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Sem piscinas, Polo Aquático baiano sobrevive com paixão de atletas e novas alternativas

Por Edimário Duplat

Sem piscinas, Polo Aquático baiano sobrevive com paixão de atletas e novas alternativas
Foto: Polo Aquático Bahia/Facebook/Divulgação
Dentre os muitos esportes praticados nas piscinas, o Polo Aquático é uma das modalidades que mais apresenta dificuldades em território baiano. Em um ambiente com carência de equipamentos voltados a prática do desporto aquático e com a crescente decadência dos clubes e agremiações multiesportivas, um dos esportes mais tradicionais dos jogos olímpicos vive apenas pela paixão dos seus praticantes, que em meio à ideias alternativas, conseguem manter em evidência o desporto.


Brasil foi medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos 2011
Foto: AFP

Conhecido por muitos como o “rugby aquático”, o jogo tem suas origens atreladas à prática em rios e lagos ingleses, sendo mais tarde levado para as piscinas, passando por diversas transformações nas regras e modo de disputa. Primeiro esporte coletivo a integrar os Jogos Olímpicos, em Paris, no ano de 1900, o Polo sempre apresentou uma grande popularidade no evento, e teve seu momento áureo no Brasil na década de 60, quando passou por um processo de modernização de seu estilo de jogo, que participou dos Jogos de 1960, 1964 e 1968. Somam-se a essas edições os anos de 1920, 32 e 84, onde o país também levou representantes para o evento esportivo. Nos últimos 30 anos, a modalidade voltou a ganhar destaque no país desde o início do século XXI, conquistando importantes resultados e sofrendo uma reestruturação em vista dos Jogos do Rio de Janeiro. Entretanto, apesar da aparente evolução no país, o cenário baiano vai em um caminho inverso com a falta de estruturas para a sua prática e uma completa ausência para a formação de novos atletas para 2016 . “Hoje, aqui em Salvador, nós não temos condições de formar um atleta para a seleção brasileira” afirma Alexandre Albuquerque, professor de educação física e um dos poucos atletas de polo aquático do estado que praticou o esporte profissionalmente.


Torneio realizado em 2012 nas piscinas baianas.
Foto: Facebook/Reprodução

Atuando desde os anos 80, Alexandre é fruto de uma das últimas gerações que figurou a nível profissional no estado, e depois de passagens por piscinas no Brasil e na Europa, segue ministrando aulas em um dos poucos espaços disponíveis para a prática do desporto aquático na capital baiana. Porém, segundo o próprio atleta, a criação de uma nova geração esbarra em fatores externos que não ajudam o desenvolvimento do Polo Aquático nas piscinas. “O fim de clubes como a Associação Atlética e a decadência de outros, fizeram com que ficássemos limitados a poucas opções em Salvador. E sem piscinas com medições olímpicas, como era o caso da Fonte Nova, hoje ficamos em desvantagem. Sofremos muito com isso, porque temos a natação fraca e vamos jogar com uma diferença de dimensão (da piscina) que para nós é absurda, e com isso temos pouco tempo para chegar no ataque. O Polo Aquático é um esporte coletivo que exige muito do atleta pelo seu preparo físico e desgaste, e precisa de muita dedicação” confessa. Sem uma nova geração, o número de atletas em atividade torna impossível o retorno de um campeonato estadual, o que faz com que a representação baiana em torneios federativos seja organizada por um combinado de atletas cada vez mais veteranos, e desfocados com os novos regulamentos do esporte.


A Academia Cavalo Marinho utiliza o Clube Baiano de Tênis para
o ensino do Polo Aquático em Salvador Foto: Facebook/Reprodução

Apesar das dificuldades, as promessas de um novo complexo aquático em Salvador dão esperança para uma futura geração no Polo. Perguntado sobre o tema, Albuquerque explica que um espaço de integração entre as modalidades aquáticas é o melhor cenário para evoluir os dois esportes. “O Polo Aquático se desenvolveu na Bahia nos anos 80, na piscina da Fonte Nova. Pelas medições, a piscina era dividida junto com a Natação, e assim os atletas passavam a ter interesses no Polo, já que muitos migravam de um para o outro. Esse contato era facilitado pelo intercâmbio de atletas e a quebra de rotina também, os professores interagiam e acabaram sugerindo atletas para a outra categoria por suas características físicas, além de que em muitos casos, uma pode ser utilizada pelo atleta da outra modalidade como um momento lúdico, de descontração e diversão” destaca. Enquanto o retorno de uma piscina pública não se torna realidade, as alternativas para que o Polo Aquático não morra transferem o cenário das piscinas para os mares. Desde 2011, a Bahia é o berço do Circuito Brasileiro de Praia de Polo Aquático, reunindo atletas de todo o país em torno de uma modalidade mais próxima de público que, em grande parte, desconhece os regulamentos do esporte e tem o seu primeiro contato com uma das mais antigas praticas esportivas do mundo.


Morro de São Paulo é uma das sedes do Circuito Brasileiro
de Praia de Polo Aquático Foto: Facebook/Reprodução