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Ildázio Tavares Jr: Nem tudo que reluz é ouro, ou a Saga dos Camarotes

Por Ildázio Tavares Jr

Ildázio Tavares Jr: Nem tudo que reluz é ouro, ou a Saga dos Camarotes
Foto: Divulgação
Com o fim dos clubes sociais que faziam suas festas fechadas para sócios, poucos turistas e alguns penetras, os camarotes surgiram nos 90 com Daniela “sempre na vanguarda” Mercury como bandeira, Lícia Fábio capitã, voltado para network, artistas, Vips , porretas  e essa nova classe de vazios e sem conteúdo que hora rotulam de “celebridades” (Gominhos, BBBs e etc.) , assim como o 2222 do grande Sr. Gilberto & Cia!
 
Lá em 2000 começou a ebulição comercial pois a “galera” que curtia os  blocos já estava mais madura digamos assim e não se sentia confortável e segura nas ruas some-se a isso os serviços de A&B, mimos como customização das camisas, salão de beleza e meninas mais arrumadas ou seja, outra cultura! Este grande produto e ferramenta se encaixou feito uma luva no contexto carnavalesco, apesar de mal compreendido e combatido no início por muitos, inclusive pelos donos de blocos que à época queriam proibir, cobrar direito de arena porém declinaram sendo hoje alguns deles donos de uma destas fundamentais estruturas a preservação da festa e atração de turistas! 
 
O Camarote então, tornou-se objeto de desejo de 10 em cada 10 envolvidos no entretenimento baiano e nacional ligados ao axé, visto como o futuro do carnaval e se dividiram basicamente em dois modelos: Os institucionais como o 2222 , o de Daniela/Revista Contigo (hoje não mais) e os comerciais, como o Salvador e Planeta Band , para citar os mais antigos !  Uns “all inclusive”, outros só bebida , ou só um espaço mais seguro, lá se foram bombando a cada ano atraindo mais e mais gente , aumentando os números que já eram suntuosos, repicando assim  mais uma vez o axé e demonstrando a capacidade maravilhosa de se recriar , de se reinventar do baiano e continuar na crista da onda do entretenimento nacional mesmo sem renovação artística e musical, sua grande base!  Um casamento e cenário perfeitos estava formado entre blocos e camarotes ! A beleza dos trios com seus artistas e foliões mais jovens nas ruas e os amantes do carnaval que não queriam de jeito nenhum abandonar a festa , nos Camarote e seus serviços vendo as bandas passarem ! A festa estava salva e os bolsos também!
 
 Ledo engano! A cultura empresarial  e sua marca registrada vaidosa , egoísta e  agressiva ao extremo, foi mantida e daí a velha competição cega que já vinha dos blocos se perpetuou entre os mesmos, sem atentarem a nenhum critério de desgaste do produto (como nos blocos), ou  até tentaram, mas acertam uma coisa em intermináveis e barulhentas reuniões e ao darem as costas uns aos outros fazem o que bem entendem ! É uma praxe , um lugar comum ! Bom, daí largaram a mão para ver quem fazia mais e melhor doa a quem doer , acabe o que acabar e tudo sendo justificado como formação de conteúdo ou criatividade ! O meu têm que ser melhor e vender mais que o do outro de qualquer jeito ! E daí que surgiram piscina, Jacuzzi, cinema,  motel em capsula elevada, praia, comida japonesa então virou chuchu , DJ’s internacionais , estruturas de som e luz para boates iradas, praça de alimentação com restaurantes e franquias de grife , salão de beleza já era fichinha e até  plataforma para o artista ir do trio ao camarote – e parar por 1 hora fazendo show para a sua galera , atrasando o desfile-  e o que veio a ser o tal  “Calcanhar de Aquiles “ na minha humilde opinião :  o palco para grandes shows internos como super diferencial! Apague tudo acima fera,  pois quem têm Safadão têm tudo! Em caso de amor a concorrente, o bloco perdeu!
 
Ah esses shows... ! Escrevi aqui na crônica passada que esse seria o ponto de ruptura da viabilidade ,  o item banda na planilha, seria o responsável por não fechar a conta e a prova  foi o saldo negativo para 80% das Operações de Camarotes Tops que optaram por esse conceito neste Carnaval que se encerrou!
 
Vale ressaltar aqui, que quando o Camarote Salvador colocou o Chiclete com Banana no seu espaço, foi mais um agregador a sua imensa estrutura e não atração principal ! A atração principal sempre foi e será o próprio e seu conceito !  Mas como copiam tudo , na esperança pelo menos serem semelhantes, enfiaram bandas caríssimas ,  ajudaram a esvaziar as ruas( se o governo do estado e prefeitura não bancarem ano que vêm aí que incha de vez!! ) aumentaram astronomicamente os custos e não foram felizes como imaginavam !!! Comenta-se que pelo menos 4 a 5 operações de nome estão repensando sua estratégia e se vão ou não permanecer para 2017! Tem um de Cervejaria que dá pena de tanto vermelho!  Da marca aos números e se insistir , só pode ser burrice!!
 
Enfim , ainda dá tempo de se repensar pois a saída está em muitas atrações nas ruas de todos os portes bancadas pelos poderes públicos para o povo nos circuitos e bairros, o que já aconteceu esse ano, e de se entender de uma vez por todas que quem sobrevive é quem além de resiliente , se adapta rapidamente as mudanças!
 
Agora se de novo a maioria dos players , em face dos cachês, ainda valorizarem excessivamente a banda como atrativo maior ou possibilidade de sucesso penso que dificilmente sobreviverão!