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Petrobras já deve R$ 79 bilhões para os bancos públicos

Por Vinicius Neder | Estadão Conteúdo

Petrobras já deve R$ 79 bilhões para os bancos públicos
Foto: Reprodução
Com a nova rodada de empréstimos anunciados na última sexta-feira (17), os recursos de bancos públicos comprometidos com a Petrobras poderá chegar a R$ 79 bilhões. Segundo estimativa da agência de classificação de risco Moodys, esse valor encerrou 2014 em US$ 27 bilhões, ou R$ 72,5 bilhões pelo câmbio da época. O total subirá com os R$ 6,5 bilhões conseguidos pela estatal com Banco do Brasil (BB) e Caixa. O Bradesco emprestou outros R$ 3 bilhões, como a Petrobras informou no final da semana passada, após a Bolsa fechar. O montante comprometido considera o valor de exposição - o quanto um banco ainda tem a receber de um cliente, ou seja, o valor total contratado no financiamento, descontando o que já foi pago. Esse indicador é o que importa para a saúde financeira dos bancos e o risco de perdas com inadimplência. Em novembro, a consultoria PricewaterhouseCoopers recusou-se a auditar o balanço financeiro do terceiro trimestre de 2014 da Petrobras e, desde então, a companhia não tem dados auditados. Mesmo com os atrasos no balanço, os bancos toparam assumir o risco dos empréstimos à estatal. Para João Augusto Salles, analista especializado no setor bancário da consultoria Lopes Filho, "causa estranheza" no mercado os empréstimos serem aprovados antes da divulgação do balanço da Petrobras - a companhia prometeu apresentar amanhã os dados de 2014 com aval de auditoria independente. "Foi uma decisão política. A coisa deveria ser feita de forma mais técnica", comentou. Uma fonte ligada aos bancos públicos ouvida pelo Estado informou que pelo menos uma das operações estava em negociação "há meses". "Esse tipo de negociação sempre começa três ou quatro meses antes, com uma série de bancos concorrendo", disse, sob condição de anonimato, destacando que coube à Petrobras divulgar os novos empréstimos antes da apresentação do balanço. Do ponto de vista do risco de crédito, segundo Salles, a possibilidade de um calote não é o maior problema de emprestar para a Petrobras.