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Entrevista

Paulo Carneiro mira títulos importantes para o Vitória e promete reestruturar a base

Por Glauber Guerra

Paulo Carneiro mira títulos importantes para o Vitória e promete reestruturar a base
Foto: Paulo Victor / Bahia Notícias
Candidato à presidência do Rubro-negro baiano pela chapa “Vitória Gigante”, Paulo Carneiro foi mais um postulante sabatinado pelo Bahia Notícias. Carneiro prometeu reestruturar as divisões de base, caso seja eleito no pleito marcado para o dia 15 de dezembro. “Nós vamos implantar um programa de coach esportivo no Vitória. Um programa que passa pelo autoconhecimento do atleta, como sua educação esportiva e passa pela análise de vários diagnósticos científicos de sua posição em campo e do seu controle emocional para jogar em competições de alto nível. São esses três pilares que vão nortear a formação do Vitória”, afirmou. Carneiro mira títulos importantes e tem uma meta audaciosa em dez anos: conquistar a Libertadores e assim disputar o Mundial Interclubes.  “No futebol profissional, já espero estar em Tóquio dentro de 10 anos. Na vida temos que ter meta em tudo. E nós temos várias metas para o Vitória. E essa é uma delas”, declarou. Paulo Carneiro ainda criticou Alexi Portela e Carlos Falcão, ex-presidentes do clube e garantiu que não terá relações comerciais com torcidas organizadas. “A relação vai ser zero. Vai ter o respeito à instituição que existe de torcedores do clube. Eles terão espaço reservados e segurança absoluta. E irão contribuir com ideias. Mas [doação de] ingresso vai ser zero”, comentou.
 
Como será tratada a divisão de base na sua gestão?
Nós vamos implantar um programa de coach esportivo no Vitória. Um programa que passa pelo autoconhecimento do atleta, como sua educação esportiva e passa pela análise de vários diagnósticos científicos de sua posição em campo e do seu controle emocional para jogar em competições de alto nível. São esses três pilares que vão nortear a formação do Vitória. Hoje é um caso grave no Vitória. É onde o clube gasta e não tem tido resultados, nem comercialmente e nem no profissional. Há muito tempo que você não vê um grande talento surgir na base do Vitória. Hoje dizem que o futebol é mais competitivo e que não se formam mais jogadores como antigamente. Não acredito. A Seleção Brasileira está mostrando que hoje a diferença do futebol para anos atrás, é que hoje é preciso trabalhar coletivamente. Hoje temos talentos. E antes tínhamos talentos, mas não era preciso trabalhar tão coletivamente. O nível da Seleção Brasileira é o mais alto do mundo atualmente. Agora funciona porque tem treinamento, metodologia, conceito de jogo e análise de desempenho. Tem um portfólio de informações técnicas e cientificas à disposição dos jogadores. Antes não tinha... Tinha aquele treinamento de boleiro, com todo o respeito aos que antecederam Tite. Não que Tite seja um mago. Ele está apenas fazendo o que futebol moderno impõe. Ele está no lugar certo, na hora certa e tem que colher os louros disso. 
 
Quais serão os seus primeiros atos como presidente, caso vença o pleito.
A primeira coisa é conhecer a área financeira do clube. Não é área técnica. Porque com a área financeira, a gente pode saber o que fazer na área técnica. A primeira coisa que eu tenho que fazer é conhecer á área financeira.
 
E os projetos a médio e longo prazo para o clube?
Já temos os contatos com as redes. Parceria não nasce como a gente quer. Primeiro temos que fazer o trabalho e depois atrair o parceiro. Mas tem muita coisa boa e que podem acontecer até mais rápido do que a gente espera. Coisas até exclusivas. Em curto prazo temos que fazer parcerias nacionais e internacionais para as divisões de base e voltar com a escola de futebol. Temos que ter pelo menos 100 escolas pelo Brasil. Vamos também entrar na Colômbia e Equador, que possuem atletas com o nosso perfil. As escolas terão todo o suporte tecnológico. Não é pegar a criançada e botar para jogar. Temos que ser o principal clube do Nordeste e captar os melhores jovens. O Sport cresceu muita na formação depois de minha saída. Vamos reformular a base (...) No futebol profissional, já espero estar em Tóquio dentro de 10 anos. Na vida temos que ter meta em tudo. E nós temos várias metas para o Vitória. E essa é uma delas.

