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Entrevista

Léo Santana fala de CD/DVD, comenta relação com gays e episódio em que sensualizou com Léo Kret

Por Rafael Albuquerque e Lucas Cunha

Léo Santana fala de CD/DVD, comenta relação com gays e episódio em que sensualizou com Léo Kret
O cantor Léo Santana partiu para carreira solo após seis anos à frente do Parangolé. Primeiro cantor de pagode a se arriscar pela estrada solo, Léo concedeu entrevista ao Bahia Notícias e explicou detalhadamente o que aconteceu da ideia até o dia em que anunciou sua vontade aos empresários da Salvador Produções. Descontraído, o cantor falou sobre o recente episódio em que Léo Kret rasgou sua roupa no palco, se disse muito mais tranquilo com relação à mulherada e deu detalhes do CD e DVD que serão gravados em maio e agosto, respectivamente. Não deixe de conferir a entrevista com o fenômeno Léo Santana!

 

Bahia Notícias: Antes de falar de carreira solo, quero saber se aquele lance com Léo Kret no Armazém Vilas foi só uma ficada ou a coisa vai ficar séria?
Léo Santana:
(risos). Foi uma brincadeira da parte dela. Ela rasgou minha camisa no palco. Na maioria das vezes que faço show ali ela vai nos prestigiar. Todas as vezes ela sobe no palco e dessa vez não foi diferente. Eu faço um pout pourri com músicas do Tchan e outras bandas consagradas do nosso pagode, e ela subiu no palco com uma prima, que também é gay. Elas fizeram as gracinhas e brincadeiras, e daí Léo veio pra cima de mim e levantou minha camisa. Aí começou a fazer rimas me envolvendo com ela e com o público e disse que se a galera gritasse ela me deixaria pelado. Ela meteu o dente na gola e rasgou a camisa. Eu levei como brincadeira, até porque foi muito espontâneo e não foi nada demais.

BN: Casa cheia...
LS:
Lotado. Teve até confusão pra entrar. Eu peço desculpas, pois não deu pra todo mundo. Mas acho que em maio faremos outra edição lá. Eu nunca tinha visto o Armazém daquela forma. Os sócios disseram que há tempos a casa não recebia tanta gente assim, mesmo com diversas atrações nacionais. Nesse dia tocamos eu e Estakazero. Uma dupla que ajudou bastante, o nome “Primeiro forró do ano” e a data também ajudaram. Então, o conjunto da obra foi muito legal.

BN: Fala um pouco do primeiro show em carreira solo que você fez em Salvador.
LS:
Foi dia 28 de maço, em Cajazeiras. Foi muito legal. Nesse primeiro show fizemos uns 70% só de inéditas.

BN: Grande risco.
LS:
Sim, sim. Mas eu precisava mostrar isso, porque muita gente estava achando que eu ia continuar tocando as músicas do Parangolé, e não é isso.

BN: Mas você não toca?
LS:
Sim. Fizemos um pout pourri de alguns sucessos em um arranjo, até pra homenagear o que eu fiz na banda. Mas a recepção da galera com as músicas foi muito boa. Todo mundo da banda estava apreensivo e tal. A gente tocou e parecia que a música já estava rolando há anos. Claro que a maioria não sabia a letra. Mas as músicas são tão alegres que a galera fica bem pra cima, um fervor. Tudo na paz, sem uma confusão. A galera foi pra se divertir, de fato. Bateu o recorde de público durante o Festival da Cidade inteiro.

BN: O Festival da Cidade teve atrações em vários pontos de Salvador. Foi uma escolha de vocês ou do Festival esse show em Cajazeiras?
LS:
Não, foi da prefeitura. Eu acho que Deus sabe o momento e o lugar certo. E foi maravilhoso quando falaram em nos colocar lá. Sendo bem sincero, esse é o público que consome nosso trabalho, a massa, o povão que paga os ingressos. A maioria dos eventos considerados ‘top’, rola muito ‘boca de me dê’, a galera que pede cortesias (risos). Festa pra massa a galera compra, bota no cartão, vai te prestigiar e curtir. Em Cajazeiras eu sei que tem a galera que gosta da gente, que compra nosso CD, mesmo que seja pirata, mas acompanha nosso trabalho. Claro que se fosse em outro lugar da cidade eu também ficaria muito feliz.

