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Entrevista

Levi Lima comemora nova fase no Jammil, comenta boatos sobre saída da banda e diz não existir primeiro escalão do axé

Por Rafael Albuquerque

Levi Lima comemora nova fase no Jammil, comenta boatos sobre saída da banda e diz não existir primeiro escalão do axé

Bahia Notícias: O que mudou de quando você assumiu o Jammil em 2011 até hoje?
Levi Lima: Muita coisa. Acho que não só pra mim, mas tudo no contexto que estou inserido influencia na mudança, assim como o lado profissional também. Percebi que mudou muita coisa nessas duas óticas e também na música baiana. A própria sociedade está caminhando e evoluindo. Hoje em dia, em dois anos acontecem coisas que antes aconteceriam em cinco, por causa dessa velocidade das informações com a internet. Por si só, isso já é uma grande mudança. Além disso, me sinto mais confiante, mais à vontade. Aprendi muito durante esse tempo no Jammil. Hoje já temos outras canções no repertório e vai dando mais minha cara. Agora, o Jammil tem mais a cara do Levi e o Levi tem um pouco mais a cara do Jammil. Acho que essa coisa foi se misturando e está formando algo. Aliás, continua em formação, pois o tempo inteiro a gente está acumulando informação e aprendendo. 
 
BN: Amadurecimento pessoal e profissional...
LL: Muito. Acho que a estrada, essa vivência pelo Brasil, a convivência com pessoas novas, as oportunidades novas como músicas em trilha de novela, bloco de Carnaval.  Tudo isso vai fazendo com que você aprenda e se profissionalize. A equipe que está em torno ajuda muito nisso, com a estrutura e a base para você caminhar e se desenvolver cada vez mais. Na parte pessoal, como ser humano, evoluí e aprendi muito. Tenho muito que aprender, mas posso dizer que já vivi muita coisa legal, tanto na parte familiar quanto com os amigos e na parte profissional. Nesses dois anos e meio eu pude caminhar bastante. 
 
BN: Você entrou no Jammil com que idade?
LL: 29 anos, eu acho.
 
BN: Você assumiu um grupo com uma trajetória de sucesso bem novo. Por mais que à época você dividisse os holofotes da banda com Manno Góes, o que é inegável, como foi a preparação para não haver o deslumbramento e a ideia de que tudo se resume à fama?
LL: Isso aconteceu em casa. Isso começou com minha família, porque a educação que eu tive e a oportunidade de estudar, fazer faculdade, tudo isso me deu certa formação. Eu até converso com meu pai que eu gostaria até de ter uma pitada de deslumbramento.
 
BN: Então, você acha que não teve?
LL: Eu acho que eu deveria ter mais. Não no sentido de se deslumbrar por si, mas no sentido de vibrar um pouco mais. Acontece que você tem sempre a preocupação com o que os outros vão pensar. Se o artista cair nessa ele para no tempo. Entra uma música na novela, por exemplo, é maravilhoso, mas isso não me faz um compositor melhor que os outros, um artista melhor do que os outros. Um artista que consegue um Grammy, um Oscar, não necessariamente é melhor que o que não consegue. Eu me divirto, fico feliz com essas coisas, mas é bola pra frente e pensar na próxima conquista, próxima batalha, próxima tentativa, próximo erro. Eu não tive essa coisa do deslumbramento e isso me ajudou a conseguir, junto com o grupo, ter resultado em espaço curto de tempo. Talvez isso tenha ajudado a dar resultados mais rápido. Eu me considero ainda em período de maturação, mas já vejo os resultados. Pra você ter uma ideia, a gente ganhou o prêmio de melhor banda do Carnaval 2013, ganhamos o prêmio Jovem Brasileiro com a canção “Celebrar”, fomos indicados ao Grammy com o DVD Jammil na Real, conseguimos emplacar três canções em novelas, fazemos shows e eventos pelo Brasil todo, nosso bloco sempre crescendo, os artistas consolidados sempre prestigiando a gente. Mas eu continuo o mesmo Levi, continuo indo à padaria fazer minhas compras, continuo sentando no chão pra comer, fazendo tudo que posso como sempre fiz e me achando ainda um aprendiz. 
 
