Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Holofote
Você está em:
/
/
Entrevistas

Entrevista

Ricardo David defende redução do estadual, reforma do estatuto e garante time competitivo

Por Glauber Guerra

Ricardo David defende redução do estadual, reforma do estatuto e garante time competitivo
Foto: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias
Candidato à presidência do Rubro-negro baiano pela chapa “Vitória de Todos Nos”, Ricardo David foi mais um postulante sabatinado pelo Bahia Notícias. Ele defendeu a redução do Campeonato Baiano e exaltou a Copa do Nordeste. “Como torcedor, eu adoro o estadual e gosto dessa rivalidade. Eu cresci vendo o Vitória jogar contra o Fluminense de Feira, Itabuna, Vitória da Conquista... Os memoráveis Ba-Vis. Além disso, o estadual é uma porta de entrada de talentos de jogadores que estão perto da gente.  Mas acredito que o estadual tem que ter um tamanho menor. Ele deve ocupar menos a agenda, para que possamos privilegiar a Copa do Nordeste. Essa é uma copa que  eu acho fantástico. Acho que é um produto precisa ser mais bem trabalhado. Cresceu muitos nos últimos anos e precisa crescer mais ainda. O estadual tem que ser menor. Do tamanho da receita dele”, afirmou. Ricardo prometeu reformar o estatuto e assim implantar eleições diretas.  “Começaremos imediatamente a reforma do estatuto. Iniciaremos de imediato a reforma do estatuto. Isso já era para ter sido feito. Já era para estarmos com um estatuto moderno e com eleições diretas e tudo mais”, declarou. O candidato ainda garantiu que irá montar um time competitivo, caso vença o pleito marcado para a próxima quinta-feira (15), no Barradão. “Entrarei com a prioridade absoluta no futebol profissional. Temos pouco tempo, mas queremos montar um time competitivo já para a primeira temporada”, destacou. 

 
Como será tratada a divisão de base na sua gestão?
O trabalho de base passa pelo desenvolvimento de algumas etapas. A primeira é a captação, que é fundamental. Para captar com melhor qualidade é preciso de um olhar mais qualificados. Nós teremos observadores mais bem qualificados, que serão funcionários do clube.  Porque entendemos que essa função é absolutamente importante. É onde podemos identificar talentos que estão em uma fase para ser amadurecida. Pretendo ter o território brasileiro mapeado e ter pessoas nestas áreas com o objetivo de captar. Essa será uma das metodologias a serem empregadas. A segunda etapa é o desenvolvimento do atleta. Você precisa ao longo da trajetória dele, ter um planejamento. Você pega uma criança de 14 anos de idade para ele chegar aos 20 anos como um atleta de alto rendimento, ele precisa passar por aprimoramento técnico, físico, tático e psicológico.   Temos que preparar o atleta e vamos implantar psicologia do desporto. E administrar melhor a transição da base para o profissional. Teremos um executivo de futebol que cuidará dos dois.  Ele será o responsável da base e do profissional.  É responsabilidade dele essa transição. Com é hoje? Você tem um coordenador da base que cuida até esse momento. E um executivo que cuida do profissional.  E quem cuida da transição?  Então nós teremos uma pessoa só cuidando disso.
 
Caso vence o pleito, quais serão os seus primeiros atos como presidente?
Pelo fato das eleições ocorrerem em dezembro e a temporada começar em janeiro, Toda a prioridade será para a formação do elenco. Todas as outras atividades serão secundárias até janeiro. Claro que terei pessoas cuidando de outras áreas. Mas meu foco é a contratação de um executivo de um futebol, que já estou negociando ele. Provavelmente de um treinador, mas eu queria ouvir Argel, que é o nosso treinador. Conhecer o seu estilo para saber se é compatível com o nosso perfil. A gente precisa ouvir quem tá lá dentro  e saber como está o atual elenco. O estado físico, do ponto de vista médico e de desempenho. Isso tem que ser muito rápido. Entrarei com a prioridade absoluta no futebol profissional. Temos pouco tempo, mas queremos montar um time competitivo já para a primeira temporada.

Foto: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias

E os projetos a médio e longo prazo para o clube?
A primeira eu diria que seria as ações de ponto organizacional do Vitória.  Da gestão organizacional. Começaremos imediatamente a reforma do estatuto. Iniciaremos de imediato a reforma do estatuto. Isso já era para ter sido feito. Já era para estarmos com um estatuto moderno, com eleições diretas e tudo mais. Vamos com a liderança de Cristóvão Rios e Nilton Almeida no Conselho Deliberativo, pois isso é pauta do Conselho Deliberativo, reformar o estatuto com alguns pontos cruciais. O primeiro é eleição direta com 36 meses para qualquer sócio que tenha 36 meses podendo ser votado por qualquer sócio que tenha 18 meses de contribuição. Teremos o conselho proporcional, porque é importante ter um conselho que o contraditório esteja presente sempre, pois isso ajuda no aperfeiçoamento da instituição. Proibir a participação de políticos que estejam no exercício do seu mandato não ocuparão cargos diretivos no Vitória. Essa é uma das nossas plataformas principais. E também a profissionalização do clube. O estatuto traz muito diretores estatutários em diversas áreas. Atualmente mesmo tem uma diretoria social, que era a diretoria do clube que nem existem mais. Você não consegue gerir  de maneira moderna e eficiente um clube com pessoas beneméritas. Claro que essas pessoas são muito importantes, mas na questão de apoios. Mas os processos do dia a dia serão tocados por executivo. Não haverá nenhum processo esperando por alguém que vá chegar no Vitória às 18h para começar a trabalhar. Os processos serão tocados por pessoas que estarão lá a partir das 8h.