 

BN: Qual a diferença de se apresentar em um evento popular como o Salvador Fest e em festas mais sofisticadas como, por exemplo, um Léo Santana Prime?
LS:
Tem bastante diferença, tanto de público como de repertório, que tem que se adequar. Na verdade, tem diferença também de show em Salvador para show em outro estado. Aqui é mais pra sacudir, ferver. No sul e sudeste a gente coloca sertanejo, funk. Coloca o que tá bombando lá pra agradar ao público que tá recebendo a gente. Acho que por isso que nosso show vende tanto, porque gosto de agradar todo mundo, e em nosso show tem público de todo gênero.

BN: Quantos anos de Parangolé?
LS:
Foram seis anos liderando a banda.

BN: O que é que mudou de lá pra cá, de quando você saiu da Boa Vista do Lobato?
LS:
A pessoa não mudou nada. Mudou status, conquistas, ganhos. Mas como pessoa tenho certeza que não mudei, até porque minha índole familiar é muito centrada. Minha mãe e eu não nos iludimos com nada. É claro que todo trabalho tem suas conquistas e você se sente feliz.

BN: Você volta sempre ao seu antigo bairro?
LS:
Nossa senhora, volto sempre. A recepção é a mesma de quando eu era aquele moleque que ficava na porta de casa com o cavaquinho. E o bom é que todo mundo lá, além de me ver como artista, eles me respeitam como pessoa que saiu de lá. Não tem aquele lance de ter receio de falar comigo porque sou artista. Antes de tudo somos amigos. Eu me sinto muito bem lá. Pra você ter ideia, tiro 22 dias de férias após o Carnaval. Todos os anos eu passos as férias no exterior. Esse ano fui pra passar 22 dias e só fiquei uma semana. Claro que eu tinha que resolver coisas da carreira solo aqui, mas aproveitei pra ficar o tempo todo, duas semanas lá na comunidade. Me diverti, tomei uma gelada, fiz churrasco com os amigos.

BN: E artisticamente, o que mudou de lá pra cá?
LS:
Estou muito mais maduro, profissional e focado pra caramba. Antes eu levava isso como uma diversão e não como profissional. Era mais aquela coisa de fazer shows pra pegar a mulherada, que facilitava pra caramba (risos). Eu até fiz algumas besteiras em termos de mulher e tal. Só saía nota dizendo que Léo Santana pegou uma, pegou outra. Eu não me preocupava tanto como hoje. Chegou o momento que eu vi que eu estava extravasando demais. Quando eu fui crescendo no Parangolé e me envolvendo no cenário musical e vi o que realmente eu queria. A cabeça vem mudando, as pessoas que você conhece também te ajudam. Hoje estou muito mais focado, 100%.

BN: Então o foco tá dando resultado?
LS:
Se você perceber nunca mais saiu nota dizendo que eu fiquei com uma OU outra.

BN: A última foi a americana.
LS:
É, que foi minha namorada e eu assumi.

BN: E agora uma ficada com Léo Kret...
LS:
(risos) Lá ele, tô fora. Ali é minha amiga das antigas. Eu cantava na Pegada de Gueto e ela era do Saiddy Bamba, que eram do mesmo empresário. Então, todo show que uma banda tocava tinha a outra, e acabamos ficando amigos. Graças a Deus eu tenho um público gay muito grande e tenho um carinho enorme por eles. Trato todos bem, com respeito. É um carinho sincero e um público muito fiel.