BN: Como é sua relação com os fãs pessoalmente e pelas redes sociais?
LL: A rede social que eu mais me dedico é o Instagram. Por causa de tempo, eu não consigo responder a todos como eu fazia na época da Via Circular, no início da carreira. Hoje os compromissos e obrigações aumentaram, e por isso fico mais restrito ao Instagram e Twitter. Como não gosto muito do Facebook, eu já posto nas outras redes pra o link sair lá na minha página. Mas a minha relação com os fãs é muito próxima. São aqueles que me acompanham desde a Via Circular, os fãs do Jammil, os fãs novos que se agregaram aos outros. Hoje acontece algo que me emociona muito, que é a galera começar a viajar para outros estados para acompanhar shows da banda. Tá vindo gente do Brasil inteiro para sair no nosso bloco Praieiro esse ano. Às vezes chego em aeroporto de outra capital e descubro que tem fãs de Salvador que viajaram pra ver o show. Eles se mobilizam bastante e se tornam uma propulsão para minha criatividade, minha carreira e tudo isso que vem acontecendo. Toda a equipe do Jammil é muito agradecida aos fãs. 
 
 
BN: Então já está de casamento marcado?
LL: Vou casar. Quero casar no final de 2015, mas eu e minha noiva não conseguimos para pra começar a organizar. As agendas são apertadas, pois ela trabalha muito, também. Ela vem passar o Carnaval comigo e a gente está terminando de fazer lista e essas coisas todas. Mas a meta é em 2015. Espero que dê tudo certo, não estou enrolando (risos).

BN: Como você administra os excessos, os assédios?
LL: Sendo verdadeiro com eles. Não escondo que namoro, que sou noivo, que vou casar, que tô com sono, cansado. Falo sempre a verdade. Eles são tão maravilhosos que entendem e não tem aquele lance de ultrapassar limites. São muito respeitosos e é por isso que a gente se gosta tanto.
 
BN: A Noite Praieira foi sucesso de público e teve muitos convidados especiais. Como surgiu a ideia de convidar os artistas que participaram do evento?
LL: Nesse tempo de carreira eu conquistei muitas amizades e a força do Jammil me deu possibilidades e credibilidade a mais para poder transitar com esses artistas que eu sempre admirei. Aos poucos, fui me tornando amigo, colega. Mas os convites partiram da questão da afinidade, da disponibilidade deles, da agenda. Eu sempre batia uma bola com eles, com meu escritório e com o meu empresário, Paulo Borges. Depois a gente foi descobrindo que praticamente todos que convidamos tinham algum link conosco por causa de composição, gravação ou participação em algum projeto. Eu nunca gravei nada com Saulo e nem participei de nada com ele, mas ele foi um dos artistas mais especiais em minha vida. Quando eu ainda estava na Via Circular ele ouviu “Colorir Papel” e gostou. A música estava tocando pouco, mas ele cantava no Brasil todo só porque gostou. Eu achei isso de uma generosidade incrível e isso me ajudou muito. Então, tinha esse link também. Tomate é um amigo íntimo meu, considero ele um irmão; Ivete participou do DVD com a gente. Ela, Dito e a equipe toda são pessoas maravilhosas. Márcio Victor é um amigo, uma pessoa maravilhosa e generosa. Convidei até ele pra fazer o arranjo de duas canções minhas, uma delas é “Grudou”, nossa música nova.
 
BN: Como foi essa parceria?
LL: A liberdade musical é importante dentro da música baiana e a gente traz sempre isso. Eu queria experimentar um pouco disso no Jammil, da percussão mais forte. A gente passa por uma fase do resgate da baianidade e aí eu chamei Márcio Victor, que é um mestre no assunto, pra fazer o arranjo da percussão comigo e Luis Lacerda. Ficou incrível. 
 