Existe uma corrente no futebol brasileiro que defende o fim dos estaduais. Qual sua opinião?
Hoje não se consegue fazer futebol sem dinheiro. O mundo está aí mostrando para a gente. Como torcedor, eu adoro o estadual e gosto dessa rivalidade. Eu cresci vendo o Vitória jogar contra o Fluminense de Feira, Itabuna, Vitória da Conquista... Os memoráveis Ba-Vis. Além disso, o estadual é uma porta de entrada de talentos de jogadores que estão perto da gente.  Mas acredito que o estadual tem que ter um tamanho menor. Ele deve ocupar menos a agenda, para que possamos privilegiar a Copa do Nordeste. Essa é uma copa que  eu acho fantástico. Acho que é um produto precisa ser mais bem trabalhado. Cresceu muitos nos últimos anos e precisa crescer mais ainda. O estadual tem que ser menor. Do tamanho da receita dele.

Foto: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias

Você tem algum projeto para internacionalização da marca?
Essa será uma das prioridades. Iremos criar um departamento internacional que é o Vitória olhando para o mundo. Teremos alguns objetivos. Primeiro precisamos levar os nossos produtos no mundo. Voltando para a base, na fase formação, temos jogadores que não foram comercializados para clubes do Brasil e eles também sem oportunidades no time principal do Vitória. O que acontece hoje? Esses atletas acabam seus contratos e depois de todo investimento entregamos eles ao mercado. Será que esses atletas não têm mercado no Catar? Será que não mercado na Croácia? Um das missões do departamento internacional é a locação efetivamente de nossos produtos.  E vamos também formar um time sub-23 que terá como objetivo de disputar torneios internacionais, fazer excursões. E completar a formação dos jovens atletas e de expor esses talentos ao mercado internacional, como também expor a marca Vitória.

Como você avalia as últimas gestões do Vitória?
Paulo Carneiro se notabilizou por uma ousadia. Por acreditar que o Vitória poderia ser maior do que era. Isso foi muito importante para a história do Vitória. O que eu acho muito negativo na gestão de Paulo Carneiro foi a permanência por um tempo muito longo. Nenhuma instituição seja uma cidade, uma empresa, um clube de futebol, pode permanecer por muito tempo por uma liderança. Quando você fica muito tempo à frente de algo, você perde a capacidade de entender que você está gerindo uma coisa que não é sua. Quando você fica muito tempo começa a desenvolver um sentimento de posse. Acho que o aconteceu com Paulo Carneiro foi justamente isso. O Vitória passou a ser dele. Aliado a um perfil autoritário, com algo que pensa que é dele, não poderia dar outra coisa... Série B, Série C e outros desastres. Já disse a Paulo que ele me deu muitas alegrias, mas me deu muitas tristezas também.  Exatamente porque ele não soube o tempo de passar o bastão. Ele perdeu esse ponto. E agora quer continuar esse trabalho, mas já passou o tempo dele. De Jorginho Sampaio, não estava lá dentro. Mas a história que conhecemos é de muita desorganização na gestão financeira. Você pode fazer tudo que você quer. Você pode desejar, mas tem que poder fazer. O que eu me limitaria a falar é que Jorginho fez coisas que não poderia fazer, comprometendo assim o equilíbrio financeiro. Alexi Portela colocou o Vitória para respirar. Pegou o Vitória na Série C e quebrado. Eu mesmo voltei a frequentar estádio e me associei por causa de Alexi Portela. Ele devolveu a dignidade ao Vitória e isso é muito importante na história do clube. Depois dele veio Carlos Falcão. Acho que a grande falha de Alexi foi que ele não preparou seu sucessor. É muito claro e eu fui diretor de Falcão, eu percebi que Falcão não foi preparador para ser dirigente do futebol, com as coisas do futebol. Precisou a presença de outras pessoas e essa combinação não deu certo.  Mas eu diria que a gestão de Falcão fica a organização administrativa financeira do clube, o equilíbrio fiscal do clube, que hoje é condição absolutamente necessária. A gestão de Raimundo Viana se confunde muito com a gestão de Manoel Matos. Eu diria que é muito mais uma gestão Manoel Matos do que de Raimundo Viana. Uma gestão que privilegiou a área patrimonial, mas faltou nela um olhar mais planejador. Um planejamento mais competente... O Manoel peca em muitas coisas parecidas com Paulo Carneiro lá atrás, que a partir de uma cabeça só é capaz de produzir tudo de bom.  Se o Manoel tivesse ouvido mais as pessoas e colocado pessoas para funcionar em suas áreas, sem esse espírito de que só a partir dele é possível tudo acontecer, o Vitória teria um caminho menos tortuoso.

Foto: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias
 
Como será o seu relacionamento com as torcidas organizadas do clube?
Eu tenho por base pautar minhas relações em respeito. Não gosto de relações que são estabelecidas com interesses, que não são interesses republicanos. Não gosto de entre direção e torcida organizada que envolva privilégios. O que eu vou fazer? Chegando lá vou procurar saber como estão essas relações hoje. E sentar com cada uma da torcidas organizadas e chegar a um ponto que represente o equilíbrio para todas as partes, de forma muito transparente. Se você perceber o  papel das organizadas é muito importante para o teatro do futebol. Sentarei com todas elas e dentro de um clima de respeito de compreensão mútua vamos chegar ao denominador comum e eles estarão lá vibrando pelo time deles e não pelo presidente. É o que eu quero é que as torcidas vibrem pelo time e não pelo presidente.