 

BN: Você disse que hoje pensa muito mais antes de fazer as coisas. Mas há algo que você se arrepende de ter feito?
LS:
Não, graças a Deus. Eu me sinto realizado em tudo. Só de ter chegado aqui aos 25 anos, com 7 anos de estrada como profissional, e ser o primeiro cantor de pagode em carreira solo já é bastante coisa. Eu sempre entrego tudo nas mãos de Deus. Claro que talento ele nos envia, mas a gente tem que saber aproveitar. Graças a Ele vem acontecendo tudo naturalmente e de forma positiva. Quando se fala em carreira solo se pensa em briga com empresário, mas não houve isso.

BN: Até porque você continua com a mesma produtora e os mesmo empresários.
LS:
Isso, a mesma produtora, a mesma banda.

BN: Mas como foi a receptividade de seus empresários Marcelo Brito e Wilsinho Kraychete quando você chegou no escritório e disse que queria seguir em carreira solo?
LS:
Eu fiquei muito tempo guardando isso pra mim. Só tinha comentado com um amigo, que achou massa, mas me disse que seria complicado. Mas não tive dúvidas em momento nenhum. Decidi que queria seguir carreira solo, mas precisava saber se eles estariam comigo. Eu ficava me perguntando e isso tirava meu sono, porque sou taurino e muito ansioso. Passou um ano eu com essa ideia na cabeça. Marcelo é dono da marca Parangolé, e eu sempre me questionava se ele seria pelo artista ou pela marca dele, até porque eu era contratado, funcionário. Mas eu cheguei pra Marcelo e disse. Ele não pensou duas vezes e disse que estava comigo. Ele só pediu pra irmos com calma, montar uma logística, uma estratégia de marketing e tal.

BN: Até porque a engenharia empresarial e financeira muda com isso.
LS:
Total.

BN: E eles aceitaram isso tranquilamente?
LS:
Eles foram sinceros e disseram que poderia haver mudança de contratantes e tal. Uns iriam apoiar, outros iriam estranhar. Mas muitos contratantes já tinha percebido que o nome Léo Santana estava mais forte que o Parangolé, e daí surgiu também a vontade da carreira solo.

 

BN: Então, financeiramente foi melhor pra você?
LS:
Também, também. Mas o primordial foi o crescimento de meu nome. Mudamos pra Léo Santana & Parangolé e agora viemos com a carreira solo.

BN: Como vai ser o nome do CD?
LS:
A banda é #EstiloLS, mas a turnê e o CD se chamam “Uma nova história”.

BN: Você já usa o #EstiloLS há algum tempo. Mas, a partir de agora o que realmente muda no estilo musical?
LS:
Tá mais ousado.

BN: Em que sentido?
LS:
Em misturar ritmos, gêneros, em não ter tanto medo no que vão achar de nosso som. Há tempos eu venho mostrando que quero ser um pouco diferente do que rola no pagode baiano. A minha raiz é o pagodão, mas um pagode diferente, limpo. Eu nasci pra fazer pagodão, mas de forma ousada, misturando funk, samba, sertanejo. A música “Me Domina” é um zouk. Depois lancei “Sossego”, que é um samba-reggae com participação de Saulo. Então, vou ter sempre essa ousadia. Essa nova música “Fenômeno” é uma mistura de ritmos com distorção de guitarra, riff meio de rock'n'roll, tem groove de bateria que é meio hip hop. Eu gosto disso porque eu quero música para o Brasil e não só regional.

BN: Mas não é essa nossa raiz que a galera de fora busca?
LS:
Também, mas como eu falei a gente tem pagodão sempre. Um pagodão misturado com outros gêneros.

BN: Você sofre preconceito por causa do estilo musical?
LS:
Em alguns lugares.

BN: O Troféu Dodô & Osmar vem prestigiando o pagode desde 2008 com Toda Boa, Rebolation e Liga da Justiça. Você percebe que há uma aceitação maior do pagode? Como você percebe a aceitação do gênero do pagode e do termo pagodeiro desde que você começou?
LS:
O pagode em si, em alguns lugares, infelizmente ainda é discriminado, não é bem aceito. Isso tem relação com outros gêneros que são mais fortes e ricos que o nosso. O sertanejo já nasce rico (risco). Você tem uma dupla que ninguém nunca viu na vida com shows de R$ 50 mil a R$ 60 mil. A maioria dessa galera do sertanejo já vem de família de classe econômica legal. No pagodão, a maioria vem de gueto, de favela. É uma galera que tem vontade de crescer na vida e luta.

