Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Holofote
Você está em:
/
/
Esporte

Notícia

Equipes baianas têm dificuldade para montar times competitivos no futebol feminino

Por Júlia Belas

Equipes baianas têm dificuldade para montar times competitivos no futebol feminino
O São Francisco do Conde foi campeão baiano em 2013 | Foto: Divulgação / FBF
Um dos principais destaques da seleção brasileira de futebol, Miraildes Maciel Mota, a Formiga, é a única jogadora no mundo a disputar cinco edições dos Jogos Olímpicos, entre Atlanta-1996 e Londres-2012. A baiana é um dos maiores expoentes da modalidade que, apesar de ter destaques importantes como Marta, continua com dificuldades para se manter no Brasil. Mas o êxito de uma jogadora como Formiga depende muito mais do talento individual do que de projetos que façam surgir novas atletas baianas que possam vestir a camisa canarinha. Mesmo assim, na Bahia, o São Francisco do Conde é um caso à parte. Mesmo sendo segundo colocado no ranking da CBF de futebol feminino, o time precisa lutar para manter uma equipe competitiva a nível nacional devido ao calendário irregular do futebol feminino no estado e no país. A equipe foi eliminada na terceira fase da Copa do Brasil e, por isso, sua última partida oficial foi no dia 4 de março, contra a Ferroviária-SP. O time agora se prepara para a disputa do Campeonato Brasileiro Feminino em setembro. "O Campeonato Brasileiro caiu como uma luva, não teremos custo nenhum. A Caixa Econômica Federal vai financiar toda a competição. Mas, mesmo assim, nós temos que saber até que ponto vamos ter apoio daqui da cidade. Mas não vamos deixar de disputar a competição", afirmou Mário Augusto, coordenador da equipe, em entrevista ao Bahia Notícias. O time busca maior apoio da prefeitura, mas preferiu adiar as negociações por conta da morte da prefeita Rilza Valentim. Um dos resultados do trabalho da equipe é a atacante Maria Eduarda, que vai defender a seleção brasileira sub-20 na Copa do Mundo Feminina da categoria no Canadá, que acontece entre 5 e 24 de agosto. "Estamos muito felizes, já que ela vai representar toda a equipe na competição. Ela é do sub-20, mas já foi convocada algumas vezes e pode defender a seleção adulta também", disse o coordenador.



Bahia e São Francisco fizeram a final do último Campeonato Baiano, vencida pela equipe do interior | Foto: Divulgação / FBF

Na capital, o Esporte Clube Bahia mantém um time de futebol feminino desde outubro de 2013. Desde então, a equipe chegou à final do Campeonato Baiano e foi derrotada pelo São Francisco, enquanto na Copa do Brasil foi eliminada pelo Sport ainda na primeira fase, no dia 5 de fevereiro de 2014. Depois dos dois torneios, no entanto, o time tricolor foi desfeito e agora o clube tenta se recompor para disputar o Campeonato Brasileiro, representando o estado ao lado do São Francisco na competição nacional. De acordo com Diego Tavares, coordenador técnico do time feminino do Bahia, o clube encontra dificuldades para manter as jogadoras. "Nós treinamos, fazemos amistosos, mas falta mesmo um apoio maior para a categoria. Fica muito difícil captar recurso para manter a equipe, e por isso nós montamos times momentâneos, específicos para o torneio. Depois do estadual, ficamos com o primeiro semestre perdido, já que não disputamos mais nenhum torneio. Fica complicado manter um time por seis, sete meses sem disputar uma partida", lamentou Diego. As jogadoras do Bahia treinam às segundas, quartas e sextas em uma sede no bairro do Imbuí, em Salvador, e às vezes aproveitam as instalações do clube no Fazendão, em Itinga. Para o Campeonato Brasileiro, o time vai recorrer às atletas que disputaram o Campeonato Baiano e a Copa do Brasil, além de buscar informações sobre reforços em outros estados, que possam vir para vestir a camisa do tricolor baiano. Entretanto, a busca de jogadoras experientes esbarra na falta de verba, pois os valores para pagar as atletas vem dos apoios conseguidos pelo grupo que adminstra a equipe feminina, que são bem escassos. "A média salarial das jogadoras fica entre R$ 500 e R$ 1.000. A folha salarial gira em torno dos R$ 15 mil por mês. Nós buscamos patrocínio e apoio, porque o acordo com o Bahia não envolve dinheiro e a gente busca patrocínio para arcar e montar um time forte", revelou Diego. Tanto Bahia quanto São Francisco representam o estado no Campeonato Brasileiro, que terá início em setembro. Já o Campeonato Baiano está marcado para o início do mês de outubro.