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De chuteiras a cartola: Ex-jogadores fazem sucesso como dirigentes em clubes do interior

Por Gabriel Rios

De chuteiras a cartola: Ex-jogadores fazem sucesso como dirigentes em clubes do interior
Osmar e Rodrigo | Foto: Divulgação / Rodrigo Gois

Cada vez mais, ex-jogadores de futebol têm ocupado o espaço diretivo dos clubes. Casos como o ex-lateral da Seleção Brasileira, Leonardo, que foi treinador e dirigente no Milan, da Itália. O próprio Edu Gaspar, que trabalhou como gerente pelo Corinthians, com Tite, depois acabou indo com o treinador para a Seleção e hoje é coordenador técnico. Ex-jogadores também chegaram ao cargo máximo de clubes. Pentacampeões pela Seleção em 2002, Rivaldo, Juninho Paulista e o baiano Vampeta assumiram a presidência do Mogi Mirim, Ituano e Grêmio Osasco, respectivamente. Neste ano, Raí e Ricardo Rocha, ex-jogadores do São Paulo, chegaram ao time do Morumbi com a missão de reestruturar o clube. Raí é diretor-executivo e Rocha faz parte da gestão do departamento do clube.

Foto: Luís Pires / Grêmio Osasco

Na Bahia, existem alguns exemplos. O último deles, a chegada de Petkovic ao Vitória. O sérvio desembarcou na Toca do Leão para cumprir a função de gerente de futebol, pouco tempo depois acumulou a função de técnico, até chegar ao cargo de diretor de futebol. Foi demitido pouco tempo depois. E os times do interior do estado também têm adotado essa filosofia.

 

A Juazeirense, líder isolada do Campeonato Baiano contratou para coordenador de futebol Rodrigo Gois, campeão Baiano pelo Colo-Colo em 2006 e que jogou no Cancão durante quatro anos. O ex-zagueiro, quando jogador da Juazeirense, conciliava o futebol com os estudos. “Fiz o curso de Logística e Gestão de pessoas. Foi uma luta, mas valeu a pena”, explicou. Rodrigo alerta aos companheiros da antiga profissão que é importante, mesmo em atividade, procurar nas horas vagas uma qualificação. “Buscar se qualificar mais, novos conhecimentos. O campo futebolístico é muito grande e os times necessitam de bons gestores para a parte administrativa. Estou colhendo os frutos. É importante que o clube esteja fazendo uma campanha brilhante, até então, pois acaba sobressaindo o trabalho do bastidor”, destacou.

 

Entretanto, Rodrigo nega ser o responsável direto pela boa fase do clube e pondera que apenas auxilia o grupo. “Esse relacionamento de comissão técnica, de estar acompanhando o clube todos os dias nos treinamentos, nas viagens, cria um elo de comunicação importantíssimo. Porque a gente acaba falando a mesma linguagem por ter vivido tudo isso dentro de campo, e passa a entender a real necessidade do atleta, então isso contribui”.

Rodrigo quando era jogador de futebol | Foto: Glauber Guerra / Bahia Notícias

Curiosamente, o companheiro de zaga de Rodrigo no título Baiano em 2006, Osmar Santos, também virou dirigente de um clube do estado. O ex-zagueiro é supervisor do Bahia de Feira. O clube de Feira de Santana briga por uma das quatro vagas que dão acesso à fase final do Baianão. Osmar comenta na época em que atuava dentro de campo, sentiu muita falta de ter um ex-jogador como dirigente. “Acho que não só na supervisão, mas em todos os cargos ligados ao futebol. Seria muito mais proveitoso se tivéssemos ex-jogadores exercendo essas funções”, enfatizou.

 

Porém, Osmar explica que os atletas não podem misturar as coisas. “Nós podemos trazer para o lado de cá toda a vivência dentro de campo, facilitando o bom relacionamento com os jogadores, pois sabemos muito bem tudo que realmente é necessário para que o atleta possa desempenhar bem suas atividades, mas temos que ter cuidado em não deixar os atletas confundirem as coisas”, salientou.

 

O Vitória da Conquista foi fundado e é presidido por Ederlane Amorim, ex-jogador do Vitória, com passagens também por Bolívia e Chile. O presidente destacou a importância desses ex-jogadores ocuparem cargos diretivos, mas fez ressalvas. “O futebol hoje é como qualquer outra empresa. Tem departamento jurídico, de marketing, social, psicólogo, médicos, ou seja, depende muito de onde esse profissional estaria sendo alocado. Na parte de campo, eu acho válido. No departamento de futebol, como gerente, lidando diretamente com a parte técnica, envolvendo contratações, eu acho muito importante. Que tenha um contato entre diretoria e treinadores acho imprescindível. Se for um cargo na parte administrativa, o fato desse profissional ter jogado futebol não o credencia para que vá desempenhar essa função”, explicou.

Foto: Glauber Guerra / Bahia Notícias

Para o início desta temporada, o Vitória da Conquista contratou o ex-jogador Washington para o cargo de treinador da equipe. Porém, o ex-atacante do Fluminense, São Paulo e Atlético-PR não fez um bom trabalho e acabou demitido do Bode. Ederlane explicou como funciona a escolha dos cargos no clube. “Como não temos uma demanda de recursos humanos muito grande, nossos cargos são reaproveitados por pessoas ao longo desse tempo, e na parte técnica, na parte de campo, é óbvio que a gente dá preferência para pessoas que preencham outros requisitos, além de terem sido apenas ex-jogadores”, concluiu.

 

Coincidentemente ou não, a aposta em ex-jogadores vem dando resultado. A liderança isolada da Juazeirense e o bom desempenho da equipe no Baianão têm sido destaque no futebol baiano. O Bahia de Feira figura na quinta colocação do Campeonato Baiano deste ano, empatado com o Jequié, que é quarto colocado. Já o Vitória da Conquista chegou ao vice-campeonato em 2015 e fez outras boas campanhas na competição, chegando entre os quatro primeiros.