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Marca Bahia Notícias Holofote

Entrevista

Netinho - Cantor

“Minha dificuldade hoje é que os grandes eventos e os grandes blocos estão sitiados nas mãos das grandes produtoras”. Assim o cantor Netinho ressalta as dificuldades que enfrenta em sua carreira, desde que voltou de uma pausa de quase três anos. Nessa entrevista, Netinho também fala sobre a relação com sua filha, com os fãs e sobre sua vida amorosa. O encontro com sua vida pessoal, os boatos de que estaria com Aids, sua volta ao mercado do axé e sua possível briga com a Caco de Telha são alguns temas que essa entrevista aborda. Leia na íntegra abaixo:

Coluna Holofote: Netinho, você está completando 20 anos de carreira. Qual a sensação de ver que mesmo com o surgimento de tantas bandas e cantores novos, você permanece no tão disputado mercado da música baiana?
N
etinho: É maravilhoso. Eu credito isso a qualidade do meu trabalho. Ao cuidado que sempre tive na escolha do repertório, das gravações dos discos e do DVD. Eu sempre fui muito cuidadoso e muito criterioso com tudo o que já fiz. Meu trabalho vira referência para as pessoas desde o início. Eu tive uma pessoa fundamental nesse processo todo, e que me ensinou muito, que foi Guto Graça Melo. Ele entrou em minha vida na estréia da carreira solo. Foi produtor da Globo Musical durante 18 anos, e meu sócio num estúdio no Rio de Janeiro; então me ensinou muito nessa época. Produzo hoje graças a Guto. Posso dizer que minha permanência no mercado é por causa desses fatores aí que citei.

CH: Conta um pouco de sua trajetória nesses 20 anos de carreira que você está prestes a completar em 2009?
Netinho:
Eu tocava na noite desde cedo, e o bloco Beijo estava montando a banda Beijo. Aí eu fiz um teste para cantor. Acabei passando com mais dois cantores, pois o primeiro disco foi gravado com os três cantores: eu, Marquinhos e Dera Barbosa. No segundo disco eu já fiquei sozinho por escolha do bloco. Fiquei cinco anos na banda Beijo, sendo que o último disco, chamado “Axé Music”, foi o de maior sucesso da banda. Nesse disco coincidentemente a Polygram me convidou para deixar de lado a banda Beijo. Aceitei e, como já disse, foi nesse momento que Guto Graça Melo entrou em minha vida. E foi aí que tudo aconteceu. O primeiro disco logo foi de platina. Teve “Capricho dos Deuses”, “Total” e “Menina”. “Mila” foi sucesso numa novela da Globo. Tive nove canções lentas em novelas da Globo. E há cinco anos resolvi dar uma parada em minha carreira inteira para viver minha vinda um pouco. Isso porque eu sempre trabalhei muito desde o barzinho, sempre trabalhei com música, larguei duas faculdades [engenharia e filosofia] por causa de música, e não tinha vida pessoal. Tinha uma filha que eu praticamente não via, porque viajava muito. Daí resolvi parar tudo. Fiquei dois anos e meio sem fazer show, TV, rádio, disco. E não avisei a imprensa, porque estava num processo pessoal tão violento em busca de mim mesmo que nem atentei pra isso na época. Depois desse período voltei com um disco que gerou uma polêmica imensa, que foi um disco pop, todo autoral, que era um sonho meu. Fui pro Faustão dizendo que estava fora do carnaval - e estava mesmo - e isso gerou uma grande confusão, até mesmo uma rejeição, porque o Netinho que as pessoas queriam ver não era aquele que estava ali cantando música pop, se apresentando vestido de preto e tocando violão. Era o Netinho da alegria, das músicas de carnaval, que é uma coisa que eu amo. E aí pronto, passado o período desse disco pop, lancei meu primeiro DVD que se chama “Netinho por Inteiro”, que conta toda minha história musical, desde a primeira musica da banda Beijo até as canções do disco pop. A partir do DVD eu voltei a fazer tudo o que fazia na minha vida como carnaval, micareta, show em palco e show fora do Brasil. Estou feliz demais, me sentindo no início de tudo e com muitos planos e muitas coisas pra fazer. Estou aí na estrada.