BN: Mas no Carnaval de Salvador ainda tinha o lance do predomínio do axé...
LS:
Sim, sim. E tem esse lance de troféu que eu não concordo. Não existe você diferenciar cantor de pagode e cantor de axé, melhor banda de pagode e melhor banda de axé. É banda, é de Salvador. Tudo uma coisa só, não existe gênero. Não é bem um preconceito, mas penso que isso é uma rejeição.

BN: Mas também tem o sertanejo participando fortemente do Carnaval de Salvador. Como ficaria nesse caso?
LS:
Aí já é um gênero totalmente diferente. Quando falamos pagodão ninguém diferencia lá fora. Só aqui. Em outros lugares é tudo axé. Então, em Salvador, vão sempre dizer que é diferente. São batidas diferentes, mas com mesmo elementos percussivos. Mas na premiação não deveria ter nenhuma diferenciação. E outra coisa, Léo Santana é do pagodão de verdade. Não tenho nenhum problema se me chamarem de pagodeiro. Só me incomodava quando me chamavam de “Rebolation” (risos).

BN: Fala um pouco mais do CD. Já está confirmada a participação de Claudia Leitte?
LS:
Estamos decidindo se a participação dela vai ser no CD ou DVD. Eu acho bem melhor no DVD, pois a imagem com o canto vende muito mais. Eu mandei duas músicas e ela elogiou e escolheu uma, que fala de amizade e tal. O CD só vai ter inéditas e a gente grava e lança em maio.

BN: E o DVD?
LS:
A gente vai gravar em agosto, após a copa.

BN: Aqui em Salvador?
LS:
Rapaz, a gente está querendo gravar em Recife, que é uma praça que nos consome muito. Eu consigo lotar uma casa lá sozinho. A gente pretende gravar lá, até porque todos os outros foram aqui. Mas ainda estamos confirmando isso.

BN: Quais são as outras participações do CD?
LS:
Já confirmamos com Alexandre Carlo, do Natiruts. É um reggae roots, meio a cara de Saulo, e que tem muito a ver com o que ele faz. Eu só pensei na participação dele ou de Saulo, mas como Saulo já gravou “Sossego” comigo eu resolvi tentar Alexandre. Eu liguei pra ele e ele adorou. Wesley Safadão, do Garota Safada, também vai participar com a música “Traição trocada não dói”, E “Fenômeno” com participação de Anselmo Ralph, que é angolano.

BN: Você citou a mistura de ritmos. Quais suas influências que fogem do que a gente vê na música baiana?
LS: Eu escuto muita coisa. Gosto de hip hop, black music, etc. Tem Ne-yo, Usher, Chris Brown, Rihanna. Gosto também de gospel, a exemplo de Jason Nelson, Fred Hammond. Enfim, tem coisas de solo de teclado, de guitarra que eu trago pra o pagodão. Eu também trago muita coisa da dança, do break. Meus dançarinos olham muito isso, o Zig e o Zag, que são professores de hip hop e são do Ninjas Dance. Então, isso se encaixa perfeitamente com o que eu gosto e com o que eu quero. É claro que algumas pessoas não se identificam e tal. Mas chega um formador de opinião ou alguém que entende da coisa e diz: “Caramba, o moleque é ousado” (risos).

BN: Como foi para você a escolha de Tonny Salles pra te substituir no Parangolé?
LS:
Tonny é meu amigo. Cogitaram vários outros cantores. Marcelo Brito me perguntou o que eu achava deles e eu dei minha opinião como público, e não com artista que estava deixando aquela marca.
 

