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Campeãs brasileiras de ciclismo são punidas por doping

Por Demétrio Vecchioli | Estadão Conteúdo

Campeãs brasileiras de ciclismo são punidas por doping
Foto: Divulgação
Menos de dois anos depois de Lance Armstrong, então maior ciclista de todos os tempos, admitir ter se valido de substâncias ilegais para vencer sete vezes consecutivas a Volta da França, o doping chegou à elite do ciclismo brasileiro. As duas campeãs brasileiras de estrada, tanto no adulto quanto no sub-23, estão suspensas por dois anos depois de terem resultado analítico adverso para EPO durante o Brasileiro de Estrada, realizado em junho, em São Carlos (SP).

A Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), porém, não fez questão nenhuma de revelar os casos de doping. As decisões pela suspensão, tomadas no dia 15 de outubro, foram publicadas em local escondido no site da entidade.

Uma das atletas punidas é Marcia Fernandes, a mais nova das primas Fernandes. Ela, Janildes, Uênia e Clemilda formam (com outras três atletas, no máximo) a elite do ciclismo brasileiro. Marcia tem 23 anos, participou do Campeonato Brasileiro pela equipe Durango, da Espanha (assim como Clemilda), e perdeu todos os resultados obtidos desde o dia 28 de junho, quando testou positivo.

Em maio, ela havia sido quinta colocada no Pan de Ciclismo de Estrada, garantindo um lugar para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos. Marcia ainda pode recorrer da decisão, o que parece improvável, uma vez que ela sequer se defendeu nacionalmente - rejeitou o exame da contraprova. A ciclista foi procurada pela Agência Estado na terça-feira cedo, mas se recusou a falar com a reportagem.

A outra atleta que testou positivo para EPO no Brasileiro de Estrada foi a campeã sub-23, Nayara Gomes Ramos, que disputou a competição pela equipe SMERL/Araçatuba. A garota, assim como Marcia, não se defendeu por escrito e não solicitou a contraprova. Ela ainda foi bronze no contrarrelógio sub-23 no Brasileiro, enquanto Marcia foi quarta colocada no adulto.

Não custa lembrar que o EPO, um hormônio secretado pelo rim e que estimula a produção de glóbulos vermelhos, foi o pivô do maior escândalo de doping do País, na Rede Atletismo, em Presidente Prudente, em 2009. Na ocasião, os técnicos Jayme Netto e Inaldo Sena foram condenados por estimular que cinco atletas classificados para o Mundial de Atletismo daquele ano recebessem injeção com EPO sintético. Foram suspensos: Bruno Lins, Jorge Célio da Rocha Sena, Josiane Tito, Luciana França e Lucimara Silveste. Desses, só Bruno Lins voltou com força ao esporte de alto rendimento.

Este mês, a CBC também puniu com dois anos de suspensão outros dois atletas, flagrados no exame antidoping realizado no Campeonato Brasileiro de Ciclismo de Pista, em agosto. Caíram no antidoping Juliana Jacobs Renner, por estanozolol, também droga sintética, e Patrick Gabriel Oyakaua, por tamoxifen.