Foto: Paulo Victor/ Bahia Notícias
 
Existe uma corrente no futebol brasileiro que defende o fim dos estaduais. Qual sua opinião?
O estadual está diminuindo tanto, que parece aquele cara que é tão magro que quando entra em um apartamento parece que está de lado e quando ele fica de lado parece que já foi embora. O campeonato estadual é exatamente isso. As federações resistem heroicamente porque é sua grande competição política, pois é com ela que eles têm respaldo para continuar existindo, pois as federações votam no presidente da CBF. Embora a CBF tenha evoluído muito a nível estrutural e administrativamente, a cabeça continua doente. E as federações também fazem parte desta doença. A gente tem uma chance no Norte e Nordeste. Eu criei em 2000 a Liga do Nordeste com o modelo de pontos corridos. Mas já dilapidaram o modelo. Era para a gente receber R$ 100 milhões de cota de televisão na Copa do Nordeste. Direito de televisão é proporcional as partidas disputadas. Na minha época, eram 19 datas. Com 17 em pontos corridos e aí depois semifinal e final. E hoje diminuíram. A Copa do Nordeste pode ser a grande saída para  o futebol nordestino. Espero dar minha contribuição para a Liga do Nordeste, aos clubes do Nordeste e aos clubes aqui da Bahia. Temos que encontrar uma solução, pois o calendário está encurtando.
 
Como será o seu relacionamento com as torcidas organizadas do clube?
A relação vai ser zero. Vai ter o respeito à instituição que existe de torcedores do clube. Eles terão espaço reservados e segurança absoluta. E irão contribuir com ideias. Mas [doação de] ingresso vai ser zero.
 

Foto: Paulo Victor / Bahia Notícias
 
Como você avalia as últimas gestões do Vitória?
Só vejo coisa negativa. As últimas gestões tiveram um grande problema. Promoveram a desunião do clube e desrespeito. Tiveram tratamento diferenciado com aqueles que estavam no clube, como se fossem dois Vitórias. Alexi  Portela dizia aos funcionários o seguinte: “você está saindo do clube, mas só vou pagar o período que ficou comigo. O período que você ficou com Paulo Carneiro, você tem que receber de Paulo Carneiro”. Como se eles fossem meus funcionários e não do Vitória. Isso gerou um passivo trabalhista desnecessário. Hoje o Vitória tem uma demanda trabalhista milionária todas geradas por eles. Tenho uma certidão do Tribunal Regional do Trabalho do dia que saí. Essa discórdia, essa forma de exercer o poder e de me mexer no conselho. Com isso, eles demonstraram que não queriam entregar o poder, como continuam não querendo. (...) Essas pessoas comandaram o clube com clima de desagregação enorme. E nós vamos ter que estancar as feridas depois da eleição. Ninguém precisa gostar de Paulo Carneiro. Nem eu preciso gostar de fulano ou sicrano. Precisamos gostar da instituição e preservar a instituição. Uma coisa que te digo com orgulho. Se eu não chego na instituição, o Vitória hoje seria um Ypiranga. Ninguém queria assumir o Vitória. O Vitória estava em declínio financeiro, técnico e de identidade. Quando estava na beira do precipício, eu puxei. Agora quero dar um salto de qualidade deixar meu clube diferente da grande maioria de seus adversários. Estamos muito confiantes. Vamos ganhar essa eleição.
 
Mas e da gestão de Raimundo Viana? Você não comentou...
Eu não posso colocar Raimundo Viana e Manoel Matos no mesmo cesto, pois eles não fazem parte dessa doença. Não é porque eu sou bonzinho. É porque eles não estavam neste período. Onde estava Manoel Matos no futebol na época de Alexi e Falcão? E Raimundo Viana? A parte positiva de Raimundo Viana e Manoel Matos é que eles cuidaram das finanças do clube. Mas não foram competentes no futebol. Mas cuidaram das finanças, que é uma coisa que preciso conhecer melhor. Aparentemente cuidaram das finanças. Eu não posso negar que o clube é mais bonito e organizado. Soube até que contrataram um bom executivo na parte de administração. Se tiver alguma coisa boa até do famigerado Falcão, nós temos que aproveitar. Não podemos fazer politicagem barata em um clube secular como nosso.
 
Você tem algum projeto para internacionalização da marca?
Sim. O Vitória tem que ficar mais forte no mundo todo. Hoje o mundo é globalizado e o futebol também. E as instituições precisam ser globalizadas. Temos que caminhar e buscar nosso espaço no cenário mundial. Se o espaço vai ser 5% ou 2% eu não sei. Mas temos que caminhar. O que não podemos é ficar parado. Isso também passa pelo interior da Bahia e pelo Brasil todo.