BN: Então, você participou desse processo de escolha.
LS:
Mais ou menos. Eu apenas dei minha opinião. Não escolhi ninguém. Eu disse assim: “se for olhar por tais quesitos Tonny é melhor. Se for olha por aqui, tal pessoa é melhor”. Mas eles que eram empresários e iam investir, é quem tinha que escolher. E eles ficavam me apertando, tipo, para eu escolher (risos). Mas nada melhor do que a pessoa que eles escolheram, já que Tonny tem uma grande bagagem de pagodão e do cenário musical em si.

BN: Você pretendem manter uma parceria, já que pertencem à mesma produtora?
LS:
Sim, sim. São outros músicos, mas a amizade continua.

BN: Tem previsão de você participar de algo deles ou Tonny participar de seu CD ou DVD?
LS:
A gente ainda não pensou nisso. Mas sei que vamos fazer muitos shows juntos e vai ser bacana pra caramba. Tenho certeza que Tonny vai dar seguimento ao que eu estava fazendo, pois ele é um artista do caramba e todo mundo sabe disso. Ele canta bem, interpreta e dança muito bem. Tem um futuro brilhante na banda.

BN: O que você já pode adiantar com relação a outros projetos pra esse ano?
LS:
Tem nossos ensaios, que já são tradição. A gente ainda não sabe se vai ser no Wet’n Wild ou não. Temos a agenda, que já tá bem. Para gente isso é o que mais importa, pois é o que paga as contas (risos). A gente fechou abril com nove shows. Para o pós-carnaval está ótimo. Geralmente esse período é mais complicado. E em carreira solo tá bom esse média.

BN: E o cachê permaneceu, aumentou?
LS:
(risos) Permaneceu. Mas vai melhorar, com fé em Deus. Em maio, a agenda volta ao normal com a média de 13 a 14 shows por mês no Brasil todo.

BN: Novidades para o Carnaval?
LS:
Creio que já esteja fechado com As Muquiranas para o ano que vem. Não tô confirmando, mas falo pelo que ouvi dos foliões e sócios no dia em que me apresentei. Tomara que feche, pois é um bloco fantástico. Há a possibilidade de sairmos com meu bloco “Estilo LS” na Barra. Estamos correndo atrás disso com a prefeitura e os outros órgãos. No primeiro ano será somente um dia. Tem o Papa, que fizemos esse ano e creio que faremos no ano que vem. Mas lá para o segundo semestre que eu já terei essas respostas e volto aqui pra dar outra entrevista (risos).

BN: Se você perceber o axé dos anos 90, os cantores eram todos brancos. Você tem a música “Sou eu negro lindo”, que tem esse lance de exaltação. Você acha que esse cenário tá mudando pelo fato de os novos protagonistas da música baiana serem negros?
LS:
Isso vem acontecendo. Mas a gente já tinha Tonho Matéria, Pierre, no Olodum.

BN: Mas eles acabam sempre voltando para escanteio.
LS:
Eu nunca sofri preconceito, graças a Deus. Como você disse, a primeira geração do axé era de brancos. E chegou essa nova geração, que eu me incluo, com Magary, Márcio Victor, Xanddy, que é misturado (risos). Mas eu penso que ser protagonista é mais talento e oportunidade, seja pra negros ou brancos. Magary, por exemplo, foi ousado em apostar no semba. Fazer isso foi uma novidade, uma ousadia, e com isso ele se destacou.

BN: Para finalizar, no Troféu Dodô & Osmar o cantor Saulo mandou um recado para a galera do novo axé. Ele disse fazer parte do velho axé e pediu pra que quem se acha do novo axé não deixar que os empresários digam o que eles devem cantar. Paralelo a isso, Márcio Victor, do Psirico, falou certa vez que faz parte do neo pagode. E você, aonde se encaixa?
LS:
Comparando a essa galera que já tem trajetória grande, eu faço parte do novo pagode. Mas sempre tive liberdade para cantar o que eu queria. Eu me sinto um novo do pagode, tenho apenas sete anos de estrada e um mês de carreira solo. Musicalmente não há muita diferenciação entre o novo e o velho pagode. Mas um dia eu pretendo ser o velho, o experiente do pagode (risos).

Fotos: Cláudia Cardozo // Bahia Notícias