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Luis Ganem: Preparando o lápis e o papel

Por Luis Ganem

Luis Ganem: Preparando o lápis e o papel
Foto: Divulgação
No texto passado, comecei a falar um pouco sobre o que de melhor tinha visto no carnaval. Saindo um pouco ou quase por completo da mesmice de ter que falar sobre o óbvio, partindo então, para comentar sobre a festa em si, e em mudanças que via serem importantes, para a continuidade do que estava dando certo.
 
Lembro que comentei, sobre a impressão ruim que ficou, da falta de trios depois de certo horário no circuito, e da percepção nítida de comboio, quando vinham os carros de som independentes um atrás do outro, e de como ficava a avenida depois de certo horário, restando apenas aos foliões pipoca, ficarem na rua, voltarem para casa ou comprarem alguma camisa de camarote para curtirem o resto da noite.
 
Outro fator que vi na festa que vai precisar ser bem trabalhado, é a questão de patrocínio. Pelo que pude acompanhar nos dias de folia, com a profissionalização cada vez maior que está se dando ao Carnaval, flexibilizar ações com os apoiadores, será de suma importância, se a prefeitura quiser manter o nível que apresentou esse ano. O momento econômico que o País passa, faz com que ações de captação de patrocínio - na minha opinião -, venham precisar de contrapartidas cada vez mais envolventes, para quem se propuser a parcerizar com o município. Penso inclusive, que se poderia como forma de incentivar a vinda de patrocínio, expor a marca em eventos de entretenimento oficiais da prefeitura, sem a necessidade de se colocar de forma exclusiva o produto do patrocinador, deixando que essa ação (a exclusividade do produto), ficasse somente atrelada a festa momesca.
 
Dito isso, um outro e não menos importante fato que me impressionou muito na festa, foi o som cada vez mais alto como que os trios que estão no carnaval de Salvador estão tocando. Sei que esse é um assunto que pode de certa forma criar algum buchicho, mas é importante dizer, que não minha visão, em alguns casos, a qualidade do som vem cada vez mais deixando a desejar, fazendo com que verdadeiras caixas de barulho ambulante, passem na avenida, a um ponto de se tornar insuportável parar para ouvir, e quanto menos ir atrás do trio.
 
Houve realmente uma época, lá em mil novecentos e bolinha, que o grande barato de quem trabalhava com sonorização de trio, era que o dele falasse mais alto que qualquer um, não importando a qualidade sonora, apenas a altura do barulho. Mas é fato que isso mudou. Se antes, alguns mestres do som como o “mago” Wilson Marques (Chiclete com Banana) se procuravam em fazer um som limpo e ao mesmo tempo potente, hoje mais do que nunca, se chegou à conclusão que o mais importante é ouvir tudo que está sendo tocado, como se fosse um autêntico toca discos ou CD (como queiram os amantes de cada um dos formatos) por isso, sinceramente, alguns carros que passaram, além de estarem alto algo fora do comum, tinha uma péssima qualidade, parecendo verdadeiros armengues de som. Minha sugestão nesse ponto é que se possa aferir essa qualidade, já que primamos antes de mais nada pela beleza da festa, e o som, é responsável por um grande percentual dessa plástica.
 
Cada vez mais se percebe, que o Carnaval de Salvador, deixou de ser uma festa de amadores, para ser uma festa de profissionais. Portanto é preciso que identifiquemos os processos que nela estão destoando, e os mudemos para se adequarem aos novos rumos que estão sendo dados. Nada mais aborrecedor para quem idealiza uma festa do tamanho do nosso Carnaval, do que encontrar no meio de uma piscina de bolas, um grande quadrado.
 
Pra você que não entendeu, se quiser eu desenho.