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Ucraniano radicado na Bahia faz nova viagem em alto mar e leva jovens para o Alasca

Por Edimário Duplat

Ucraniano radicado na Bahia faz nova viagem em alto mar e leva jovens para o Alasca
Foto: Arquivo Pessoal
Desbravador dos sete mares, o ucraniano Aleixo Belov prepara mais uma empreitada para a sua carreira. Neste sábado (3), às 10h (horário da Bahia), o eslavo radicado na Bahia viajará com um grupo tripulantes a bordo do veleiro Escola Fraternidade em busca de um desafio inédito: chegar nas terras frias do Alasca.

“Esse é mais um projeto apenas. Eu já fiz quatro voltas ao mundo, três em solitário e uma com 26 alunos que eu treinei. Depois disso fui à Antártida, com mais nove tripulantes, e sempre pensando no dia de amanhã. Então, antes de voltar eu já estava pensando em mais uma viagem e foi assim que aconteceu”, afirmou o navegador em entrevista ao Bahia Notícias, na qual detalhou um pouco seu atual projeto.

“As quatro voltas ao mundo que dei foram pelos trópicos. Claro que fui pelo Cabo da Boa Esperança, já tive pela Europa, no Mar Negro. Mas, quando fui para a Antártida, fui para o gelo, lá no Sul. E está faltando o Norte, por isso quero ir ao Alasca”, confessou.


Foto: Claudia Cardozo/Bahia Notícias

Nascido em Merefa, na Ucrânia, Belov veio para o Brasil aos seis anos e vive no país desde então. Entretanto, a paixão pelo mar apareceu mais tarde, o que lhe deu uma nova meta de vida. “Tudo meu foi mais tarde. Sou imigrante de guerra, nasci na Ucrânia ocupada pelos alemães. Meu pai saiu de lá antes de eu completar um ano e começou a andar pela Europa. Só cheguei no Brasil com seis anos. Nós não tínhamos dinheiro e não participamos de clube nenhum. Só aprendi a nadar com 14 anos. Fui mergulhar aos 16 e, mesmo começando tarde, eu nunca parei e fui além”, confessou o engenheiro, que conta o segredo de sua dedicação em velejar. “Me apaixonei pelo mar e larguei tudo. Se você se dispersa em muitas coisas, não faz nada direito. Se você é especialista, é em uma coisa. Com isso, concentrei a minha energia com tudo que tinha relação ao mar. Criei um projeto de vida com o que tinha que aprender, os livros para ler, as línguas que tinha que falar, saber lutar, entender filosofia. Fiz tudo isso aos 22 e só fui dar a minha primeira volta ao mundo aos 37”, completou.

Com sua vontade de velejar, Belov não descarta que essa viagem pode se transformar em uma nova volta ao mundo. Com um projeto inicial que passará por locais como o Caribe, Panamá, Polinésia e Havaí, o navegador admite que não tem previsão de retorno. “A chance é muito grande, acima de 90%. Porque eu não gosto de voltar e dessa vez eu fiz só um plano de ida, nem um plano de volta eu criei. E todas as viagens que fiz, com exceção da Antártida, que saí de Salvador e voltei, todas foram de volta ao mundo. Porque eu acho que voltar é uma coisa ruim. O planeta é muito pequeno e, às vezes, eu só voltei porque a terra é redonda”, brincou.


Foto: Cláudia Cardozo/Bahia Notícias

Essa é a terceira vez que Aleixo terá tripulantes em suas navegações. Conhecido como “Navegador Solitário”, o ucraniano sentiu a necessidade de levar para outras pessoas a experiência de uma viagem pelos mares. “Eu primeiro dei três voltas ao mundo sozinho, em um barco pequeno, e fui muito feliz. Mas percebi que não adiantava ser feliz sozinho, queria que outras pessoas passassem pela experiência. Aí, quando consegui ganhar um dinheiro melhor, eu construí um veleiro-escola de 80 toneladas e passei a convidar pessoas para viajar comigo. Principalmente gente jovem das mais diversas profissões. A intenção é que, depois que naveguem comigo, eles nunca mais sejam os mesmos. Abram suas janelas de percepção do mundo”, admitiu.

Com o grande número de interessados, os tripulantes acabam substituídos no meio do trajeto, para que um grande número de pessoas participem do processo. “Na quarta viagem, ninguém pagou um centavo, tudo foi patrocinado pela minha empresa de engenharia. Sei que muitas pessoas cresceram, evoluíram no processo. Outras foram apenas para turismo. As pessoas que não tinham condições financeiras não foram cortadas, pois tudo era para saber o potencial de cada um, independente de sua situação. Na Antártida eu selecionei com mais rigor porque é um trajeto difícil, mas sempre com o mesmo espirito. Agora, pro Alasca, estou saindo só com sete pessoas. Em Natal vem mais um e no Caribe vamos trocando. Em Galápagos, chega um grupo que tem interesse pela Polinésia e, no Havaí, a turma que vai comigo para o Norte”, explicou.