Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Holofote
Você está em:
/
/
Entrevistas

Entrevista

Candidato pela terceira vez, Fernando Jorge cita experiência para cuidar do futebol do Bahia

Por Ulisses Gama

Candidato pela terceira vez, Fernando Jorge cita experiência para cuidar do futebol do Bahia
Fotos: Jamile Amine / Bahia Notícias

Candidato à presidência do Bahia pela chapa "Voltar a Sorrir", Fernando Jorge Carneiro volta a figurar na política do Bahia. Ex-diretor de futebol e presidente do Conselho Deliberativo, o empresário tenta pela terceira vez o maior cargo do clube. Em entrevista ao Bahia Notícias, o pretendente a mandatário acredita que o foco do Bahia em sua gestão, caso eleito, será o futebol. "Tenho certeza que vou encontrar um Bahia com controle de custos. O Reub Celestino começou e o Marcelo Barros continuou a política de gestão financeira e a parte do futebol é o que precisamos fazer. Precisamos melhorar a qualidade da base. Hoje ela custa R$ 10 milhões por ano e não nos deu nenhum ativo nos três últimos anos...", explicou. Em sua explanação, Fernando Jorge declarou o seu amor ao clube, falou sobre os planos com o Fazendão e a Cidade Tricolor, além do contrato com a Arena Fonte Nova. "Acho que temos que rever o contrato. Acho que é vantajoso, mas precisamos melhorar. Críticas: sou um torcedor presente no estádio e a média é inferior ao Pituaçu na Série B. Olho para o estádio e vejo os anéis vazios. Por que não encher eles? É o preço? Ontem dei uma volta e fiquei impressionado como as pessoas ficam do lado de fora. Temos que encher esse estádio o máximo possível porque o Bahia é do povo", indicou. Confira a entrevista completa:


O que levou você a se candidatar à presidência do Bahia?
Meu amor e minha paixão pelo clube. Venho desde 1964, quando joguei nas categorias juvenis. Fui conselheiro do clube com 21 anos, em 1972. Fui subdiretor de futebol na gestão de Luís Alberto Bandeira de Matos, depois foi assessor da gestão de Fernando Schmidt. Fui expulso do Conselho por ter tido três faltas consecutivas e na época usaram o estatuto e hoje não está sendo feito isso. Em 94, o saudoso Osório Villas Boas assumiu a vice-presidência de futebol na gestão Pernet e me convidou para ser diretor de futebol. Montei aquele time de Raudinei. No primeiro turno, não tivemos êxito e colocamos para fora o Artur Bernardes e trouxemos o Joel Santana. Depois me afastei e só voltei em 2003 com o movimento "Devolva meu Bahia".

 

Você esteve em processos de eleição diferentes do atual...
Não gosto muito de voltar atrás, mas nesse assunto vou voltar. Em 2005 me candidatei para uma eleição com um Conselho viciado, com check-list. Não era eleição, mas mesmo assim tive 51 votos.  Em 2008 achamos que a solução do Bahia era via Justiça. Fizemos um ato jurídico para suspender a eleição de 2008. Daí surge todo o processo capitaneado pelo advogado Pedro Barachisio Lisboa e o sócio remido Jorge Maia, que culminou na intervenção.

 

Como avalia a atual gestão do clube?
Só vejo o futebol de negativo. Foi o maior orçamento da história. Elogio o presidente por ter ido de encontro à Rede Globo, que é a patrocinadora oficial do Campeonato Brasileiro. Com a proposta, colocamos R$ 40 milhões a mais, que foram usados em parte no futebol, sem êxito. Foram 67 jogadores contratados em três anos, onze preparadores físicos, quatro treinadores, três diretores de futebol. Quanto se pagou para trazer e quanto se indenizou? Aí vem um elogio, as indenizações estão em ordem legal. Mas isso é obrigação. Te pergunto: você recebe em dia? No Bahia tem um exagero de elogios por se pagar em dia. Sou empresário e a minha Biblia é pagar os meus funcionários dentro do prazo, recolhendo todos os encargos necessários. Não vejo isso como uma grande gestão. Em cima do futebol tiveram erros e perdemos dinheiro. No patrimônio, como presidente do Conselho Deliberativo, durante a gestão Schimidt, assinei a recompra do Fazendão lá em Itinga e não aceitamos a entrega de Dias D'Ávila porque não tinha o que fazer. O Bahia não tem condição de ter esses dois ativos em operação. Não pode se dizer que foi recuperado agora. Houve um acidente pela empresa (OAS) ter entrado em recuperação judicial, mas o jurídico do Bahia atuou com presteza.