BN: O Jammil tem a Noite Praieira, músicas em novela, shows pelo Brasil e até indicação ao Grammy. Até que ponto isso tudo se deve à estrutura empresarial montada por trás da banda e capitaneada pelo influente empresário Paulo Borges? Você conseguiria tudo isso se fosse outra banda, outra estrutura empresarial?
LL: Olha, acredito que as coisas acontecem como devem ser. Acredito no direcionamento de Deus para as nossas vidas e creio que vim para o Jammil porque era a melhor coisa que poderia acontecer para mim e para a banda. Todo o histórico do grupo, de repertório de sucessos, de conquistas já é um respaldo. Todo o histórico de Paulo Borges enquanto empresário, não só do Jammil, mas de todos os artistas com quem ele já trabalhou, também é respaldo para isso acontecer. Então, quem estava chegando novo na história era eu. Sozinho eu jamais conseguiria isso. Eu teria meu trabalho, teria conquistas de outras formas, mas eu fico feliz é que aconteceu dessa forma. É muita energia, criatividade e pessoas competentes juntas. Sem a menor dúvida, eu devo muito disso a essa janela que o Jammil abriu e me presentou dando oportunidade de ter músicas em novelas, de estar em programas nacionais, etc. Isso tudo eu devo à força do Jammil, à competência de Paulo Borges e espero poder a cada dia contribuir mais e mais com esse grupo.
 
BN: Para você, o Jammil figura no chamado primeiro escalão do axé music?
LL: Eu não gosto de dividir axé music em escalão, de dividir em novo axé, porque isso não existe. Não gosto de divisões. Eu gosto é de música baiana, de todo mundo abraçado, todo mundo fazendo o melhor pela música e experimentando quilo que acredita. Todo mundo tem seu direito de acertar e errar, de fazer o que quiser. Eu não acho que o Jammil seja primeiro, nem segundo, nem terceiro escalão. Acho que existem bandas com mais projeção, o que não significa que ela seja melhor que a outra que não tem oportunidade de estar na televisão. De repente, tem banda que nunca foi na TV e que tem música melhor que o grupo que está na TV todo dia. Então, nisso aí eu fico de fora, eu prefiro observar. Acho que o Jammil é uma banda que se esforça, trabalha muito, onde todos estão com vontade de vencer e que tem muito a conquistar, sem mudar de escalão.
 
 
BN: Manno Góes deixou a linha de frente da banda, apesar de permanecer na direção musical. Artisticamente muda alguma coisa?
LL: Mudou muito. Acho que nesse período de dois anos e meio eu pude aprender muita coisa na estrada, nos diálogos, nas vivências. Com o próprio Manno Góes eu aprendi muita coisa. Isso tudo faz com que eu me sinta hoje mais preparado para trazer minha influência para o Jammil e acreditar que isso seja interessante. O legal é você ter essa liberdade e respeitar o grupo. O Jammil passou muitos anos com um trabalho bem característico, de qualidade, com pessoas que não estão mais na estrada. Tuca está seguindo a carreira solo dele, brilhante, com o comportamento dele; Manno não está mais na estrada, está seguindo os projetos dele, e eu estou aqui. Eu não sou a mesma pessoa, não tenho as mesmas influências e vivências, e a história que eu vou contar vai ser de uma maneira diferente. Estou aproveitando as ideias do meu empresário e observando tudo que vem sendo apresentado na música baiana. O que muda bastante é isso, que hoje tenho ainda mais essa liberdade e eu respeito muito isso. Essa parte musical tá no meu colo hoje e eu tenho que abraçar e me envolver nisso aí. Isso tudo vai ser um bom laboratório para as ideias virem. 
 
BN: Mas vocês mantêm o diálogo?
LL: A gente mantém o diálogo, a gente conversa. Hoje nossas agendas não permitem que a gente se veja sempre, mas sempre que nos encontramos nós conversamos e falamos sobre trabalho. 
 
