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Ex-Bahia, Fausto cogita aposentadoria; dívidas de clubes seriam estopim para decisão

Por Matheus Caldas

Ex-Bahia, Fausto cogita aposentadoria; dívidas de clubes seriam estopim para decisão
Fausto só aceitaria jogar pelo Bahia de Feira | Foto: Matheus Caldas / BN

Um dos jogadores mais experientes do interior baiano, o volante Fausto pode não voltar novamente a jogar profissionalmente. Aos 38 anos, o atleta que atuou por Bahia de Feira e Jacobina neste ano avalia a aposentadoria. Ele só continuará nos gramados com uma condição: retornar ao Tremendão. Descrente com as administrações dos clubes baianos, ele diz que apenas o projeto do campeão baiano de 2011, com o qual ele iniciou uma conversa, o seduziria a continuar atuando. Ele revela que dívidas que outros times possuem com ele pesam nessa decisão.

“A principal opção é jogar. Mas vai depender muito do projeto do clube. Se for para um clube que não tem pretensões, não tenho interesse. Se fecharmos com o Bahia de Feira, eu continuarei. É um clube com projeto. Há um estádio, uma diretoria honesta que cumpre o que acertam. Ainda dá para me motivar num clube como esse”, explicou o jogador, em entrevista ao Bahia Notícias.


O ex-volante do Bahia garante que três dos últimos clubes pelos quais atuou o devem dinheiro – Atlético de Alagoinhas (2014), Fluminense de Feira (2016) e Jacobina (2017). “Infelizmente, a maioria dos clubes pequenos aqui da Bahia não têm essa postura do Bahia de Feira. Precisam se profissionalizar. Têm torcida, mas não possuem dirigentes profissionais. Isso faz com que o atleta antecipe a aposentadoria”, lamenta.
 

Fauto acompanha Hernane em partida entre Flu de Feira e Bahia 

| Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

 

Além do projeto do Bahia de Feira, Fausto destacou a seriedade do Vitória da Conquista, cuja camisa ele vestiu em 2015. Depois, no mesmo ano, ele ainda atuou pelo Flamengo de Guanambi. O Beija-Flor também tinha um débito com ele, mas, após um acordo, um valor foi pago e a dívida foi quitada. No fim do ano passado, após a saída do Flu de Feira, ele ainda jogou pelo Atlântico, que, segundo o atleta, honrou com seus compromissos.

De acordo com Fausto, contudo, nenhum desses casos foi parar na Justiça. Ele espera que os clubes o procurem amigavelmente. “É um desgaste tão grande. É muito pouco. Não compensa. Você tem que procurar e escolher onde jogar. Por isso estou escolhendo o Bahia de Feira. Ainda vale a pena”, aponta.

Ele ainda ressaltou que, apesar das dívidas, se sente próximo das torcidas do Fluminense de Feira e do Jacobina. “Eu tenho um carinho imenso pelo Fluminense e pela torcida. É um clube de massa. O próprio Jacobina, que sempre enche o estádio. Mas, infelizmente, os dirigentes fazem isso com o futebol baiano”, se queixa.

Caso não continue jogando profissionalmente, ele tocará o projeto pessoal de uma academia que ele inaugurou em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

Nascido na capital baiana, Fausto iniciou sua carreira no Guarani-SP. Ele também passou por clubes como Juventus-SP, ASA-AL, Barras-PI, e ABC. Ficou conhecido no futebol baiano quando atuou pelo Bahia, em 2008. A nível estadual, se notabilizou pelo vice-campeonato estadual com o Conquista e com a camisa do próprio Flu de Feira, onde bateu na trave pelo acesso à Série C, em 2016.

 

Fausto quando atuava pelo Bahia | Foto: Divulgação / EC Bahia


Resposta dos clubes

O Atlético de Alagoinhas, clube com a dívida mais antiga, admitiu o débito. O atual diretor de futebol do Carcará, Ítalo Bitencourt explica que não estava na agremiação à época que Fausto atuou, mas admite que, já na sua gestão, tentou resolver a situação.

Fausto foi convidado a jogar pelo Atlético na Série B do Campeonato Baiano desta temporada. Foi lhe oferecido, além do salário, a divisão da dívida em parcelas, juntamente aos vencimentos mensais. Contudo, ele optou pelo Jacobina na Série D. “Infelizmente continuamos esse débito. No entanto, estamos buscando resolver essa situação. Não só a dele, mas como outros atletas. Estamos nos organizando e reconstituindo nossa estrutura e vamos tentar quitar tudo”, explica o dirigente.

O Flu de Feira, por sua vez, nega a situação. O assessor jurídico do clube, Mizael Freitas, garante que, em termos de salário, o clube não deve nada ao atleta. “No que eu tomei conhecimento, o que o Fausto tinha em acerto, tudo foi pago. Mas, se tinha algo a luvas, ou algo parecido, não sei. Isso é com a diretoria. Não posso desconsiderar o que ele está dizendo, mas não posso dizer que foi verdadeiro. Mas salários não devemos”, garante.

Freitas ainda revela que o Touro rescindiu amigavelmente o contrato do jogador que, com contrato vigente, optou por aceitar a proposta do Atlântico. “Ele é um ser humano fantástico e um ótimo jogador. Inclusive, por mim, ele nem sairia. Mas ele acabou tendo essa opção de sair para o Atlântico. No entanto, o que tinha de pendência a nível salário, está tudo certo”, ressalta.

A reportagem do Bahia Notícias não conseguiu contato com a diretoria do Jacobina para repercutir a respeito do assunto.