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Melhor do estado, atleta baiana pede apoio para competir em Mundial de Jiu-Jitsu

Por Edimário Duplat

Melhor do estado, atleta baiana pede apoio para competir em Mundial de Jiu-Jitsu
Fotos: Cláudia Cardozo/ Bahia Notícias
O esporte é um cenário constante para histórias de superação. Além dos valores da competição, que ensinam sobre vencer e perder, a prática da atividade física também dignifica o ser humano e o ajuda a enfrentar as diversas dificuldades que a vida proporciona. Neste cenário, o caso de Rebecca Albuquerque não é diferente: tímida e com problemas para se expressar, a lutadora da categoria dos meio-pesados teve no jiu-jitsu uma escola que a transformou em uma das referências no cenário do desporto baiano e com vaga garantida no Mundial de Abu-Dhabi. Entretanto, para seguir com sua carreira, a atleta precisa de apoio financeiro em sua nova empreitada em um dos esportes que mais se destaca em todo o globo.


Medalha conquistada na Seletiva para o Mundial de Abu-Dhabi

Com apenas 15 anos, Rebecca conheceu o jiu-jitsu e teve uma grande afinidade com a modalidade. Porém, desde o seu início teve que enfrentar duros desafios no esporte. “Eu comecei a competir na Copa Ciclone, em 2012, e sempre tive um grande problema. Sempre fui muito tímida e isso me atrapalhou muito na minha relação com as pessoas e nos campeonatos, pois tinha muita vergonha de ver as pessoas me olhando. Eu continuava, mas só perdia e as meninas que competiam comigo já me humilhavam e chamavam de freguesa”, afirma em entrevista ao Bahia Notícias. Porém, os problemas com a jovem não se resumiam apenas ao mundo do esporte. “A Rebecca chegou até nós através de outro aluno meu e era bastante tímida. Além disso, vinha de uma separação dos seus pais e sofria muito bullying dos outros garotos. Tinha tanto medo das pessoas que ficou um ano sem sair para a rua, por exemplo. Mas, com o Jiu-Jitsu foi se conhecendo melhor e acabou ganhando o respeito próprio e das pessoas ao seu redor”, diz o treinador Marcelo Villas Boas (MVP), da academia Fight Club. Pela equipe, Alburquerque saiu do anonimato e passou a se tornar protagonista da modalidade, vencendo etapas do Campeonato Baiano e conseguindo uma heróica classificação para o Mundial de Abu-Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. “Foi uma seletiva que aconteceu em Brasília e reunia atletas do mundo todo, inclusive brasileiros que moram fora do país”, comemora a soteropolitana, que em 2014 foi eleita junto com o seu técnico como os melhores atletas e treinadores do Jiu-Jitsu baiano pela Sudesb.


Rebecca e seu treinador Marcelo Villas Boas

Apesar da crescente evolução, a falta de um apoio financeiro dificulta os próximos passos na carreira de Rebecca Albuquerque. Contando apenas com o apoio da mãe, que tira dinheiro do próprio bolso para bancar as viagens, a lutadora espera apoio de patrocinadores para seguir no mundial na Ásia. “A maioria das medalhas que conquistei são aqui em Salvador ou no interior da Bahia. É um custo alto para viajar e pretendo ser uma atleta de ponta, mas para isso preciso de patrocínio. Hoje consegui a vaga para o Mundial e até entrei em contato com a Sudesb para conseguir o FazAtleta, mas preciso de uma empresa que possa nos patrocinar e debite o valor do seu imposto de renda”, explica a baiana, que mesmo com essa indefinição segue se condicionando para o torneio. “Eu pretendo até o final do ano viajar mais para poder chegar lá com mais experiência. Existem vários campeonatos importantes como o Mundial da Califórnia e o Europeu além dos torneios no Brasil como o Sul-Americano. E eu pretendo ir a todos”, finalizou.


Equipe do Fight Club MVP
Foto: Reprodução/Facebook

Sem uma entidade mundial que a regule mundialmente, o Jiu-Jitsu não encontra espaço para entrar na categoria olímpica. Mas o esporte, que completa 100 anos no Brasil em 2015, segue com os mesmos problemas vividos por outras modalidades no estado. “Infelizmente hoje, muito gira em torno do futebol. Tem muitos esportes com gente de talento que mostram o que a Bahia tem e falta investir nessas pessoas que tem potencial. O Jiu-Jitsu tem vários campeonatos, é um esporte que cura, educa e evolui. Investir nesse esporte é agregar a marca a um marketing humano, incentivando a prática e transformando as pessoas. Em outros estados, existem investimentos de empresas, mas aqui estamos atrás de várias cidades”, confessa MVP. Para falar da força que o Jiu-Jitsu dá a sua vida, Rebecca não tem medo de demonstrar a maneira como a arte marcial foi fundamental para transformar a sua forma de ver o mundo e suas relações humanas. “Tudo mudou. Eu não sei como seria hoje sem o jiu-jitsu. Na época da separação dos meus pais, passamos por problemas pessoais e financeiros e o bullyng e a timidez me atrapalhavam muito. Tive muitas dificuldades na vida e o esporte foi algo que me ensinou a enfrenta-las. Hoje sou confiante e corajosa por conta dele”, admite. Para os interessados em apoiar a atleta em suas trajetória esportiva, podem entrar em contato pelo número de sua mãe, Vânia Azevedo (71 8784-4185) ou da Academia Fight Club (71 9249-5697).