BN: Você assumiu o Jammil e mantém a banda em um ritmo considerável de trabalho e divulgação. Mas tem muito cantor que vai para a carreira solo ou assume outras bandas e não dá certo. Você percebe esse fenômeno? 
LL: Acho que isso é muito incerto e depende de muitos fatores. Depende de como uma peça vai se encaixar na outra. Não adianta você ir para um grupo e ficar engessado. Graças a Deus, eu tive a oportunidade de trazer pra o Jammil a minha ótica e minha maneira de enxergar a música, e isso se transforma em uma verdade. Tem a questão do tempo de amadurecimento. Ninguém sabe quanto tempo demora para um projeto amadurecer e dar frutos. Claro que existem outros fatores para não dar certo. Eu sei falar pelo que vem acontecendo no Jammil, que a gente se encaixou, que tem um repertório que eu acredito na música, que canto com prazer. As novas músicas também tem tudo a ver com o Jammil e com o que a gente pensa. Enfim, o mérito é totalmente do coletivo, é o nosso forte e vem fazendo a diferença. Em pouco tempo a gente vem realizando muita coisa, mesmo em um período onde a música baiana não estava tão bem quanto há alguns anos atrás. O Jammil conquistou muita coisa até nesse momento em que o sertanejo tomou conta do mercado e ficou muito forte. 
 
BN: Como você avalia isso?
LL: Essas oscilações são normais. Quando eu era folião eu percebi a oscilação com a fase do sertanejo de Zezé di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, João Paulo e Daniel etc. É bom isso acontecer, pois mobiliza, faz a gente exercitar a criatividade. Eu tenho visto muita coisa boa, muita gente nova aparecendo, todo mundo querendo acertar. Percebo o baiano retomando o orgulho de nossa cultura e isso é maravilhoso. Você vai pra Noite Praieira e tá cheio, vai pro Ensaio do Psrico e tá cheio, tá tudo cheio, e de soteropolitano. Não tem aquela coisa de dizer que é só turista. A gente está consumindo a nossa música, a nossa cultura. 
 
BN: Há um tempo já saiu na mídia a notícia de que você estaria saindo da banda...
LL: Foi, não soube.
 
BN: Sim, e que o motivo seria um desentendimento com Manno.
LL: Sim, mas qual a pergunta?
 
BN: O que procede nessa história?
LL: Olha, divergência de opiniões eu já tive com meu pai, mãe, irmãos, mãe, irmãos, músicos. Acredito que você e todos nós já tenhamos passado por isso. Se todo mundo pensar igual fica inerte. Por isso que falo da oscilação do mercado com relação ao axé, que está voltando forte e vai tomar conta do mercado de novo. A oscilação serve justamente pra nos tirar da inércia. Aí vem a galera com a visão crítica, que é importantíssima, e fala que um está fazendo certo, que outro está fazendo errado etc. Não importa, está todo mundo trabalhando e querendo acertar. Então, divergência de opinião com Manno eu tive, agora, o importante é que prevaleceu o amor pela música, o amor pelo Jammil. Essa notícia de que eu iria sair não é verdade. Achei de extrema generosidade o que Manno fez. Ele falou: “Velho, vou tocar meus projetos. Vou continuar de olho aí, com o mesmo amor e carinho pelo Jammil. Mas vá lá, se jogue, faça o que você acredita”. Isso é amor pela música, amor pelo Jammil, amor pela Bahia.
 
 
BN: Você fala nas oscilações e na retomada do axé music. Em sua opinião, foi necessário um choque para essa dirá retomada?
LL: Acho que esse choque é importante para tudo, para qualquer ser humano. Tanto que algumas empresas fazem o choque de gestão. Quem criou o Carnaval foi a Bahia, quem criou o trio-elétrico foi a Bahia, e quem exporta isso tudo é a Bahia. O sertanejo quando toca no trio, ele toca com timbau, com instrumentos de axé. Isso é maravilhoso. Acho também legal uma banda de axé colocar um acordeom. Não pode haver fronteiras. Não acho que é uma disputa, mas é cada um valorizar sua cultura, mas respeitar e consumir também a cultura do outro. Meu pai é goiano e eu adoro música sertaneja. Os sertanejos gostam de nossas músicas, de nosso Carnaval, e por isso que estão aqui. O axé estava, sim, em uma zona de conforto, com tudo dando certo, e de repente essa chacoalhada fez com que todo mundo resolvesse fazer a máquina continuar girando. 
 
