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Luis Ganem: Igor Kannario X Showmix: quem tem razão?

Por Luis Ganem

Luis Ganem: Igor Kannario X Showmix: quem tem razão?

O assunto mais comentado nas rodas de resenha do meio artístico no momento, ainda é a nova cisão entre o cantor Igor Kannario e agora seus ex empresários, da produtora Showmix (o artista já rompeu com a mesma produtora em outro momento). Primeiro lugar isolado nas conversas do ponto de cafezinho às mesas de restaurante, todos do meio ou não, ávidos por notícias, querem saber das cenas dos próximos capítulos. Isso, lógico, dado a visibilidade instantânea que o artista atingiu no carnaval e em acontecimentos anteriores (quando foi detido, acusado de posse de entorpecentes).
 
Nesse quê de curiosidade, o que mais tem fomentado boa parte do meio, de leigos a entendedores, de simpatizantes ou não do cantor ou da produtora, é saber dessa vez quem estaria com a razão: o artista que alegou em matéria veiculada no Bahia Notícias (veja aqui) que teria sido coagido (forçado) a assinar um novo contrato, ou se a produtora Showmix, que em comunicado enviado à imprensa, acusou o cantor de não saber lidar com o dinheiro que recebe, alegando inclusive ter pago diversas despesas pessoais do mesmo, isso já na vigência do novo contrato.
 
É necessário dizer, entretanto, que ao falar sobre esse assunto sem ter consciência dos termos acordados entre as partes, que tudo descamba apenas para o campo elucidativo dos formatos de contratos artísticos que podem ter sido usados e a partir dessa pequena análise, conseguir tentar entender o que as partes alegam, sem obviamente tender para um lado.

 
No meio artístico, principalmente o musical, alguns formatos de contrato podem ser pactuados no que tange a ação de uma carreira artística. Do assessoramento puro e simples, que age apenas no campo opinativo e que serve somente para ajudar o artista a tomar decisões, ao mais complexo acerto, esse de cunho empresarial que abrange todo tipo de representação inclusive quitação, o importante, é preciso ressaltar para quem está prestes a assinar algum pacto artístico para fazer um acerto que possa não somente lhe convir no momento mas, principalmente no futuro.
 
Sobre o acordo entre o artista “Igor Kannário” e a produtora Showmix, duas formas dentre as mais comuns podem ter sido usadas. A primeira, de percentual bruto avençado em cada show, ou seja: a produtora é contratada pelo artista, para tomar conta da sua vida profissional sem a responsabilidade de compartilhar os custos operacionais do produto. Tendo ela, pelo acordo, o direito de retirar o seu percentual participativo do bruto. Nesse formato, a depender de como tenha sido feito o acordo, a empresa gestora contratada pode inclusive em nível de investimento injetar um capital de valor especifico no produto, podendo vir a retirá-lo em data específica independente do percentual a que tenha direito, pelo acordado em contrato.
 
E no outro modelo, o de divisão de lucros líquidos avençados em cada show, também muito usado, o artista é quem se torna o contratado. Sendo que primeiro se pagam os custos e depois de tudo pago é que as partes dividem o lucro, nos valores acordados.
 
A título de curiosidade, pra quem não está familiarizado como funcionam os acertos principalmente no formado de divisão líquida dos lucros, o percentual maior sempre fica para o artista, quando não, o máximo que pode acontecer é dividirem igualmente o ganho, lógico, havendo neste formato um investimento financeiro por conta do empresário, os valores percentuais de cada parte podem mudar, até como forma de quem investiu, poder retirar o valor colocado. O tempo e quanto a mais se recebe pelo benefício aplicado, também deve estar no contrato.
 
De certo, sabemos que as relações entre empresário e empresariado nunca são salutares. O desgaste na relação do cantor Igor Kannário e seus empresários, não foi o primeiro, nem será o último no negócio da música. Quem está certo ou errado nessa briga? Só Deus e os envolvidos é que sabem. Claro que a partir do que foi dito pelos lados em suas declarações públicas, e do pouco que tentei elucidar aqui nas duas formas mais comuns de contrato que pode ter sido usado, que cada um reflita e tire suas conclusões. O importante nisso tudo é poder mostrar a quem está entrando no negócio da música seja como empresário ou artista, que faça seu contrato, o mais específico possível, prevendo tudo que se puder, afinal, quando se trata de dinheiro, ninguém é amigo de ninguém quando ele começa a entrar no caixa.
 
Como bem disse o cantor/compositor Paulinho da Viola em seu sucesso pecado capital: “Mas é preciso viver// e viver// não é brincadeira não//quando o jeito é se virar// cada um trata de si// irmão desconhece irmão…”
 
Luis Ganem
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