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Psicologia do Esporte auxilia o desenvolvimentos dos jogadores do Vitória

Por Glauber Guerra

Psicologia do Esporte auxilia o desenvolvimentos dos jogadores do Vitória
Foto: Divulgação / Vitória
Em um período não muito distante, cabia aos treinadores desempenharem a função de “psicólogo” nos times de futebol. Eles aconselhavam, palpitavam e tentavam contornar situações adversas do cotidiano. Mas hoje, nos grandes clubes brasileiros, o posto é ocupado por quem entende e se especializou no assunto. Os psicólogos estão por toda a parte no mundo futebolístico e realizam um trabalho importante no dia a dia das agremiações. No Vitória, a encarregada pela psicologia é Thaise Coutinho, graduada pela Faculdade Ruy Barbosa, em Salvador. A profissional destacou a importância do trabalho à frente do elenco e contou como é a sua rotina no Rubro-negro.
 
“Muitas pessoas acreditam que em um clube o trabalho estará voltado para a Psicologia Clínica, desconhecendo outra especialidade da área, que é a Psicologia do Esporte. Alguns chegam a estranhar ao ver um psicólogo nos jogos, pois esperam encontrá-lo apenas dentro de uma sala, realizando uma intervenção parecida com a terapia. As duas especialidades tem seus pontos de convergência, porém as rotinas são diferentes. No clube, o psicólogo estará atento a todos os fatores que podem interferir no rendimento do atleta, bem como na sua formação como cidadão. A rotina envolve o contato com a família dos atletas, atendimentos pontuais (em caso de problemas pessoais, como separação dos pais ou falecimento de um ente querido), realização de atividades socioeducativas [juntamente com o Serviço Social], observação de treinos e jogos, reuniões com os demais profissionais da comissão técnica, treinamento psicológico individual e em grupo, dentre outras ações”, disse a psicóloga, em entrevista ao Bahia Notícias.
 
No entanto, as atividades não ficam restritas às dependências da Toca do Leão. De acordo com Thaise, eventos externos e temáticos são rotina no Vitória. “As atividades socioeducativas envolvem palestras sobre diversas temáticas - como DST´s e gravidez na adolescência e substâncias psicoativas e desempenho esportivo – e passeios a locais como o Projeto Tamar e o Centro Histórico. A preparação psicológica perpassa pelo trabalho de questões como a melhora da concentração e redução do nível de ansiedade, através do aprendizado de técnicas e estratégias psicológicas”, comentou.
 
Os atletas que saíram recentemente das categorias de base para o time profissional são os que recebem mais atenção do departamento de psicologia, como explica Thaise. “Atualmente, a intervenção é focada nos atletas das categorias de base que ascenderam à categoria profissional, trabalhando-se a gestão de carreira nesse momento de transição e é dada continuidade à preparação psicológica. Os demais jogadores recebem suporte em situações específicas, como a preparação voltada para uma determinada habilidade psicológica”, explicou.
 
De acordo a psicóloga do Rubro-negro, durante a pré-temporada é feito uma planejamento do que será aplicado ao longo do ano. “Na pré-temporada são levantadas questões a serem trabalhadas e ao longo da temporada são realizadas intervenções individuais e em grupo, visando, principalmente, que o atleta obtenha recursos para lidar com as adversidades dentro e fora de campo. Assim, busca-se a prevenção e não uma intervenção emergencial apenas. Por exemplo: o controle emocional diante de ações da arbitragem não deve ser trabalhado somente se o atleta receber cartão vermelho em uma partida importante. É algo que já deve ocorrer bem antes de qualquer possibilidade”, declarou.
 
Engana-se quem acha que o trabalho motivacional é feito apenas em véspera de jogos decisivos. Segundo Thaíse, a atividade é realizada diariamente. “Não vejo a motivação como um fator de véspera de jogo. Esta deve ser trabalhada diariamente, seja através de ações coletivas no treino, seja através de um feedback passado de forma correta pelo treinador, seja a partir da construção de um ambiente positivo e agradável. Para isso, precisa-se conhecer cada atleta e o grupo como um todo, observando-se quais fatores motivacionais estão envolvidos e como devem ser trabalhados para que a equipe se mantenha focada”, garantiu.
 
Para Thaise, a maior gratificação é quando recebe feedback positivo dos atletas. “O melhor retorno sempre será o do atleta. É muito gratificante quando ele percebe o quanto o trabalho vem fazendo a diferença e me comunica sobre o resultado positivo”, concluiu.