BN: Como tem sido a receptividade da música “Grudou”?
LL: Muito boa. É uma música bem carnavalesca, com muita percussão, e posso dizer que Márcio Victor foi imprescindível na formação do arranjo. É uma canção que traz a mistura do eletrônico, característica que temos no Jammil, com a percussão visceral, forte da Bahia e que Márcio trouxe. É uma música pra Carnaval, pra pular, pra dançar. 
 
BN: Foi lançada quando?
LL: Acho que, no máximo, há um mês. Mas está crescendo rápido. Nos shows a gente vê que a galera gosta de cara. A gente sabe que para a música crescer tem um prazo maior, pois não é só botar na rádio. A atenção do público está dividida em muitos elementos de publicidade, rede social, rádio, YouTube etc. Antigamente, a galera botava música na rádio e em uma semana o lance já estava pegando. Hoje em dia não é assim. “Grudou” vai ter o tempo dela. “Colorir Papel”, mesmo em novela e nas rádios, demorou meses pra estourar.
 
 
BN: Então, “Grudou” não foi uma música projetada para esse Carnaval?
LL: Foi pensada e lançada para esse Carnaval. 
 
BN: Mas se você acredita que hoje o tempo para a música estourar é maior e que é necessário todo um aparato, não seria melhor ter lançado antes pra chegar no Carnaval com toda a força?
LL: Sem a menor dúvida. Mas tivemos um problema gravíssimo que foi “Celebrar”. A música não parava de crescer e não parou ainda. Eu compus com Manno Góes e considero um hino de autoajuda. A psicóloga usou na equipe de handebol, no treinamento das meninas, aí saiu matéria no Brasil todo quando elas foram campeãs. Ela é uma das músicas mais tocadas nos casamentos e formaturas do Brasil inteiro, pois ela tem uma boa energia. “Celebrar” entrou no coração das pessoas e não tinha o que fazer, tínhamos que dar o tempo da música. “Grudou”, que é minha e de Rubem Tavares, não foi lançada antes pra não atrapalhar o crescimento de “Celebrar”, que ainda é uma das mais tocadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Só voltando à questão do aparato que você citou na pergunta, eu não disse que precisa do aparado e que só acontece se tiver isso. Uma música pode estourar na internet sozinha. 
 
BN: Mas aí você está falando de um fenômeno, uma casualidade.
LL: Mas acontece e a gente não pode negar que existem esses discos que estouram nas malas de carros pelo interior. São várias possibilidades, há um leque para todo mundo consumir música da forma que achar melhor. 
 
BN: O que você promete para os foliões do Camarote Contigo! e do bloco Praieiro durante o Carnaval?
LL: A gente agitar o Camarote Contigo! na quinta. Já convidei Tonho Matéria, que tem uma voz que é sobrenatural, e estou esperando a resposta. Se pintarem outros artistas que possam ir, eu quero convidar. Depois fazemos Carnaval fora, e voltamos pra o bloco Praieiro no domingo e na segunda-feira. Eu prometo agitar todo mundo, deixar o povo cansado. O bom é que somos o terceiro bloco da fila, em um horário privilegiado em que começamos o desfile com o pôr-do-sol. Vamos ter o repertório bem especial com músicas do Jammil e de outras bandas que o público gosta. Quem faz a coisa acontecer é o folião, nada é maior, mais importante e especial que o público lá embaixo. A galera vai se manifestando e ditando a energia e fazendo a gente caminhar. Vai ser muito divertido e melhor do que sempre foi. Nossa meta é consolidar o bloco Praieiro e estamos felizes porque há o crescimento gradual. 
 

BN: Não tem vontade de ir pra avenida?
LL: Muita. No primeiro ano que entrei no Jammil a gente fez a Avenida num trio independente, pra o povo, e foi maravilhoso. 
 
BN: Todo mundo falar que a energia é diferente...
LL: E é, principalmente quando é para pipoca. Essa galera tem uma força, uma alegria que alimenta o artista. Não que a Barra não tenha, mas na Avenida é diferente. Sou admirador da iniciativa de todos esses artistas que estão colocando trio para a pipoca e espero também poder fazer isso em breve com o Jammil. Espero também tocar no Campo Grande, que é um circuito maravilhoso e um charme pra o nosso Carnaval.

Fotos: Cláudia Cardozo // Bahia Notícias