ele tinha as duas pontas. No começo não, mas do terço final de sua carreira o Chiclete atingia todas as camadas, por isso que foi sempre a maior banda. A quem eu adoro, na época do Chiclete, como adoro o Asa, quando era a época do Asa, como adoro o Cheiro, quando era época do Cheiro, como adoro Araketu, quando era época do Araketu. Mas não, é isso ai e ponto final. Cajueiro não dá abacate. Acho difícil. E ai estão vendendo um produto diferente que eles fazem, pras mesmas pessoas, isso que eu quero dizer.
 
Não tá agregando público...
Pouquíssimo, creio eu.
 
E esse público que eles estão tentando atingir e não conseguem, ele está onde?
Nas festas eletrônicas, que também dão um pouco certo, nas festas ai de Aviões do Forró, Sertanejo. Sertanejo na Bahia, faça uma empatia ai e pense em Axé feito por goiano. Todo mundo acha uma porcaria. Por que baiano vai fazer sertanejo maravilhoso? Um ou outro vai dar certo. Eu não conheço uma banda de fora, alias, só Saulo, que é Capixaba. Tem outro? Não sei. 
 
Claudia Leitte, carioca...
É, mas começou aqui, tocando aqui. Fala oxente, bichinho e tal. Saulo não, então eu acho difícil, mas olha Daniel Vieira ai, porque é administrado pela galera do Axé também, mas é difícil.
 
E réveillon, você esteve lá esses dias?
Tive sim, a estrutura está bem bacana, bem adiantada. Acho que a gente vai fazer uma festa maravilhosa, porque Praia do Forte merece uma festa como essa. Para 2 mil pessoas, ai o foco é na marca Simplesmente Luxo, que fez um sucesso absurdo. Essa edição é a quinta. Vai ser no Castelo Garcia d’Ávila, que deixa a gente amarradão, nos honra muito. Mas assim, a gente está fazendo a festa como a gente sempre imaginou, retornando com a marca Simplesmente Luxo. Falando em coisa chique, descolada, que baiano gosta. Falando de tranqüilidade, de bermuda, pé no chão, sandália havaiana, tal, num lugar muito bacana e tomando Champagne, com Jau e Luiz Caldas tocando.
 
E a escolha das atrações como foi feita?
O conceito Simplesmente Luxo não leva muito em conta a banda como atração musical, a gente sempre contrata grandes e maravilhosos artistas, mas a gente acha que o buffet do Barthô com lagosta é maravilhoso, a gente acha que o projeto de decoração é maravilhoso, a gente acha que Jau e Luiz caldas são maravilhosos, então a gente acha que o conjunto de coisas leva todo mundo lá. Porque o publico mais velho, ele não está um público tiete de banda. A gente procura um público acima de 30 anos, que é diferente daquele que tem 15, 16, 20, que está muito ‘vou ver Timbalada, eu vou ver n sei q’. A gente ta procurando um ‘life style’, um conceito de diversão. Encontrar gente na mesma faixa etária, encontrar as coisas em um alto nível, porque está acostumado a poder pagar pra ter um grande serviço de whisky 12 anos, de vodka Premium. Então assim, a grande ideia é o conjunto total que é Simplesmente Luxo, que é um conceito.
 
E estruturalmente, como esta dividida? É camarote, é pista?
Não, não tem diferencial. A diferença está no que você escolhe para fazer. Por exemplo, se você vai com um amigo, vai comprar o que a gente chama de luxo. Você vai estar sem um ponto fixo seu. Mas se você está com uma galera, uma família, ai tem mesa. A gente lançou uma modalidade chamada Quiosque, que cabe 20 pessoas. Eram cinco e já foram todos vendidos. A ideia é você ter a mesa, a diferença é mínima de valor, mas não tem separação. Todo mundo pra gente é todo mundo.
 
Como está a procura e onde estão sendo vendidos os ingressos?
Tem um site, tem na Forte Produções e nas lojas Osklen. Existem totens em algumas academias. Está bacana, porque nosso público basicamente está na Praia do Forte. E esse ano tem alguns réveillons, mas todos são muito diferentes, por incrível que pareça.
 
Agora vocês vão fazer outros eventos no período do verão também?
Vai ter a festa Red Candy, que é um label eletrônico muito bom. Vai ser dia 29, naquele espaço na pista de pouso, que é um espaço de eventos na Praia do Forte sim. Porque tem estacionamento, tem tudo que tem que ter. Vai ser só eletrônica. Já vão ter varias bandas por lá, nas festas de outros produtores. Mas com relação ao réveillon, o que me deixa muito alegre é saber que a gente vai levar de novo, pra onde veio, um conceito de festa que todo mundo sente falta. Que é uma geração de pessoas que hoje curte quase nada. Porque salvador não tem uma boate, um clube. As pessoas que passam dos 30, 35, querem show, restaurantes, viagens... Então assim, precisam parar de imaginar que eternamente as pessoas querem se sacolejar na rua. Têm várias possibilidades de entretenimento. Por isso que o carnaval foi sempre querido, porque era época de se sacolejar. E não se desenvolve um mercado para outras músicas, porque as pessoas começam a desacostumar a ir. Então o show de Vanessa da Mata maravilhoso que teve ai, eu pensei que deu umas 5 mil pessoas, mas não, tinha 2 mil e olhe lá. Tem que ter um entretenimento dividido. Tem que ter lugar de show. É inadmissível Salvador não ter duas casas de show.

Fotos: Cláudia Cardozo / Bahia Notícias