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Entrevista

Presidente da FBDA lamenta momento da natação brasileira e avalia gestão na Bahia

Por Matheus Caldas

Presidente da FBDA lamenta momento da natação brasileira e avalia gestão na Bahia
Albuquerque é dirigente e atleta | Foto: Arquivo pessoal

Os esportes aquáticos na Bahia passam por um novo momento. Desde abril, Diego Albuquerque assumiu a presidência da Federação Bahiana de Desportos Aquáticos (FBDA), substituindo Sérgio Silva, que ficou no posto durante 12 anos. Dentre inúmeros assuntos, ele destacou o projeto de sua equipe à frente da entidade. “Nosso objetivo, em quatro anos, é deixar a federação profissionalizada. Estamos dando os primeiros passos”, contou, em entrevista ao Bahia Notícias. Albuquerque também lamentou o momento vivido pela natação e as demais modalidades no país. Segundo ele, o fato disso recair sobre os atletas mais jovens é um dos fatores mais problemáticos. “Imagine como é lidar com um atleta jovem, com sua primeira oportunidade de viajar e não poder por conta de questões judiciais. É complicado”, desabafou. O dirigente também comentou sobre a renovação da natação baiana e celebra a tradição do estado nas maratonas aquáticas.

Dois meses após assumir a presidência da FBDA, o que de diferente é possível ver nos esportes aquáticos da Bahia?
A primeira coisa que estamos tentando mudar é a comunicação. Queremos ter uma comunicação mais direta com os atletas. Estamos trabalhando muito nas redes sociais, nos releases e na comunicação. Isso já deu para ver alguma coisa. Estamos buscando novas parcerias que estão se concretizando. Algo de patrocínio, renovações pontuais nas competições. Claro que almejamos outras coisas. Nosso objetivo é deixar a federação profissionalizada. É nosso objetivo em quatro anos. Estamos dando os primeiros passos.

Qual o legado que o ex-presidente Sérgio Silva deixou pra você?
O Sérgio deixou a federação organizada. Ele deixa não só para a FBDA, mas principalmente para as federações do Nordeste, um modelo de competição muito bom. Ele fortaleceu a maratona aquática na Bahia. É nosso carro-chefe. Exportamos mais no mar que na piscina. Ele instituiu um método de competição. Tanto que ele sempre foi árbitro da confederação pra fazer as competições. Ainda conto com a ajuda dele nas competições, na organização da arbitragem. Ainda requisito muito a experiência dele.

Como você vê o atual cenário da natação baiana em relação aos outros estados do Brasil?
A gente, infelizmente, não tem um quantitativo que gostaríamos. Temos uma categoria de base abaixo do esperado. Mas temos bom número qualitativamente. O SESI-SP, com milhares de associados, classificou um atleta pro Mundial. Aqui, com praticamente zero de investimento, classificamos um para o Mundial Absoluto e outra para o Mundial Júnior. Mas é lógico que falta infraestrutura e apoio. Qualidade a gente tem de sobra, mas buscamos investir na base.

O ex-presidente da CBDA foi preso e a administração da entidade vive cenário turbulento. Como você analisa esse momento?
A gente vem acompanhando. Isso tem sido problemático para a Bahia e outras federações, pois muitas competições ficaram travadas. Outras delegações deixaram de viajar por conta desse impasse. Tivemos casos de atletas baianos que foram convocados para a seleção e não puderam viajar por conta desse impasse na diretoria da federação. Imagine como é lidar com um atleta jovem, com sua primeira oportunidade de viajar e não poder por conta de questões judiciais. É complicado.

 

A Bahia ficou sete anos sem uma piscina olímpica. Você acha que os atletas já conseguiram superar esse tempo sem um espaço adequado para disputarem as competições?
A gente passou esse tempo muito complicado sem piscina. Por mais que tenhamos pouco tempo com piscina, os resultados já mostram que o equipamento faz toda a diferença. A própria Arícia [Perée], que bateu um recorde que durava 28 anos, tem tido resultados expressivos, muito em função dessas competições. De uma forma geral, os atletas baianos, com a volta dessa piscina, se credenciam para competições mais importantes. Então, faz uma diferença muito grande na preparação dos atletas esse equipamento. Que bom que vem um segundo equipamento para democratizamos ainda mais essa participação.

Como anda a renovação na natação baiana? Quais nomes poderiam ser destacados para o futuro?
A gente tem alguns nomes campeões nacionais. A gente teve recentemente uma grata surpresa. Dois atletas baianos medalhistas no Sul-Americano de maratonas aquáticas, na categoria juvenil. Ricardo Castro e Isis rosário, de Itabuna, lá na Colômbia. Você tem esses dois na maratona. Tem o Thiago Cavalcanti na piscina, o Izaac Júnior, o João Ribeiro. Temos o Windson Pionório Filho, medalhista nacional, a Bárbara Gonzaga medalhista nacional. Temos alguns atletas despontando no cenário nacional. É claro que também temos o próprio Alan do Carmo, a Arícia e a volta do Rogério Arapiraca para a Bahia.

Quanto às competições importantes no calendário nacional, alguma delas vem para a Bahia em 2017?
Por conta dessa crise e desse problema, a gente até preferiu apresentar para o ano que vem. Teremos o troféu Milton Medeiros, que é o campeonato regional de seleções. Montaremos uma equipe muito forte para a Bahia ser campeã. Queremos colocar essa competição em julho do ano que vem. Fomos campeões pela última vez em 2008, quando tínhamos 17 anos sem ganhar.

Como você vê o interesse do público baiano pelos esportes aquáticos?
A gente vê de uma forma positiva, claro que entendendo que não podemos comparar natação e polo aquático com futebol ou vôlei. Essas modalidades têm uma prática mais abrangente e uma mídia maior. Mas, dentro do que a gente entende que é viável, o publico baiano é acessível e interessado. Vemos quando fazemos competições em praias, sempre tem grande público. O pessoal sempre está ali prestigiando. Fizemos um jogo treino da seleção de polo aquático com a Croácia. Teve muita procura para assistir o jogo. É um publico interessado. Se conseguimos mais espaço na mídia, e deixar um espaço mais atrativo para veículos na competição, teremos um ganho para o público em geral. É claro que falta um pouquinho de reconhecimento. Mas queremos reverter isso.