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Entrevista

MC Guimê revela desejo de cantar com baiana e se diz incomodado com foco dado ao uso da maconha

Por Rafael Albuquerque

MC Guimê revela desejo de cantar com baiana e se diz incomodado com foco dado ao uso da maconha
Bahia Notícias: Como foi sua participação no show do Parangolé no Salvador Fest? Já conhecia o trabalho da banda?
MC Guimê:
Já conhecia, sim, o trabalho da banda, mas nunca tinha presenciado um show. Foi bacana pra caramba. Eu já estava feliz de participar do Salvador Fest, que é um grande evento. Esse público caloroso e com muita energia positiva foi muito bom pra mim.
 
BN: Esse foi sua apresentação de maior destaque em Salvador?
MC Guimê:
É, eu já tinha me apresentado em Salvador. Mas não num evento dessa grandiosidade, desse porte. Eu até fiz o Carnaval com Claudinha e com o Psirico, e pra mim foi muito gartificante. Mas no Salvador Fest foi energia ao máximo e muito alto astral.
BN: A Bahia tem recebido muito bem o funk. Diante desse cenário, queria saber de você porque o funk tem conseguido sair do eixo Rio-São Paulo e penetrar em outros estados com mais facilidade.
MC Guimê: Nada acontece por acaso. Acho que teve um tempo de amadurecimento e de fazer um trabalho que a galera curte. Desde o começo, o funk nunca foi uma onda de obrigar as pessoas a gostarem. Quem gosta procura saber. Hoje a gente faz um trabalho mais profissional. É muito bom saber que Salvador e outras regiões que não tinham essa tradiçao do funk hoje estão nos abraçando. 
 
BN: Tem algum artista baiano que você tem vontade de fazer algum trabalho, alguma parceria?
MC Guimê:
Ah, eu admiro vários, como o Parangolé, Psirico, Claudia Leitte. Eu tive o sonho realizado de cantar com Claudinha, e hoje acho que seria legal fazer um trabalho com Ivete Sangalo.

BN: Ao contrário de representantes de outras ritmos, você não mostra ter preconceito contra o axé e o pagode. Aliás, você até tem boa relação com os artistas da Bahia...
MC Guimê:
É verdade. Eu procuro fortalecer isso. Eu já vi vários desses que dizem não gostar de axé e de pagode também dizerem que não gostam de funk, de rap. Eu sempre fiquei bravo com isso. A gente não vai conseguir quebrar o preconceito sendo preconceituoso também, né? A gente quer provar que independente do estilo musical, cada músico tem seu sonho, seu trabalho, sua missão, e temos que fortalecer isso juntos.
 
BN: Você tem algum problema com relaçao ao rótulo de maior representante do funk ostentação?
MC Guimê:
Não. Mas é como eu digo: nunca falei diretamente em músicas minhas sobre o termo ostentação. A ostentação acaba sendo tema de músicas minhas, mas nunca fiquei preso a isso.
 
BN: Mas te incomoda?
MC Guimê:
Então, não me incomoda. Mas antes desse lance de funk ostentação eu já tinha entrado por outros ritmos também. Mas o que eu sempre digo é que a ostentação é mais ou menos o que aconteceu na minha vida, na minha realidade, pois comecei a ganhar dinheiro através do funk. Acho que tem dado certo por isso, justamente por falar da minha realidade.

BN: Você parece ser bem autêntico em suas entrevistas, mas em geral traz problemas por falar demais. Há alguma orientação de sua equipe pra você manerar um pouco na hora de falar o que pensa, o que vem à mente?
MC Guimê:
Pra ser sincero, desde moleque eu tenho esse sonho de subir ao palco, de cantar. Mas não tiha essa pretensão de sucesso, de tudo isso que está acontecendo. Quando eu comecei a sonhar com o mundo da música eu já era muito fã da galera underground. Eu sabia que aquele underground ali era muito bom. Mas o que era mais comentado era que não chegava a outros lugares. Então, eu sempre tive essa vontade de ter meu som, minha essência, minha ideia, mas saber chegar em outros lugares. O respeito é o principal. Com certeza a galera que trabalha comigo me dá uma força, diz pra eu nunca perder a humildade. Mas tudo o que eu falo é natural, tá ligado? Eu tenho minha ideia de vida e isso vai permanecer comigo.
BN: Em recente entrevista, você falou sobre o uso diário da maconha. A matéria abordava outros temas, mas o foco dado em todo o Brasil foi com relação ao uso da droga. Isso te incomodou?
MC Guimê:
Ah, com certeza. Justamente porque eu sempre disse que tem coisa muito mais importante no Guimê do que isso pra se falar. Então, isso vem sendo falado e eu soube lidar com isso. Mas eu também parei de falar, parei de ser gentil na forma de explicar e assumir o que eu uso e o que eu faço. Eu acho que cada um tem sua vida e cada qual tem que cuidar da sua.
 
BN: Por fim, a eleição tá chegando aí. Você está apoiando algum candidato a presidente?
MC Guimê:
Não, por enquanto não tô apoiando ninguém. Mas vou ver isso ainda.

Fotos: Roberta Viscard // Bahia Notícias