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Entrevista

Viana pede desculpas à torcida, se diz traído e fala do projeto da Arena Barradão

Por Glauber Guerra

Viana pede desculpas à torcida, se diz traído e fala do projeto da Arena Barradão
Foto: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias
Candidato à reeleição, o presidente do Vitória, Raimundo Viana, pediu desculpas à torcida pelo desempenho abaixo do esperado do Vitória na Série A do Campeonato Brasileiro. “Eu quero aproveitar para pedir desculpas à torcida pela nossa performance neste ano. Fizemos boas contratações. Umas não deram certo, outras não deram certo de jeito nenhum, enquanto outras deram certo como Marinho. Foi uma contratação nossa como foi a de Willian Farias, que ninguém acreditava. Com a de Kieza... Onde eu teria cometido o equívoco? Ter acreditado em pessoas que não merecia eu acreditar. E também ter qualificado melhor o nosso grupo. Quando a gente assumiu, a gente não tinha condição, pois o clube estava sem credibilidade. Recebemos um perverso passivo”, disse o mandatário Rubro-negro. Viana revelou mágoa com Carlos Falcão, ex-presidente da agremiação, e se diz traído pelo grupo do seu antecessor. “Profundamente magoado. Minha diretoria foi a diretoria do Falcão. Mantive todos... Diretor de esportes olímpicos, diretor social, diretor médico, diretor jurídico... E depois me abandonaram e me apunhalaram. Pensaram que o Vitória esse não iria dar certo, porque é moda no Vitória subir um ano e cai no outro. Eu já estou com dois na Série A e ninguém vai tirar isso de mim. E inviabilizaram a eleição direta por qual motivo? O objetivo era tornar o presidente refém e impor a ele candidaturas de uma gestão fracassada e eu jamais deixaria acontecer isso”, pontuou. O cartola ainda falou do projeto de construção da Arena Barradão. “Isso é muito importante para a modernização do clube. As Arenas só não deram certo para quem se envolveu na Lava-Jato. A do Grêmio deu certo, Internacional deu certo, a do Palmeiras e Atlético-PR também. O Santos que fazer uma Arena. O Coritiba também. E a gente não pode fazer? Vamos fazer a nossa Arena”, garantiu. 
 
O Vitória já tem um tempo que não revela grandes jogadores. Caso você seja reeleito, pretende mudar a metodologia nas divisões de base?
Mudamos a estrutura da base. Não tínhamos academia para a base. Os jovens das divisões base ficam na fila esperando o profissional treinar.  Não tínhamos campo para treinamento. Com a construção dos campos e das melhorias acentuadas, o Vitória estará pronto para conquistar grandes resultados.

Seus concorrentes no pleito eleitoral defendem que o gestor de futebol profissional tem que ser o responsável pela base. Qual sua opinião?
Essa questão do gestor do departamento de futebol profissional tomar conta d a base eu acho complicado, pois os problemas no futebol profissional são inúmeros. É importante que haja essa divisão, mas não a separação. Não houve essa separação. O que vale dizer que o gestor do profissional está em linha direta com o gestor da base.  Acho que é quase impossível o gestor de futebol cuidar do profissional, do sub-20, sub-17, sub-15... O gestor não dará conta.

Foto: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias
 
O principal projeto de sua gestão é a construção da Arena Barradão. E quais são as ideias a médio e longo prazo?
A primeira coisa que a gente vai fazer, que não deixaram, é a reforma estatuária e implantar eleições diretas no Vitória. Com conselho proporcional e eleições diretas em todos os cargos.  O segundo ponto é injetar no futebol profissional muito mais recurso para qualificar o nosso elenco para o próximo ano. O terceiro é a construção da Arena Barradão. Só pode ser contra a Arena do Barradão quem é o Barradão. Quem é a favor não pode ser contra a modernização na Arena. É a construção da Arena Barradão é muito importante para a modernização do clube. As Arenas só não deram certo para quem se envolveu na Lava-Jato. A do Grêmio deu certo, Internacional deu certo, a do Palmeiras e Atlético-PR também. O Santos que fazer uma Arena. O Coritiba também. E a gente não pode fazer? Vamos fazer a nossa Arena.  A gente também pretende melhorar a comunicação. Teremos uma área no site do clube em que o torcedor terá todas as informações do clube.  O torcedor saberá o tempo de contrato de jogadores, informações de bicho... Tudo que se diz respeito ao clube estará no site para assegurar a transparência. E por último cuidar do nosso patrimônio.

