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Entrevista

Com planejamento, presidente do Vitória da Conquista quer 'calendário cheio' em 2016

Por Kadu Brandão

Com planejamento, presidente do Vitória da Conquista quer 'calendário cheio' em 2016
Foto: Divulgação
O presidente do Vitória da Conquista, Ederlane Amorim, em entrevista ao Bahia Notícias, falou sobre a expectativa para a estreia do time na Copa Governador do Estado da Bahia, do investimento feito na equipe alviverde e do planejamento criado para a próxima temporada. O Bode estreia na Copa Estado contra o Bahia de Feira, no dia 17 de outubro, na busca por uma vaga na Série D. O atual vice-campeão baiano pode ter, pela primeira vez, o calendário com quatro competições importantes na próxima temporada. "Precisamos crescer no futebol e fortalecer a marca, Temos que acabar com isso de terminar um ano sem saber se vai começar o outro", declarou.

Qual é a sua expectativa para a Copa Governador do Estado de 2015?
 
É muito positiva,  esse ano podemos ter a Copa Estado mais competitiva pelo investimento. Já jogamos seis edições, fizemos seis finais e vencemos quatro. Esperamos repetir isso agora na sétima, pois já existe um planejamento de vencer e fechar o calendário de 2016. Temos Campeonato Baiano, Copa do Nordeste e Copa do Brasil. Conquistando a Copa Estado nós vamos pra série D. Será a Copa Estado mais importante pra gente.

Ederlane, depois do vice-campeonato baiano, você contratou bastante para a Copa Estado. Qual é o tamanho desse investimento? 
Isso a gente tem desde o inicio de 2015. O décimo aniversário do clube teve investimento significativo. O campeonato baiano foi muito satisfatório e nos fortaleceu, fortaleceu a marca que já é consolidada. A participação na Copa do Brasil neste ano também ajudou. Paramos o calendário em maio e fizemos um investimento significativo, criamos mais um CT e atraímos investidores para a competição. Contratamos 20 atletas (entre eles Tatu, Carlos Magno, Cleber, Abuda) e fechamos um elenco com 33 jogadores, com uma folha salarial no departamento de futebol de R$ 80 mil mensais. No ano passado, por exemplo, a folha para a Copa Estado chegou - no máximo - a R$ 40 mil. Está tudo pronto! Temos uma base e um elenco que pode disputar bem a Copa Estado.
 
Vocês receberam convite para jogar em outro estádio durante a Copa. Por que acabaram escolhendo o Edivaldo Flores? 
Acabou sendo por uma boa causa. O Lomanto Júnior está fechado para reforma e só vamos voltar a jogar lá em 2016. A gente ia jogar no estádio de Itambé, pois o Edivaldo Flores estava sem o laudo. Mas a Prefeitura nos procurou pediu para o Vitória da Conquista ficar na cidade, adequando o local ao estatuto do torcedor. Não era objetivo sair daqui, pois precisamos do apoio dos nossos torcedores.
 
Quais são seus principais adversários na Copa Estado?
O Bahia, em Salvador, é sempre uma interrogação. O Bahia de feira é concorrente direto, tem um grande treinador (Barbosinha). Já o Colo Colo parece que desmontou tudo, trocou gestão e jogadores. No outro grupo, temos o Fluminense de Feira, tradicional, e a Juazeirense com uma diretoria forte. O Vitória também não sei como vai jogar a Copa Estado. E ainda tem o Jacobina. Teoricamente, vejo Fluminense, Bahia de Feira e Juazeirense brigando conosco.
 
 
Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente da Juazeirense disse que queria tornar o time a terceira força da Bahia. Você considera o Conquista a terceira força do estado? E como você encara essa concorrência? 
Falta muito para qualquer equipe se consolidar como terceira força da Bahia. Para isso acontecer teríamos que representar bem o estado no futebol nacional. Só temos Bahia e Vitória na Série B, então, ninguém pode se consolidar como terceira força agora. Mas nós (Vitória da Conquista), no ranking da CBF, somos a terceira força.  Na Copa Estado fizemos seis finais, vencemos quatro. Campanha no mínimo regular. Em competições nacionais o caminho é longo. É bom que o presidente da Juazeirense pense assim, que tenha esse objetivo. Eu quero ser o melhor, quero ser a primeira força, respeitando Bahia e Vitória, mas queremos o nosso espaço para representar bem nosso estado. O time tem apenas dez anos e estamos no caminho certo.
 