CH: Fazendo uma auto-análise, o que mudou desde sua estréia no carnaval até o Netinho de hoje?
Netinho:
Tudo. hoje sou outra pessoa. Como vivia muito para o trabalho, acho que passava muito pouco do que eu era para as coisas que fazia. Hoje não. Tudo o que faço é 100% netinho. Hoje conduzo minha carreira, e isso interfere muito em tudo. O disco novo “Minha Praia” é minha cara, apesar de não ser autoral, eu acho que agente compartilha a autoria com o compositor no momento em que escolhemos uma canção. Eu escolhi canções que têm a ver comigo, com o que eu penso, com o que eu quero dizer. Então esse disco é todo a minha cara, como eu vivi hoje, minhas idéias, meu dia-a-dia. Essa foi a mudança. As coisas antes tinham um envolvimento maior de produtores, de gravadora, e hoje 100% sou eu. Produzo o disco, faço direção musical e escolha de repertório. Hoje eu sou mais o Ernesto.

CH: Com sua saída da banda Beijo, a cantora Gil, que foi lançada por você, assumiu os vocais da banda. Como ela também deixou a banda, qual sua relação hoje com ela?
Netinho:
É apenas de amizade. Logo depois do terceiro disco da banda Beijo eu já não tive mais contato profissional com Gil. Produzi os primeiros discos dela, até “Bate Lata”, depois eu saí pra cuidar mais da minha vida, porque não tinha mais tempo para produzir, para cuidar atentamente desse processo dela. E hoje nós temos uma relação de amizade. Gil é uma figura, uma pessoa engraçadíssima que adoro, mas ligação profissional nós não temos nenhuma há muitos anos.

CH: Em 1990 você inovou e levou um trio para a Copa do Mundo na Itália. Você não acha que está faltando essa ousadia atualmente.
Netinho:
Eu posso responder por mim. Sou uma pessoa que sempre gostei do diferente. Sofria um pouco com isso porque às vezes era diferente demais para o que as pessoas estavam esperando. Mas sempre gostei de inovar. Já fizemos loucuras na época da banda Beijo e na época de minha carreira solo também. Fui o primeiro artista baiano a levar um trio elétrico para o Rio de Janeiro, na época em que estava tendo um grande problema de segurança pública, colocamos o trio num domingo em Copacabana sem nenhum incidente. Hoje eu também tenho buscado fazer o diferente. Acho que esse disco “Minha Praia” tem um diferencial muito grande para o que todo mundo está fazendo por aí. Estou fazendo agora uma modificação na formação de minha banda, porque atualmente há uma padronização no som do axé. As bandas estão tocando as mesmas músicas, todos com a mesma formação de banda, com raras exceções. Por conta disso estou retirando o naipe da minha banda, estou colocando mais um guitarrista bem rock’in roll, pra fazer uma sonoridade diferente. Vai ficar até parecido com minha banda na época de “Mila”, quando banda não tinha sopro. Como eu me sinto começando de novo, penso que tem muita novidade pela frente.

CH: Você acha que vai conseguir obter o sucesso que tinha há algum tempo, quando, inclusive, vendeu 2 milhões de cópias e, em 1997, foi tema de matéria do “The New York Times”?
Netinho:
Olha, não sou hipócrita pra dizer que não quero isso, porque todo artista quer o sucesso, quer atingir o número máximo de pessoas, e meu desejo é esse. Mas não é uma preocupação diária. Estou muito preocupado hoje em me apresentar pra pessoas que gostam do meu trabalho, através dessa conquista diária estamos reconquistando aos poucos o mercado. Nesse tempo que eu saí houve uma grande modificação empresarial e artística na música baiana. Hoje temos os grandes eventos do Brasil nas mãos de produtoras que agiram nesse tempo que eu fiquei fora. Fiquei um tempo sendo produzido pela Caco de Telha, hoje eu tenho minha própria produtora, a “Bem Bolado Produções”, e continuo em parceria com a Caco. Mas vejo essa questão como minha conquista diária. O mercado hoje é mais difícil, mais complicado. Não tenho mais bloco em Salvador. Me desinteressei pelo bloco Beijo e tenho uma parceria com o Tri Mix. Sei que é uma conquista que temos que fazer, mas não é uma preocupação imediata. Meu maior anseio é fazer grandes shows, grandes discos. Acho que com isso vamos chegar lá.

CH: Profissionalmente falando você acha que atingiu o ápice de sua carreira há alguns anos?
Netinho:
Não, de forma alguma. Eu acho que eu tenho muito a aprender. Por exemplo, eu nunca fiz curso de voz na minha vida. Canto instintivamente com o que eu aprendi no barzinho e nas próprias apresentações. Mas agora vou começar a fazer um curso de voz, que nunca fiz em minha carreira inteira, porque tenho objetivos a alcançar com isso. No show novo vou tocar um pouco de violão e percussão. Está longe do ápice.

