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Entrevista

Holyfield diz não ter lugar para revanche com Todo Duro: ‘Sem o Balbininho, está difícil’

Por Ulisses Gama

Holyfield diz não ter lugar para revanche com Todo Duro: ‘Sem o Balbininho, está difícil’
Foto: Bruna Castelo Branco | Bahia Notícias
Campeão brasileiro, sulamericano, panamericano e mundial da categoria supermédio no boxe, Reginaldo da Silva Andrade, o Holyfield baiano, foi entrevistado do Bahia Notícias. Conhecido pela mão forte e por sempre defender o nome do estado, ‘Holy’ aguarda ansiosamente pelo momento em que retornará aos ringues contra o seu maior rival, o pernambucano Luciano 'Todo Duro', com duas lutas, uma em agosto, em Recife, e outra em Salvador, no início de dezembro. O local da revanche na capital baiana ainda é incerto e revela o atual descaso com a situação do boxe na Bahia. Após o fim do Balbininho, que foi destruído para a construção da Arena Fonte Nova, o boxe baiano ficou sem o seu grande palco, local onde Holyfield  fez algumas de suas principais lutas, inclusive contra o próprio ‘Todo Duro’. “Sem o Balbininho, a situação está difícil. Ainda estamos procurando um lugar bom para abrigar uma luta deste tamanho. Não temos um espaço de massa para o boxe. Quero um lugar bom para dar porrada e honrar o nome da Bahia”. Leia a entrevista completa na Coluna Esportes.
 

Reginaldo Holyfield, 48, voltará aos ringues para enfrentar o rival 'Todo Duro'. Fotos: Bruna Castelo Branco | BN
 
Bahia Notícias: Antes da marcação da luta contra Luciano ‘Todo Duro’, o público não teve muitas notícias sobre você. Vinha treinando e lutando?
Reginaldo Holyfield: Como você sabe, depois que sofri o acidente em 2011, eu fiquei algum tempo sem treinar, mas sempre vinha malhando para não ficar gordinho. Fiquei muito tempo parado pelas queimaduras em meu corpo. Eu não tinha esperanças de voltar a lutar, aí o Todo Duro aparece na internet dizendo que ia fazer a última luta com o adversário que ele tem muita raiva, que sou eu. Ele falou que ia bater em todos os baianos e eu não aceito isso.
 
BN: Essa rivalidade tomou tanta proporção que será documentada por Sérgio Machado (do filme Cidade Baixa e Quincas Berro d’Agua). O que acha disso? 
RH: Na verdade, o Sérgio Machado teve essa ideia de fazer um filme nosso, com o título de "Luta do Século". O Sérgio me disse que a nossa história é muito grande, entre confusões e lutas entre nós e eu achei a ideia boa. Mas como teríamos o filme sem uma luta? Eu estou preparado para essa luta e ‘vou bagaçar’. Vão ter que catar os pedaços dele no ringue, essa luta é nossa.
 
BN: Como está a preparação para a luta? Como se sente? 
RH: A preparação está boa, já perdi 8 kg. Essa luta é muito importante para mim e todos querem ver.
 
BN: Para você, qual foi a sua melhor luta contra ‘Todo Duro’?
RH: Você sabe que eu sempre venci (nota do editor: são seis lutas, três vitórias para cada) e todas essas lutas foram especiais. Venci ele em vários lugares. Já dei várias porradas nele.
 
BN: Você já chegou a falar que acabou com o boxe pernambucano. No dia 11 de agosto, a primeira luta contra ‘Todo Duro’ será em Recife. Acha que a pressão dos torcedores pernambucanos pode te atrapalhar?
RH: Não, eu sou um lutador experiente. Já tive muitas vitórias e muitas derrotas na carreira, então, não acho que a pressão vá me atrapalhar. Ele está no papo e essa vitória será minha".
 
BN: Como você enxerga a atual situação do boxe?
RH: O boxe atualmente está meio frio, meio calado. Não tenho nada contra o MMA, pois o esporte é legal, e também incentiva a prática esportiva. Eu fico muito preocupado, não só a nível estadual, mas a nível nacional. O boxe vive grandes dificuldades, tínhamos grandes nomes como eu, Popó, Kelson, Sertão. Hoje, estamos sem forte representação por essa queda. 
 
   
BN: Antes, as lutas aconteciam aqui em Salvador no Balbininho, que foi demolido para a  construção da nova Fonte Nova. Como fica a situação sem este palco?
RH: Sem o Balbininho, a situação está difícil. Ainda estamos procurando um lugar bom para abrigar o tamanho desta luta. Não temos um espaço de massa para o boxe . Quero um lugar bom para dar porrada e honrar o nome da Bahia, seja contra quem for. (nota do editor: segundo Charles Nascimento, empresário de Holy, foi oferecido pelo governo estadual o ginásio de Cajazeiras, que foi considerado pequeno pelo empresário devido ao 'apelo da luta').
 
BN: Em 2012, você concorreu ao cargo de Vereador e recebeu 5611 votos, pelo Partido Democrático Trabalhador (PDT). Pensa em se candidatar novamente?
RH: Penso sim. Temos que ter uma voz para falar do esporte e não temos ninguém. Eu acho que posso ajudar, alguém tem que fazer alguma coisa pelos jovens, que não tem um lugar para praticar um esporte e se divertir. Eu não vejo o incentivo ao esporte na Bahia, os grandes atletas não se formam aqui no estado. Não vejo investimento do governo no esporte, acho que estão devendo.
 
BN: Existe uma declaração sua que roda nas redes sociais sobre como eram as brigas do Carnaval em Salvador. Como funcionava no seu tempo de folião?
RH: Antigamente a briga era atrás do trio com Chiclete com Banana, Durval, Daniela Mercury. A nossa briga era cara a cara, ninguém batia em mulher. Era pau puro, aquele clima de briga boa, coisa de quem podia. Mas era homem com homem, hoje é briga de covarde. Homem bate no outro cara a cara. Hoje em dia é muita covardia, você tá distraído e leva um muro. Tem muito covarde, isso não existe, quem faz isso tem que ir preso.

Veja o vídeo de Reginaldo Holyfield falando sobre como eram as brigas nos antigos carnavais em Salvador: