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Sanfona, Despacito e muita firula

Por Luis Ganem

Sanfona, Despacito e muita firula
Foto: Reprodução / Yotube

E as festas juninas acabaram. Digo acabaram, pois, em acabando o São Pedro deu-se fim aos festejos Juninos e Julinos. Dentre muitos assuntos que serviram para povoar a falta de assunto que envolve o mundo musical - até porque em outras áreas ou outros “mundos” o que não está faltando é assunto para a prosa - dois foram sem sombra de dúvidas, os mais batidos nessas pairagens nesses junho e julho. 

 

A começar pela já cansada discussão do espaço do Forró/Sertanejo, na qual alguns personagens do mercado da “canjica e da sanfona” reclamaram da perda de espaço para os novos ritmos, principalmente o sertanejo, no que, diga-se de passagem, têm os reclamantes toda a razão.

 

O outro assunto foi a chegada do tal do “Despacito”. Essa “pérola” do cancioneiro Porto-riquenho, que sem tirar nem por, deveria receber o título da música mais chata e sem graça que surgiu por esses lados desde a chegada de Cabral (o do descobrimento) se tornou meio que um "trend" forçado. Sem querer jogar areia no brinquedo de ninguém, a chatice de “Despacito” se tornou aquela música chiclete, que quando toca, alguém sempre coloca o dedo para cima e dança meio que num ritmo caribenho, dobrando as pernas e fazendo uma junção de dança do ventre misturada com salsa, rumba, ou qualquer outro ritmo (Argh!).

 

Mas daí, quando pensei que mais nada aconteceria e que nossa MPB (música pra pular baiana) não teria mais seus “dois minutos de fama” (perdão Andy Warhol, mas agora são somente dois mesmo!), eis que no horizonte algo novo surge. Algo de novo nesse caso é forma de falar, mas, Denny, o cantor da Timbalada, pediu para sair! E agora? Bom, tirando a frase meio “ênfase na fofoca” que passa a ideia de que o “mundo acabou”, para parecer que o mundo poderia acabar – o que não acontece desde que John Lennon desfez os Beatles – o máximo que aconteceu além do gajo receber o que tinha direito pela CLT – se é que tinha – foi: mais nada.

 

Para tudo! Aconteceu algo, sim. Agora, ao invés de um produto batendo cabeça no mercado, teremos dois a passar por esse dissabor do recomeço, a saber: a Timbalada que, cada dia mais caricata, fez uma apresentação para a apresentação (olha a redundância aí, gente!) dos seus novos cantores; e Denny Denan (novo nome artístico do cantor) que soltou a sua nova música nas redes sociais e rádios locais (soltou?).

 

Bem, da Timbalada, tudo o que posso falar (não fui convidado para a apresentação da apresentação) é que espero, a partir de agora, que a banda não faça do elemento eletrônico sampler (equipamento que simula de forma quase perfeita o som, o que no caso deles é usado para aumentar a ideia de timbaleiros no palco) seu “camisa doze”, já que quando a banda foi criada, ali na rua Maestro Carlos Lacerda pelo mestre Carlinhos Brown e Cícero Menezes, a ideia era ter timbaus tocando, e não três ou quatro timbaleiros e um equipamento eletrônico dando ideia de quantidade de músicos como vi mais recentemente.

 

E quanto a Denny, posso estar enganado, mas acredito que na cabeça dele deva existir uma incerteza de futuro, um quê de insegurança que, sinceramente, não me anima a querer estar na pele dele.

 

E antes que alguém indague do porquê não gostaria de estar no lugar dele, imagine que logo de chegada o mesmo vai ter que vencer a resistência das rádios locais em dar espaço ao novo. Daí, como se já não bastasse, os contratantes de outrora, que o tinham como semideus e o bajulavam, vão de logo – tirando um ou outro – começar a esnobar o rapaz igual a cão sem dono. E para completar o desespero do recomeço, uma máxima desse nosso mercado é que artista baiano que não tem bloco, não tem holofote. Então se ele quer ter esperança de um lugar ao sol, que fique sócio, arrende ou compre algum bloco urgente, penso eu.

 

Bom, tirando esse lado ruim para Denny, o melhor de tudo é que a depender de como tenha sido a relação do artista com seu ex patrão, finalmente o mesmo não terá que dar satisfação de horário, roupa e humor, nem terá que conviver mais com as síndromes de estrelismo do chefe (doença que, aliás, afeta sete entre dez empresários artísticos) e, assim, aprenderá que seu futuro dependerá exclusivamente das suas decisões, que serão elas seu céu e inferno. 

 

Por enquanto, nessa parte do mundo, é isso o que anda acontecendo. Fora isso, é apenas o globo rodando e a roda da vida fazendo os seus encaixes.

 

E com diz Léo Santana...xi gente! Entendeu? Não? Compre um dicionário!