CH: O sucesso que você faz em Portugal é semelhante ao que faz no Brasil?
Netinho:
A primeira vez que fui e Portugal foi em 1998. Fui forçado porque estávamos cansados, fazendo vinte shows por mês no Brasil, e o pessoal dizendo que tinha que ir porque o CD estava estourado lá; a música “Mila” estava estourada, e tal. Eu achava que era pressão da gravadora para vender mais discos em Portugal. Mesmo assim reservamos vinte dias e fomos para o país. Quando chegamos lá foi uma surpresa porque dos quinze shows que havíamos marcado, não tinha mais nenhum ingresso à venda, tinha cerca de 200 fãs no aeroporto me esperando com camisa, fotos, etc. Foi um choque pra mim quando cheguei porque não imaginava isso. O recorde do Coliseu em Lisboa até hoje é meu, que foram cinco shows com lotação esgotada. Nos meus shows as pessoas cantavam todas as músicas. Então foi um absurdo o que aconteceu. Fiz vários programas de TV e rádio diversas vezes. Talvez o diminutivo em meu nome gere um certo carinho das pessoas. Eu não sei certamente porque, mas até hoje sou muito querido em Portugal. E no Brasil também. É claro que tem os altos e baixos na carreira de um artista. Nenhum artista consegue se manter a vida inteira no topo, e eu tive esses estorvos em minha carreira, o que acho normal na vida de um artista. Mas eu me orgulho de uma coisa nisso tudo: fui verdadeiro em tudo o que fiz. Quando quis parar decantar carnaval eu parei, quando quis voltar eu voltei, quando quis lançar um disco pop eu lancei, quando eu não quis encontrar fã clube no aeroporto eu mandei um comunicado via internet falando, inclusive isso agrediu muita gente na época, mas era o como eu estava me sentindo naquele momento. Era um momento critico da minha vida, pois estava de saco cheio de tudo. Hoje agradeço aos fãs porque sou recebido com um grande carinho. As pessoas agora compreendem que aquilo era um reflexo do que eu sentia, era a minha verdade.

CH: O não lançamento do disco “Zuêra”, em 2002, foi o real motivo de seu desligamento da Universal Music?
Netinho:
Esse disco foi uma proposta da Universal, que sempre me considerou o baiano mais pop da gravadora. Sabendo do amor que eu tinha e tenho pela MPB, eles queriam que eu gravasse um disco de MPB, num formato pop, com músicas numa pegada para boate. Eu disse que ia adorar, pois era um projeto especial. Aí me deram 120 músicas para escolher no repertório da Música Popular Brasileira. Eu e Guto Graça Melo escolhemos 12 canções que fazem parte desse disco chamado Zuêra. O disco é um absurdo de bom, mas está na Universal, pois pertence a eles. Tem “Corcovado”, “Mas Que Nada”, “Taj Mahal”, “Coisa Mais Linda” e “Vai Passar”, entre outras. Aconteceu que eu estava fora do carnaval naquele momento com a cabeça meio louca. Quando o disco estava pronto, eles escolheram trabalhar a música “Zazueira”, que é de Jorge Bem Jor. O disco já estava sendo distribuído para as rádios, e eu fiquei imaginando que se desse certo eu iria virar um Emílio Santiago. A Universal ia querer que eu fizesse o “Zuêra 2” depois o “Zuêra 3”, e assim por diante, como foi “Aquarela do Brasil” , que Emílio Santiago ficou preso àquilo ali. Então decidi que não iria lançar o disco. Fui na gravadora, me reuni com o presidente, disse que não queria lançar e expliquei os motivos. E como eu tinha uma relação muito boa com a Polygram/Universal, ele disse que ia ser terrível para a gravadora, porque foi um projeto caro, mas deram uma condição. Se eu realmente não lançasse o disco, teria de sair da companhia.  Eu concordei. Essa foi a causa do meu desligamento da Universal. O disco está lá até hoje. Recentemente quando eu lancei a música “Tá Bom” eles queriam colocar ela nesse disco e lançar. Mas eu não aceitei. Eu não sei como, mas todas as músicas desse disco já estão na internet. É um trabalho incrível. Espero que um dia agente lance, mas num momento bacana, que não é esse ainda.