Mas você prometeu implantar eleições diretas quando assumiu o clube em 2015. Por que isso não aconteceu?
A reforma estatuária passa pelo conselho deliberativo do clube. Hoje 95% do conselho é indicação do senhor Carlos Falcão, ex-presidente do clube.  Eu não tive forças para convencer esses conselheiros da necessidade de se reformar o estatuto. Mesmo assim apresentei um projeto, José Rocha também apresentou um e outro foi por pessoas ligadas ao clube. O do José Rocha foi parado na Justiça. O outro não chegou a José Rocha. E ele dizia que enquanto estivesse paralisado na Justiça, ele não dava andamento à reforma estatutária.  O que eu fiz? Construí uma ponte entre o conselho diretor e o conselho deliberativo.  Por qual motivo? Para que ele aceitasse levar ao conselho um projeto de reforma estatuária, que o conselho diretoria iria apresentar. Teve gente aí que disse que o conselho diretor não tem competência para apresentar um projeto. Mas qualquer sócio-torcedor pode, quanto mais um órgão do clube. É uma estupidez deste tamanho que inviabilizou a eleição direta. E eu vou disponibilizar a lista de quem votou contra a eleição direta proposta por mim. E você vai conferir esses nomes que votaram contra e ver onde eles estão alojados. Estão em uma chapa por aí, que tinha o comando do conselho deliberativo.

Você tem mágoa de Carlos Falcão?
Profundamente magoado. Minha diretoria foi a diretoria do Falcão. Mantive todos... Diretor de esportes olímpicos, diretor social, diretor médico, diretor jurídico... E depois me abandonaram e me apunhalaram. Pensaram que o Vitória esse não iria dar certo, porque é moda no Vitória subir um ano e cai no outro. Eu já estou com dois na Série A e ninguém vai tirar isso de mim. E inviabilizaram a eleição direta por qual motivo? O objetivo era tornar o presidente refém e impor a ele candidaturas de uma gestão fracassada e eu jamais deixaria acontecer isso. E aí organizaram esse plano estratégico. Hoje saí um, amanha saí outro, depois saí outro... Queriam me isolar. E fizeram uma perversa campanha de desestabilização do meu vice-presidente [Manoel Matos]. Eu não estou dizendo que o temperamento dele é desse jeito ou de outro.  Quero dizer que é um moço que trabalha muito pelo Vitória. Sou muito grato como presidente e como torcedor pelo trabalho. Infelizmente ele não está nos planos futuro do clube, pois ele me diz que está cansado e que vai cuidar das coisas dele. Fico triste pelo fato de pessoas que beijavam a minha testa e a minha face e por trás preparavam uma punhalada.

Foto: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias

Como você avalia sua gestão?
Eu quero aproveitar para pedir desculpas à torcida pela nossa performance neste ano. Fizemos boas contratações. Umas não deram certo, outras não deram certo de jeito nenhum, enquanto outras deram certo como Marinho. Foi uma contratação nossa como foi a de Willian Farias, que ninguém acreditava. Com a de Kieza... Onde eu teria cometido o equívoco? Ter acreditado em pessoas que não merecia eu acreditar. E também ter qualificado melhor o nosso grupo. Quando a gente assumiu, a gente não tinha condição, pois o clube estava sem credibilidade. Recebemos um perverso passivo. Hoje temos uma estrutura, com lugares para treinar. Se você chegasse na base, fazia pena. Os troféus estavam misturados com garrafas. Hoje está tudo sendo cadastrado e vamos fazer um livro com os troféus do clube. Pois se levaram os troféus, estará tudo catalogado.  A sede do remo, quando chovia, molhava mais dentro do que fora. Conseguimos reformar tudo e reestruturar a equipe de remo.  Fomos campeões baianos, não perdemos nenhum Ba-Vi. Teve a final do Campeonato Baiano, mas ali foi um jogo de 180 minutos e no agregado ganhamos e fomos campeões. Conseguimos sensibilizar o Governo da Bahia para autorizar a construção da Via Expressa Barradão. Conseguimos com a Prefeitura de Salvador duas coisas importantes: a Praça de Juventude e a construção de uma estação de transbordo. A Avenida Arthêmio Valente é um pandemônio. Tudo isso vai acontecer em 2017. E qual foi a gestão que conseguiu isso? Foi a nossa. Reconheço que falhei no futebol e nesta parte de composição de diretoria. Poderíamos ter qualificado melhor o time.

