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Marca Bahia Notícias Holofote

Entrevista

Leandro Guerrilha: ‘Quero ser chamado de locutor-vereador’

Por Fernanda Figueiredo

Leandro Guerrilha: ‘Quero ser chamado de locutor-vereador’
Fotos: Tiago Melo / Bahia Notícias
O radialista que há anos faz programas de grande audiência nas emissoras baianas Leandro Guerrilha contou um pouco de sua história, lembrou sua atividade de músico e sua parceria de sucessos com diversos artistas e anunciou: é candidato a vereador! Com a proposta que “fortalecer a família”, Guerrilha diz que conta com o apoio de seu público cativo que o faz líder de horário pela rádio Tudo FM 102,5 e garante que não abandonará os microfones por razão nenhuma. “Eu vou voltar, no dia 8 de outubro, quando termina a eleição, às 9 horas da manhã eu estarei lá. Agora, eu quero ser chamado de locutor-vereador, viu?”. Confira a entrevista na íntegra.
 
 
Coluna Holofote: Que balanço você faz da sua carreira atualmente?
 
Leandro Guerrilha: É o melhor momento da minha vida, profissionalmente. Em 20 anos, eu nunca fui tratado assim em nenhuma empresa de rádio e olhe que eu já passei por mais de 10 rádios em minha carreira. Eu sou tratado em uma empresa de comunicação como um produto e tem o carinho, o cuidado, a preparação, assessoria. Então, eu estou muito feliz. Até recebi convites de outras emissoras para sair de lá, depois que eu fui para a Tudo FM e não me deixaram – nem o lado emocional, nem o lado de estrutural. Eu estou muito feliz com a Tudo FM.
 
CH: Seu programa cresce a audiência a cada dia ou tem uma audiência mais estável?
 
LG: Ela cresce. A gente conseguiu sair do 12º colocado e no geral das rádios estamos entre as três mais ouvidas entre as emissoras. E meu programa se consolidou entre os dois mais ouvidas. De nove da manhã ao meio-dia, a gente não perde para ninguém. É o programa mais ouvido hoje na rádio, graças a Deus.
 
CH: A que você credita todo esse sucesso no horário matutino, quando muita gente está
trabalhando ou até dormindo?
 
LG: Quando você faz com amor, quando você faz com dedicação, o toque humano, que eu sempre acreditei e quando você tem verdade – e o nosso programa tem muita verdade – e abre mão de notícia ruim, as pessoas gostam. E eu falo só de coisas boas. Falo da família, da união, do amor, tem a mensagem do dia, que fala como as pessoas podem ser melhores em sua relação com o trabalho, com a família, consigo mesmo, com Deus. Porque você não pode ter alegria se você não tem esses pilares em sua vida: família, trabalho e religião. E muitas pessoas, por causa do excesso de notícias ruins, acabam esquecendo esses pilares.
 
CH: Então, o segredo está nessa abordagem somente de coisas boas?
 
LG: Com certeza. O programa é positivo todo. Não tem espaço, nós não temos notícias ruins. Lá a gente não fala sobre morte. Quando fala que alguém faleceu, a gente fala do lado bom. Claro que, muitas vezes, a gente tem que interromper a programação para falar de um furo, de uma greve, mas sempre focando o lado bom das coisas.
 
CH: Você já recebeu artistas do porte de Claudia Leitte em seu estúdio. Como é sua relação com as celebridades?
 
LG: Boa. Eu também canto, sou artista também. Mesmo antes de entrar na rádio eu já cantava. Comecei nos blocos afros, fiz músicas para grandes grupos e muita gente até se surpreendeu de chegar no estúdio e me encontrar como radialista. Ivete mesmo, Daniela. Eu tive a oportunidade de gravar, em 1989, um disco de samba junino e eu fiz com Daniela Mercury, no começo da carreira dela. Então, nós temos uma relação muito próxima. Ninha, Ninha é amigo, amigo de infância. Tem Tatau, Márcio Victor – quando eu conheci Márcio Victor ele nem pensava em ser artista -, tem Reinaldo. Então, é uma relação muito boa e respeitosa, principalmente.
 
CH: O fato de você ser locutor te ajuda na carreira de cantor?
 
LG: Facilita. Ajuda. As pessoas querem lhe ver, o público quer ver quem é o radialista que eles ouvem todos os dias, saber de quem é a voz falando e saber que ele canta. A música “Vem, Jesus”, que foi a música que eu gravei, ficou um ano como a mais pedida da rádio, na Tudo FM. Toca em rádios comunitárias e é a mais pedida da programação da rádio. E agora eu to com a música “Sou Seu Fã”, de Cristian e Cristiano, que já está sendo bem pedida na rádio. Então, eu acho que a gente teve a felicidade de acertar na escolha das músicas. 
 
CH: Dá para viver bem só fazendo locução em rádio?
 
LG: Dá. Dá pra viver bem quando você faz o que você gosta. No caso, quando você trabalha por amor, o dinheiro é secundário. Porque quem trabalha por dinheiro acaba não ganhando dinheiro. Mas quando você faz o que ama, o que gosta, as coisas fluem.
 