Foto: Luciano Flores
 
Como você analisa o cenário do futebol baiano para os times do interior?  
É muito difícil. Não se faz nada sem dinheiro. É a mesma coisa que a dupla Ba-Vi passa com os times da Série A com cota de televisão, patrocínio, sócio torcedor. Na Bahia e no Nordeste, onde já sofremos preconceito em relação a tudo, temos também problemas no calendário. Esse ano algumas equipes jogaram apenas oito jogos. Fica difícil fazer um planejamento assim porque ninguém vai investir em um clube que tem apenas oito jogos na temporada. Nas competições nacionais nunca tivemos apoio, precisamos quebrar essa barreira de que só a dupla Ba-Vi é importante para o estado. A Federação Bahiana ajuda, apóia, mas às vezes não é suficiente. Precisamos montar equipes competitivas para chegar na Série D e bater de frente com equipes como Treze (PB) e CSA. Aqui a gente não atrasa salário. Fico mais feliz em pagar do que jogador na hora em que recebe o dinheiro. Mas, no geral, vejo de uma forma bem pessimista o avanço dos clubes do interior. Falta calendário, planejamento e profissionalismo. E também falta apoio: um jogador do Bahia, por exemplo, paga toda nossa folha mensal. Nosso investimento por ano não chega a R$ 700 mil.
 
 
Qual foi o maior erro do Vitória da Conquista nesse primeiro semestre de 2015? 
Chegamos na final do Campeonato Baiano invictos contra uma das maiores potências do nosso estado, o Bahia. Naquele jogo da Fonte Nova viajamos quatro dias antes para fugir do clima de "já ganhou" da cidade, fizemos o pagamento da folha de abril/maio e premiação antes do jogo. Treinamos no Barradão e na Fonte Nova. Faltava um pouco em estrutura, mas tudo que estava ao nosso alcance foi feito. Questionamos muito a arbitragem e espero que ele (Jailson Macedo Freitas) nunca mais apite uma partida nossa. Pedi uma arbitragem de fora, mas não atenderam a solicitação. Não tenho como negar que o time sofreu um apagão. Foi a terceira vez que isso aconteceu contra o Bahia. Talvez tenha faltado um pouco de estratégia, mas não consideramos isso um erro.
 
E o que você pensa para 2016? Qual a competição será prioridade do Vitória da Conquista? 
O principal investimento será no primeiro semestre, no Campeonato Baiano. A preocupação é fazer um bom baiano, pois na Copa do Nordeste não temos obrigação de vencer. Estamos em um grupo difícil, com Sampaio Corrêa e Ceará como favoritos. Preocupa-nos o fato dos campeonatos acontecerem simultaneamente. São jogos domingo e quarta, com viagem e não temos aeroporto aqui que nos atenda, a logística preocupa, acabamos ficando sem tempo para treinar. Tomo como exemplo o Serrano, que disputou as duas competições e acabou rebaixado no Estadual. No segundo semestre, caso gente consiga a vaga na Série D, vamos fazer um elenco para subir e chegar na Série C. Precisamos crescer no futebol e fortalecer a marca, Temos que acabar com isso de terminar um ano sem saber se vai começar o outro.
 
 
Como é o programa de sócio torcedor do Vitória da Conquista? 
Imagine como é ter adesão do sócio torcedor com time que pode ter só oito partidas durante o ano? Sem nada a oferecer? É muito difícil. Vamos lançar o novo programa em novembro. Estamos cadastrados no Futebol Melhor e temos quase 500 sócios adimplentes. A nossa meta em 2016 é chegar aos dois mil sócios. Oferecemos a camisa de jogo e a carteira de acesso ao estádio. Este ano o plano de arquibancada custou R$ 300/ano e o de cadeira cativa R$ 600/ano. Em 2016 devemos ter um reajuste de 10% no valor, com as mesmas vantagens e a garantia de mais jogos em nosso estádio, com Estadual, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e, possivelmente, a Série D.