CH: Você não considera que sua pausa pode ter sido considerada como um abandono aos seus fãs amantes do carnaval?
Netinho:
De início sim. Hoje eles compreendem o processo todo. Como eu te falei, não dei nenhuma nota à imprensa, não falei absolutamente nada. Então as pessoas imaginaram um monte de coisas. Boatos de que eu estava com Aids, que eu estava morando em Portugal, que eu tinha mandado alguém envolvido com o axé tomar no cu; esses tipos de coisa. Mas eu ouvia isso e me divertia, porque não estava a fim de falar nada pra ninguém. Deixei o barco rolar, mas hoje eles compreendem tudo.

CH: Foi um erro não dar satisfação aos fãs?
Netinho:
Foi sim. Não só aos fãs como também à imprensa. Foi o maior erro que cometi nessa época.  Eu, como um artista que vivia na mídia o tempo todo e estava acostumado a estar sempre nos melhores programas de TV, tomei essa decisão e não avisei nada a ninguém.  Aí dá pra perceber o estado em que eu estava naquela época. Digo a você que essa parada foi fundamental pra minha vida e minha carreira.

CH: A pausa na carreira foi uma espécie reencontro com sua vida pessoal? O que isso significou para você?
Netinho:
Não foi um reencontro porque na verdade eu não tinha vida pessoal. Descobri nesse período o que era fazer um churrasco em minha casa com os meus amigos. Nunca tinha feito isso na minha vida porque nunca tive tempo pra fazer. Fiquei completamente embriagado nesse dia, pois foi uma coisa tão gostosa perceber que eu também podia fazer aquilo. Hoje viajo pra show, quando acaba o show eu saio, vou numa boate, num restaurante, saio com as pessoas. Sou outra pessoa artisticamente e como ser humano. Tenho outra visão de tudo na minha vida graças a esse período.

CH: Em 2004, após longo período de reclusão, você aproveitou o afastamento da mídia para gravar o CD pop “Outra Versão” com composições próprias. Isso foi uma realização pessoal?
Netinho:
Totalmente. Foi a realização de um grande sonho. Na verdade eu compunha muito e não tinha como colocar essas canções num disco meu, que tinha e tem uma pegada de axé. O fato foi que naquele momento que estava fora do carnaval eu nem ia lançar o disco, mas o presidente da EMI me propôs fazer o CD pop.  Foi um bom disco, vendeu 30 mil cópias e foi a realização de um grande sonho meu. Particularmente fiquei fã do disco.

CH: A gravação do seu DVD em 2006 foi uma espécie de fazer as pazes com o público e voltar ao cenário do axé music?
Netinho:
Isso foi uma conseqüência. A causa na verdade foi o próprio DVD, que explodiu no mercado quando ainda não tinha voltado com força total.

CH: Você recentemente se desligou em parte da Caco de Telha. Houve algum problema?
Netinho:
Não houve problema. Tenho uma relação antiga com Jesus, que foi meu colega de escola. Logo depois eu conheci Ivete e tive uma história linda com ela. Quando eu lancei o CD ao vivo, da musica “Mila”, Ivete estava no segundo CD na banda Eva. E eu passei minha turnê toda, por gostar dela, falando de Ivete em todos os shows. Meu empresário na época, inclusive, me perguntou se eu sabia quanto custava um artista na posição em que eu estava, fazer aquela propaganda toda Eu respondi que Ivete era minha amiga e que faria o que podia por ela. Bem, há alguns anos, através de um convite de Ivete, eu fui para a Caco de Telha. Mas lá é uma empresa muito grande. A própria Ivete é um produto muito grande. E eu queria rapidez nas minhas coisas. Foi aí que abri minha produtora pra gerir minha carreira, porém continuo em parceria com eles em vendas de shows. Faço também o Cerveja e Cia em algumas cidades com ivete.

CH: Você está tendo alguma dificuldade desde que voltou a ativa na carreira solo?
Netinho:
Tenho ainda e terei muitas dificuldades. Carreira solo é uma coisa complicada. Quando é uma banda, apesar de ter o cantor, não há uma figura que receba toda responsabilidade para si. Há uma figura central, mas não é o nome da pessoa que esta em foco. E na carreira solo tudo é centrado em você, no seu nome, no que você faz. Então é muito mais complicado. Você não tem como se esconder por traz de uma marca, de um nome qualquer. É você que está ali, é sua vida, é a exposição pública que você oferece da pessoa que você é.

CH: A receptividade dos baianos foi boa?
Netinho:
Excelente. Eu sou um artista muito controverso. A minha dificuldade hoje é que os grandes eventos e os grandes blocos estão sitiados nas mãos das grandes produtoras. Então eu estou tentando furar isso aos pouquinhos, e sei que vou chegar lá.