 

Com a situação dos CT's praticamente definida, qual seria a sua decisão? 
Escolheria o Fazendão. Futuramente terá um ativo maior e nos comportaria. Não vou vender. Se acontecer, tenho que provar o motivo. Vou ficar com tudo. O Bahia não pode perder ativo, mas não pode ter os dois. Estamos planejando uma permuta, um direito de uso. Por que não posso ter Pituaçu sem abrir mão da Arena Fonte Nova?

 

A relação com a Arena Fonte Nova pode melhorar de que forma?
Acho que temos que rever o contrato. Acho que é vantajoso, mas precisamos melhorar. Críticas: sou um torcedor presente no estádio e a média é inferior ao Pituaçu na Série B. Olho para o estádio e vejo os anéis vazios. Por que não encher eles? É o preço? Ontem dei uma volta e fiquei impressionado como as pessoas ficam do lado de fora. Temos que encher esse estádio o máximo possível porque o Bahia é do povo. Tenho me preocupado com o momento que o mundo passa, que é o do capital. Não se pode ter excessos. Faço uma comparação do futebol com o Carnaval de Salvador. Como está o Carnaval de Salvador? O capital está acabando.


Qual o principal ponto a ser trabalhado em sua gestão, caso eleito?
Futebol. Tenho certeza que vou encontrar um Bahia com controle de custos. O Reub Celestino começou e o Marcelo Barros continuou a política de gestão financeira e a parte do futebol é o que precisamos fazer. Precisamos melhorar a qualidade da base. Hoje ela custa R$ 10 milhões por ano e não nos deu nenhum ativo nos três últimos anos, não teve um jogador da base que seja um ativo real de valor no mercado. Todos que estão no time titular, Jean, Capixaba, todos esses foram criados por gestões anteriores.

 

O que é possível fazer para elevar o Bahia de patamar no futebol nacional?
Diminuir custos, aumentar receita, contratar correto, trabalhar com quem conhece de futebol. Nessa chapa, estivemos dentro do campo como dirigentes, tenho um vice-presidente que milita há quarenta anos na crônica esportiva e foi empresário de futebol. Falam muito do Tillemont, mas tem quatro anos que se afastou. O regime é presidencialista e eu serei o presidente. Cobrem de mim, porque não vou colocar uma raposa em um galinheiro. Tillemont vai me ajudar muito no que sabe.

 

O Bahia hoje conta com cerca de 16 mil associados. Como fazer para aumentar esse número?
Temos que rever o projeto de associação. A intenção de trazer o profissional (Jorge Avancini) como diretor de mercado foi boa, mas não agradou. Uma pesquisa do Ibope diz que o Bahia tem quatro milhões de torcedores. Se 16 mil são sócios, temos 0,4%. Tenho um universo de 99,6% para conquistar. Sabe o que precisa? Competência! Qual o motivo que o torcedor não se associa e não entra no estádio? Vamos estudar e uma pesquisa vai nos dizer. 

 

Que mensagem você deixa ao torcedor e associado?
Não tenho chefe e nem filiação partidária. Estou entrando nisso por amor. Quem me conhece sabe do meu amor. Lançamos uma candidatura no Mercado do Peixe e quando cantamos o hino me emocionei. Estava em Porto Alegre no título brasileiro. A cachaça foi tão grande que faltou gasolina no carro alugado (risos) e não sabíamos o que tinha acontecido com o carro. Quero retribuir tudo isso. Tenho um amigo saudoso, o Rodolfo Tourinho, que me disse uma frase muito justa: "O homem tem que retribuir em vida algo que a vida lhe deu". Uns vão para o serviço público e poucos retribuem, outros fazem ações sociais, outros fazem esportes. Minha cachaça é o Bahia e outras ações sociais.