CH: Você já concluiu a sua faculdade de Jornalismo?
 
LG: Já concluí e agora eu quero fazer uma pós-graduação em Psicologia. Porque eu sou
fissurado pelo ser humano. Eu gosto do ser humano, eu gosto de estudar os comportamentos.
 
CH: Você almeja a televisão?
 
LG: Sim. Eu penso em apresentar um programa que fale das carências sociais, as dificuldades das pessoas, um programa que vise realizar o sonho das pessoas. Um entretenimento, digamos, positivo. Nada de exploração do que se vê, de violência. Eu quero explorar o encontro da família, reunião de famílias, as pessoas que procuram parentes perdidos, realização do sonho de encontrar um artista que se é fã, tipo um Amaury Jr.
 
CH: Você acha que a televisão baiana está carente disso?
 
LG: Infelizmente, sim. Tem muito sangue na televisão. Aliás, só tem sangue na televisão. Quando você liga a televisão em alguns horários aí, ligou, está escorrendo sangue lá. 
 
 
CH: Você é um radialista de sucesso. E agora vai se candidatar a vereador...
 
LG: É verdade. Essa ideia de eu me candidatar a vereador vem sendo amadurecida desde 2001. Na verdade, eu fui convidado para sair candidato a deputado, só que eu não me sentia seguro. E eu só entro em alguma coisa quando eu me sinto seguro. E aí se formou um grupo que vem desde 2001, estudando, trabalhando, fazendo parcerias e hoje, em 2012, 10 anos depois, eu me sinto preparado para tentar e vamos conseguir ser eleito vereador de Salvador.
 
CH: Você já conversou com seus ouvintes para saber o que eles acham dessa sua nova
jornada?
 
LG: Eu não faço nada sem a aprovação do meu público. Eu sou pré-candidato a vereador justamente porque eles têm essa intenção. Eles sentem falta de alguém que cuide da família, de alguém que cuide da mulher que é agredida dentro de casa pelo marido, do filho abandonado. Você já reparou quantas crianças estão entrando nas drogas? Isso é porque não tem escola, elas não têm para onde ir. A criança não fica em casa porque os pais estão trabalhando; na rua não tem segurança e quem aproveita? Os traficantes, os aliciadores de menores e a gente quer defender essa classe tão carente, que é a família. Sabemos que vereador é para fiscalizar, é para legislar, mas nós sabemos também, que ele pode orientar, ele pode sugerir projetos que defendam a família, que defendam o bem-estar. Porque você só pode ter alegria, só pode estar bem em sua casa se sua família estiver protegida, não é?
 
CH: Você acha que seus ouvintes lhe querem mais como locutor ou como vereador?
 
LG: Os dois. A gente só aceitou esse desafio com a garantia da direção da Tudo FM de que eu retornarei para a rádio. E é interesse da emissora e meu. Eu vou voltar, no dia 8 de outubro, quando termina a eleição, às 9 horas da manhã eu estarei lá. Agora, eu quero ser chamado de locutor-vereador, viu?
 
CH: Você vai se candidatar por que partido?
 
LG: PSL. A convenção do partido será na sexta-feira [29]. A gente tem a intenção de ser
indicado o nosso nome e, confirmando, a partir de segunda-feira nós estaremos caminhando, no dia 2 de julho já, dizendo às pessoas que eu sou candidato a vereador.
 
CH: E você fica na Tudo FM até que dia?
 
LG: Até essa sexta. Aí eu vou tirar férias de três meses... Mas eu volto. Pode ter certeza. Se fosse para eu não voltar, eu não sairia como candidato.
 
CH: E se acontecer com você a mesma coisa que aconteceu com Josenel, que largou o rádio para se candidatar e hoje está esquecido?
 
LG: É difícil falar o que acontece na carreira de algumas pessoas que tentam o cargo público, é difícil. Se você é jornalista e vai para outra empresa para ser gestora, você sabe que você vai enfrentar outros e novos desafios. E foi por isso que eu passei 10 anos estudando essa área, por isso que eu fiquei 10 anos conhecendo os políticos. Nós vamos para a Câmara dos Vereadores sabendo o que nós queremos. Nós queremos defender a família, defender os interesses das pessoas. Nós vamos pra lá conhecendo as bases, sob a orientação de bons políticos, como Félix Mendonça, que é nosso orientador político. E quando você sabe o que quer, dificilmente você se perde. Quando você tem clareza do seu projeto, fica mais fácil. E nós temos projetos como a Seflam.
 
CH: O que é Seflam?
 
LG: É a Secretaria da Família. Ou seja, um órgão que vai cuidar de tudo que se refere à família. Criança abandonada é com a Seflam; criança sem escola, sem creche; a mãe que precisa de um exame de paternidade, DNA. O pai que precisa colocar o filho na creche, a quem recorrer? Então, nós queremos instituir essa secretaria. Porque a gente sabe que existem vários órgãos que cuidam disso, mas eu quero centralizar. Repito: sabemos que a gente não cria, a gente indica. E como o governo será novo, um novo prefeito, um novo modelo político, novos vereadores virão e nós vamos indicar, sim. Esse vai ser nosso projeto principal.