Melhor do estado, atleta baiana pede apoio para competir em Mundial de Jiu-Jitsu
Por Edimário Duplat
Medalha conquistada na Seletiva para o Mundial de Abu-Dhabi
Com apenas 15 anos, Rebecca conheceu o jiu-jitsu e teve uma grande afinidade com a modalidade. Porém, desde o seu início teve que enfrentar duros desafios no esporte. “Eu comecei a competir na Copa Ciclone, em 2012, e sempre tive um grande problema. Sempre fui muito tímida e isso me atrapalhou muito na minha relação com as pessoas e nos campeonatos, pois tinha muita vergonha de ver as pessoas me olhando. Eu continuava, mas só perdia e as meninas que competiam comigo já me humilhavam e chamavam de freguesa”, afirma em entrevista ao Bahia Notícias. Porém, os problemas com a jovem não se resumiam apenas ao mundo do esporte. “A Rebecca chegou até nós através de outro aluno meu e era bastante tímida. Além disso, vinha de uma separação dos seus pais e sofria muito bullying dos outros garotos. Tinha tanto medo das pessoas que ficou um ano sem sair para a rua, por exemplo. Mas, com o Jiu-Jitsu foi se conhecendo melhor e acabou ganhando o respeito próprio e das pessoas ao seu redor”, diz o treinador Marcelo Villas Boas (MVP), da academia Fight Club. Pela equipe, Alburquerque saiu do anonimato e passou a se tornar protagonista da modalidade, vencendo etapas do Campeonato Baiano e conseguindo uma heróica classificação para o Mundial de Abu-Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. “Foi uma seletiva que aconteceu em Brasília e reunia atletas do mundo todo, inclusive brasileiros que moram fora do país”, comemora a soteropolitana, que em 2014 foi eleita junto com o seu técnico como os melhores atletas e treinadores do Jiu-Jitsu baiano pela Sudesb.
Rebecca e seu treinador Marcelo Villas Boas
Apesar da crescente evolução, a falta de um apoio financeiro dificulta os próximos passos na carreira de Rebecca Albuquerque. Contando apenas com o apoio da mãe, que tira dinheiro do próprio bolso para bancar as viagens, a lutadora espera apoio de patrocinadores para seguir no mundial na Ásia. “A maioria das medalhas que conquistei são aqui em Salvador ou no interior da Bahia. É um custo alto para viajar e pretendo ser uma atleta de ponta, mas para isso preciso de patrocínio. Hoje consegui a vaga para o Mundial e até entrei em contato com a Sudesb para conseguir o FazAtleta, mas preciso de uma empresa que possa nos patrocinar e debite o valor do seu imposto de renda”, explica a baiana, que mesmo com essa indefinição segue se condicionando para o torneio. “Eu pretendo até o final do ano viajar mais para poder chegar lá com mais experiência. Existem vários campeonatos importantes como o Mundial da Califórnia e o Europeu além dos torneios no Brasil como o Sul-Americano. E eu pretendo ir a todos”, finalizou.
Equipe do Fight Club MVP
Foto: Reprodução/Facebook