CH: Mudando um pouco de assunto, como sua filha reage a sua ausência por conta da música?
Netinho: Ela já entende totalmente. Não sendo hipócrita, eu não sou nem de longe o pai que deveria pra minha filha, porque minha própria profissão e dia-a-dia não permitem. Sou separado da mãe dela há alguns anos, e tenho de Bruna somente nos fins de semana. Mas nos fins de semana estou praticamente todos viajando. Falo muito com ela, mas nos vemos muito pouco. O bom é que hoje ela entende minha situação de ser artista. Está estudando piano, adora cantar, adora ópera. Não sei se ela vai seguir a carreira musical, mas estou deixando rolar. Independente de tudo, eu tenho uma relação fantástica com ela. Relação de um pai que é artista. E ela está compreendendo, mesmo porque ela já esta chegando na fase do diálogo.

CH: Falando nisso, como anda sua vida amorosa?
Netinho:
Apaixonadíssimo e comprometidíssimo. Meu blog é um reflexo disso. Sempre estou escrevendo coisas de amor. Estou apaixonado como nunca estive. E isso é bom porque reflete em tudo que faço, fico rindo à toa. Estar apaixonado é muito bom, você faz tudo melhor.

CH: Fala sobre o CD "minha praia", que está pra ser lançado e com música nas rádios. "Caça e Caçador".
Netinho:
É o 18º da minha carreira. Está saindo pela Som Livre, numa parceria maravilhosa, pois quando fechamos o contrato, a minha condição era que o preço do CD fosse bem reduzido, para competir até com pirataria.  E agente conseguiu. Está sendo vendido a R$ 9,90 nos sites da internet e nas lojas também. Às vezes as lojas colocam mais caro, mas o CD é vendido por um preço bem menor a ela. Esse é um preço fantástico pra lançamento de CD, porque tem um encarte bacana, e boa qualidade. Eu fiz a produção e direção musical. Pela primeira vez eu fiz uma mistura inusitada, pois parte dele foi gravado em estúdio e parte ao vivo. No CD tem 11 faixas de estúdio e depois entra um mini show com quatro musicas ao vivo. Uma é “Caça e Caçador”, que é faixa de trabalho atual, que é uma canção de Claudio rabelo, gravada por Fábio jr.  Tem um grande presente do aviões do forro que é “Comendo Água”, que está com arranjo maravilhoso. Tem a gravação de “Tá Bom”, que lancei no carnaval do ano retrasado. As canções estão maravilhosas, inclusive estamos batalhando pra colocar alguma em uma novela.

CH: Porque a música “Caça e Caçador”?
Netinho:
Por causa do reflexo dos shows. Nós já havíamos tocado ela nos shows, e para mim essa canção está no subconsciente de todos. É uma música linda e a mulherada adora. Tem uma letra fantástica, que fala de amor. Então eu preferi nesse momento do lançamento do CD trabalhar “Caça e Caçador”, que todo mundo já conhece. O arranjo é bem diferente, pra cima, alegre e animado. Mas daqui a um mês devemos entrar com a nova música de trabalho. E depois a terceira que é para o carnaval que vai ser “Muito Bom”.

CH: Quais seus projetos futuros?
Netinho:
O Luau Mix é um projeto que estreamos o ano passado às vésperas do carnaval, e foi um grande sucesso, que abarrotou a Bahia Café Beach. É um evento que promove a mistura de ritmos, e o estilo depende do momento. Se for perto do carnaval pode ser uma banda de axé, se for no meio do ano, uma banda de rock ou pop. Esse ano vai ter o Luau Mix Eletro, em outubro ou novembro, não sabemos aonde, mas vai ter 24 horas de duração. Vai abrir com uma banda convidada pop ou rock 8 da noite. Meu show entra 10 da noite. Mas um show diferente chamado, lado b, com músicas que nunca toco. Depois começa uma rave que vai até 16h do dia seguinte. Após isso eu faço outro show, dessa vez o normal, das 16 às 18 horas. Ao fim, continua a rave até as 20 horas. Nas vésperas do carnaval fazemos outro Luau, na barraca Bahia Café Bech. O carnaval ainda está em definição. Sexta e sábado está certo o bloco Tri Mix. Domingo, segunda e terça estão indefinidos ainda, mas estarei em Salvador. A turnê do nosso CD deve estrear daqui a uns dois meses, como novo show, cenário, coreografia, etc.

Por Rafael Albuquerque