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Ildázio Tavares Jr: Quem tem as rédeas que comande

Por Ildázio Tavares Jr

Ildázio Tavares Jr: Quem tem as rédeas que comande
Foto: Acervo pessoal
Desde que quase todo o Trade do entretenimento abandonou a excelente música baiana voltando seus olhos e esforços para bandas do centro-sul onde está la plata, que nada acontece aqui predominantemente baiano. Todas as festas, do Carnaval ao São João, e agora o Réveillon, são compostas de bandas de fora, no conceito de festival, um mix de ritmos. Que bom que temos, mas falta algo!
 
Como todos sabem, essa geração de produtores e empresários pouco gostou de música, quase nada de arte e cultura ou muito menos houve uma preocupação com renovação artística ou musical. Afinal, todos queriam e querem é grana de venda de show. E que surjam bandas para vender, comprar, cercar uma área de ferrinho, WC químico e prestar um serviço duvidoso e do século passado!
 
Foi dito e repetido aqui nessa coluna inúmeras vezes que esse modelo de negócio era autofágico. Tanto que só restam a se consumir hoje 1 ou 2 senhores feudais de shows que detém todas as datas de todos os shows e o resto que saia peneirando uma banda aqui outra ali para poder fazer sua fezinha na sua festinha! Um dos motivos que as festas eletrônicas acontecem mais e mais é esse aí, a tal da atração! Ou seja, se depender dos empresários que um dia juraram amor ao Carnaval e a música baiana nada acontecerá além de seus bolsos como sempre!
 
Por aqui também “n” vezes mencionei que só a intervenção dos poderes públicos poderia dar um freio, salvar o entretenimento e manter o rótulo de “terra festeira”. Ou estaríamos a viver “das antigas”, termo que ao simples citar faz com que todos os ossos do meu corpo doam simultaneamente!! Daí, é de se bater palmas em pé para as atitudes práticas e objetivas que o governador Rui Costa através da Secult (Jorge Portugal) e Bahiatursa (Diogo Medrado) e ACM Neto através da Saltur (Isaac Edington), que abraçaram as grandes festas e eventos dando endereço novamente ao Carnaval, Réveillon e São João! Nessa interessante disputa todos ganham! Claro que tem muito trabalho para dar o acabamento planejado por ambos competentes governantes e suas equipes nesses produtos, como os vender melhor fora daqui enaltecendo a tradição do nosso povo em receber bem e organizar festa com qualidade que é o que vende mesmo!!
 
Cabem alguns pequenos detalhes nessa rearrumação e humildemente deixo a minha contribuição, mesma sugestão de sempre e imediata se possível. Trio sem cordas, falei há cinco anos! Os poderes concernidos (Alô, Guerreiro!!!) devem promover durante todo ano uma espécie de Festival de Música Baiana para Dançar nas Ruas, nos bairros e os 20 primeiros colocados tenham um trio com som decente, um cachê honesto e pelo menos dois dias nos circuitos ou nos carnavais de bairros, que por sinal merecem muito mais investimento a cada ano, pois evitam uma série de problemas, de segurança pública por exemplo,  apenas para citar o item mais caro da planilha desta imensa festa!
 
Teremos em um só projeto, formação de plateia, pesquisa musical, descoberta de talentos que nunca teriam possibilidade de mostrarem suas criações em uma vitrine carnavalesca, inclusão social e educativa, entretenimento aos bairros durante as seletivas e poderia enumerar mais uns dez benefícios, mas o melhor de todos é poder unir a fome com a vontade de comer!
 
Já que somos feras no modelo de negócio banda, o mercado teria a cada ano uma fonte inesgotável de possibilidades comerciais ou até que os empresários e produtores mesmo criem e participem ativamente de todo o processo pois podem ter sido estrategicamente errados. Mas esse pessoal do entretenimento baiano, sabe como ninguém trabalhar banda e as unir a festas e eventos bombados! Afinal os que fazem sucesso hoje no Brasil, copiaram de quem, fera?
 
Agora é esperar para ver se as autoridades percebem o quanto antes que também serão responsáveis por fomentar e criar novos conteúdo dando ao mesmo tempo inclusão, chance e voz aos iniciantes, pois por mais que totalmente pertinentes e necessárias nem só de Festas com Bandas a lá Big Festivais vive uma sociedade e sim de fomentar sua própria cultura!
 
Com a palavra quem detém as rédeas!
 
Ilds