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Bimba planeja medalha nos Jogos Olímpicos em 2016: 'É o único pódio que me falta'

Por Matheus Caldas

Bimba planeja medalha nos Jogos Olímpicos em 2016: 'É o único pódio que me falta'
Foto: Divulgação
Os Jogos Olímpicos são a maior festa do esporte do planeta. O Brasil terá o privilégio de receber o torneio em 2016, no Rio de Janeiro. Alguns atletas brasileiros de diversas modalidades têm totais chances de garantir bons resultados. Um deles é o carioca Bimba, 35, atleta de windsurf. Ele é o atual líder do ranking mundial na categoria RS:X.
 
Ricardo Winicki Santos, o Bimba, é natural do Rio de Janeiro e começou com o windsurf  aos 11 anos. O esporte já dá títulos para o velejador desde 1997, quando foi campeão Mundial da Juventude. Nas Olímpiadas, sua melhor marca foi em Atenas, 2004, quando bateu na trave e ficou em 4º lugar. “Em Atenas consegui ficar o tempo todo na liderança. Mas por conta de uma regata, que eu não me saí bem, meus adversários acabaram me ultrapassando. Isso acontece no esporte”, contou em entrevista ao Bahia Notícias.
 
O velejador esteve na Bahia, para a disputa do Campeonato Brasileiro de Windsurf, realizado na Ilha de Bom Jesus dos Passos, na Baía de Todos os Santos, no último fim de semana, entre os dias 20 e 22. Ele elogiou os velejadores baianos Alexandre Lessa e Adrianno Azevedo, mas mostrou-se preocupado com a situação do esporte na região. “O esporte tem muito a crescer, e aqui na Ilha tem que surgir um projeto social urgente”.

 Bimba é um atleta internacional. Campeão Mundial em 2007, e vice em 2002 e 2005, ele demonstra ansiedade para competir em casa. “Estou bastante animado [para competir em casa]. Gosto muito da energia da galera. Como tudo na vida, existe o lado bom e o ruim. Talvez, haja mais pressão. Estarei com meus amigos e minha família. Fiz um bom Mundial em Búzios, fiquei em 4º lugar. Fui campeão Pan-americano no Rio, em 2007”. Ele também rechaçou qualquer tipo de favoritismo. “Isso é meio neutro. Se fosse assim, todos que competissem em casa teriam que ganhar. No entanto, acredito que existe uma pequena vantagem por conhecer o local”.
 
Mesmo não colocando o favoritismo como ponto fundamental para a conquista de uma medalha, Bimba considera que a preparação foi bem feita. Para ele, o título dos Jogos Pan-americanos em Toronto, este ano, é um reflexo disso. “Estou bem preparado fisicamente. Fiz um bom Pan-americano esse ano e acho que meu diferencial foi a parte física. Esse ano de 2015 foi muito intenso, mas valeu a pena todos esses campeonatos que me deixaram na liderança do ranking”. Mesmo com todo o currículo, Bimba ainda sonha. “O objetivo é disputar o pódio. O primeiro é fazer a regata da medalha, a ‘medal race’, para ficar entre os 10 primeiros colocados. Mas espero sair com a sonhada medalha olímpica, que é o único pódio que falta na minha carreira. Contudo, tenho a total noção da dificuldade”, completou.
 
A maioria dos esportes olímpicos tem um favorito para cada prova. Na natação, Michael Phelps sabe que uma medalha de ouro já está garantida. No atletismo, Usain Bolt é o grande nome. Para Bimba, o que diferencia o seu esporte dos outros é o equilíbrio. “Dá pra fazer uma lista grande. Nos últimos 10 mundiais olímpicos que tiveram com essa prancha nova (RS:X), foram 8 campeões mundiais diferentes. Pra se ter ideia, o único bicampeão nem se classificou para o Rio, que é o francês. Tem o Nick Dempsey, da Inglaterra, que foi prata em Londres (2012); tem o Dorian [ van Rijsselberge], holandês, ouro em Londres; o polonês que foi bronze em Londres também não se classificou, eu, o espanhol Ivan Pastor; em Israel ainda está tendo a seletiva, lá tem um cara forte; tem o Tony, que é alemão e um chinês também. É uma lista grande.”
 
Mas os projetos de Ricardo não se limitam somente aos Jogos do Rio. Ele diz que, apesar de já ter 35 anos, não pensa em parar e já faz planos para disputar os Jogos de Tóquio, em 2020. “Se parar pra pensar, o polonês tem 35, o inglês também; o francês 36, o português 43. Tem uma galera da geração de 80 que perdeu pra mim no Mundial da Juventude que fui bicampeão. Tenho 35 e sou líder do ranking mundial”, ponderou. No entanto, ele já fez seu ‘pé de meia’ para quando aposentar-se. “Tenho uma escola em Búzios, junto com um projeto social, que eu apoio há 10 anos. Esse projeto está sendo apoiado agora por Furnas, meu patrocinador. Vou continuar tocando isso. Tendo patrocínio e vontade de velejar eu vou seguindo. Depois, provavelmente, trabalhar com técnico e preparação de atletas. Quem sabe trabalhar na federação e ajudar o futuro da vela brasileira”.
 
Como carioca nato, o velejador demonstra muita empolgação e otimismo com os Jogos, mesmo com os problemas de poluição da Baía de Guanabara, local das competições de vela. “O Brasil nunca fez feio em nenhum evento de grande porte. Pan-americano, Copa do Mundo, Rock in Rio, carnaval. Acho que o brasileiro sabe fazer festa, o problema é quanto custa essa festa. Mas eu acho que a Olímpiada será nota 10. Talvez atrase alguma coisa, outra obra fique pronta em cima da hora, mas tem sido bem positivo”. Para ele, a situação da baía ‘não é boa’, mas avisa: “A população tem que se conscientizar e não jogar lixo nas praias”.