E as gestões anteriores? Como você avalia?
A gestão de Carlos Falcão essa para mim foi reprovada. Nada deu certo. Até cara ou coroa a gente perdeu. A chapa de Ricardo David é a continuidade de Falcão. Todo mundo que está lá, esteve com Falcão. Pode até ser por causa disso que Falcão não teve sucesso.  A do Alexi Portela tem pontos positivos. Pegou o Vitória na Terceira Divisão, conseguiu colocar na Primeira Divisão e depois voltou para a Segunda Divisão, depois voltou para a Série A... Considero uma gestão equilibrada. Poderia ter tido mais avanços... Ficamos muito preocupados em improvisar. Um jogador chegava de manhã e de tarde não fazia gol e aí dispensava. E aí você gerava um passivo grande para o clube. E você administrar passivo sem dinheiro inviabiliza contratações para enfrentar o dia a dia do clube. Se você está pagando débitos, que teu antecessor fez como você pode abrir débitos novos para você mesmo honrar? É muito difícil isso. Acho que em resumo duas chapas apresentam legado. A nossa e a do Paulo Carneiro. Mas temos uma vantagem que a do Paulo não tem. Eu sou torcedor, não sou torcedor de hoje... De quase todos os presidentes, até de Arthêmio Valente [um dos fundadores do clube]. A do Paulo tem acervo? Tem. Tem legado? Tem. Mas ele passou mais de dez anos e eu tenho um ano e meio. Saí da Série B como candidato a Série C e fui para a Primeira Divisão e me mantive na Primeira. Nós fizemos uma verdadeira revolução silenciosa nas nossas estruturas e no nosso patrimônio.  Principalmente em campo de treinamentos e na academia para preparação de atletas para o futuro. Profissionalizamos setores importantes. O Paulo Carneiro teve um azar, vamos dizer assim ou uma grandse mancha na gestão dele. Vou dizer duas grandes manchas. Ele que me desculpe, mas são fatos públicos e notórios.  A primeira é que jogou o Vitória na Série C. E naquela ocasião eu passei 15 dias sem sair de casa com vergonha. Pesou muito e pesa até hoje. Tem coisas que a vida nos carimba para a vida afora. O segundo foi aquela incursão dele se embrulhando com a camisa do Bahia como funcionário do clube. Esses dois pontos negativos eu não tenho. Ele tem legado? Tem. Eu tenho legado? Também tenho. Eu li em um jornal que Paulo Carneiro ficou encantado com o projeto da Arena Barradão. Isso aí mostra que a gente é moderno, pois tem chapa aí que pensa em fazer puxadinho no Barradão.

Você tem algum projeto para internacionalização da marca? Nesta sua gestão a gente viu pouca coisa.
Temos. A gente fez um amistoso contra o Tianjin Quanjian, da China, no início do ano, alguém pode não ter percebido, mas a intenção foi mostrar a marca do Vitória para os chineses, já que a partida foi transmitida por diversas emissoras da China. Em um contexto mais amplo também entra a Arena Barradão. Fizemos também incursões com pessoas do mercado chinês visando a internacionalização da nossa marca. Nós precisamos colocar nosso pé de novo na Europa, na China e nos Estados Unidos. Mas a gente precisa fazer a base aqui para mostrar o nosso projeto lá.