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Entrevista

'Vamos brigar pra ser campeão', garante vice-presidente do time de futebol americano do Vitória

Por Luiz Fernando Teixeira

'Vamos brigar pra ser campeão', garante vice-presidente do time de futebol americano do Vitória
Fotos: Laura Patterson / Divulgação


Em 2013, o Vitória fechou parceria com o Salvador All Saints, time de futebol americano de Salvador. Após um primeiro ano de experiências, eles irão a disputar o Campeonato Brasileiro da categoria, e o vice-presidente do agora Vitória All Saints, Aloísio Marques, garante que a equipe irá brigar pelo título. Além disso, na entrevista ao Bahia Notícias, o dirigente falou sobre a possibilidade da criação de uma Federação Baiana da modalidade, bem como do envolvimento do atual presidente Carlos Falcão com o futebol jogado com as mãos.
 
Bahia Notícias: Qual é a expectativa do Vitória para a temporada de 2014?
 
Alóisio Marques: A expectativa é a melhor possível. A gente vai participar do Campeonato Brasileiro, organizado pela Confederação Brasileira de Futebol Americano, que inicialmente tem uma fase regional, com cerca de 17 times aqui no Nordeste. Tivemos uma experiência fantástica no ano passado, no Torneio Touchdown, e eu acho que isso vai ajudar muito pra essa temporada. Estamos na expectativa de lutar pra vencer o campeonato.
 
BN: Vocês ainda não conseguiram se classificar para a etapa final do Campeonato Brasileiro. Agora com a parceria com o Vitória, vocês acreditam que vão conseguir chegar lá?
 
AM: Na nossa primeira participação no campeonato, em 2012, a gente não chegou a ir pras finais, éramos uma equipe bastante verde, e hoje eu posso garantir que depois da experiência do ano passado, a gente vai conseguir um rendimento diferente este ano. Contamos com um treinador estrangeiro (o escocês Michael Smith), que tem mais de dez anos de experiência no futebol americano, e que ainda está conosco.
 
BN: Quais foram as mudanças que você tiveram na estrutura do clube após a junção com o Vitória? Vocês ainda encontram dificuldades?
 
AM: Bem, temos a dificuldade normal inerente de qualquer esporte amador no brasil. Todo mundo tem o conhecimento de que o apoio é diminuto tanto do setor privado quanto do setor público. Mas de qualquer sorte, o apoio do Vitória é muito bom,  traz uma visibilidade muito grande pra gente. Gostaria de aproveitar pra agradecer ao Mario Ferrari,  o diretor de esportes amadores do Vitória, que está ajudando a gente demais. Ter a marca do Vitória ao nosso lado é muito importante pra auxiliar a gente, estamos conseguindo algumas parcerias, e eu acho que com isso vamos conseguir evoluir também nesse aspecto administrativo e isso vai trazer consequentemente resultado dentro do campo, com certeza.

 
BN: Vocês tiveram auxilio de estrangeiros, mas quem são eles?

AM: Foi uma experiência fantástica. Na pré-temporada de 2013 a gente trouxe um americano chamado Joshua Canup, que participou até de uns jogos de pré-temporada com a gente, e depois a gente trouxe o Karl Kee, do Texas, e eles jogaram com a gente pela temporada de 2013. Foi uma experiência fantástica porque o nível do conhecimento do esporte é completamente diferente. Funcionavam também como treinadores, além de jogadores, então passavam conhecimento tanto fora de campo quanto ali dentro também, e contribuíam porque o nível técnico é diferenciado.
 
BN: Além deles, como é a construção do elenco de vocês?
 
AM: Nossas contratações ano pasado foram os americanos. Trouxemos eles pra cá, e arcávamos com hospedagem, alimentação, bolsa auxílio, passagem de avião, custo médico (quando havia necessidade). Fora isso, a gente já tinha uma estrutura que vinha desde 2007, quando o time surgiu ainda na praia, e as pessoas que tinham interesse no esporte, iam aparecendo, até que esse ano (com a parceria com o Vitória) a gente teve que mudar a postura, porque foi uma explosão de gente interessada. Pra vocês terem noção, na nossa primeira seletiva esse ano, para poder peneirar quem  ia entrar no time, tivemos que limitar a quantidade de inscrições porque a gente ficou preocupado com os campos não terem capacidade de suportar a quantidade de pessoas. Inclusive a gente já tá programando uma nova seletiva que deve ocorrer agora, no final de janeiro ou no início de fevereiro, pra agregar ainda mais pessoas que tiverem interesse em fazer parte do esporte, que tiverem o perfil e ainda com condições de jogar esse ano no campeonato brasileiro.
 
BN: Como foi a origem da parceria com o Vitória?
 
AM: Essa parceria com o Vitória era um sonho bem antigo da gente. Tínhamos entrado em contato através de um e-mail que eu enviei na época para o hoje presidente Carlos Falcão (na época ele já era o vice-presidente), que atenciosamente me respondeu. Ele não deve nem se lembrar disso, mas ele me respondeu e me encaminhou o contato de Mario Ferrari. Mas aí deu uma estagnada, não estava com um momento muito bom no futebol na época. Depois Cid Neto, que é o nosso embaixador, conseguiu o contato com Mário Ferrari novamente, que apoiou a causa, e hoje em dia é uma pessoa que está lutando demais pela gente.

 
BN: Foi por conta da parceria com o Vitória que vocês foram para o Torneio Touchdown ou vocês já tinham essa ideia de fazer antes disso?
 
AM: Não vou negar que o fato de a gente ter realizado essa parceria com o Vitória nos ajudou demais, porque o ano passado, muitas outras equipes também eram vinculadas à equipes de futebol: Santos, Corinthians, Flamengo, Vasco da Gama... então a marca do Vitória ajudou a gente nisso. Além disso, Sallvador é naturalmente um polo importante no Nordeste, e eles quiseram ter a experiência de inserir uma equipe daqui, e na análise deles Salvador, e o nosso time, tinham o perfil mais adequado pela localização, e pela importância da cidade.
 
BN: Vocês estão disputando apenas esses torneios nacionais ou em Salvador há outros times que vocês joguem contra para fazer uma competição local?
 
AM: Existe um projeto de criar uma Federação Baiana de Futebol Americano. Existe outro time aqui na Bahia, e há outros que estão em construção. Ano passado a gente enfrentou pela primeira vez o outro time de Salvador, o Salvador Kings, e vencemos o amistoso. Mas esse ano até então não existe nenhuma conversa para ter um tipo de jogo, porque é um ano atípico por conta da Copa do Mundo. Então a gente também vai perder esse período, porque geralmente é o período que começam os campeonatos nacionais, e por isso fica um pouco mais complicado pra gente organizar um campeonato local. As regiões que têm campeonato estadual fazem no primeiro semestre, e realmente a gente tem a ideia de fazer um campeonato aqui, talvez Sergipe-Bahia, pois há dois times em Sergipe, e aí a proximidade permitiria fazer um desafio com a Bahia. Mas é um projeto pro futuro, porque esse ano a Copa está atrapalhando nesse sentido.
 
BN: Como é o procedimento para criar uma Federação aqui?
 
AM: Até onde eu tenho conhecimento precisa de pelo menos três times na bahia. São três times de qualquer esporte para pode criar uma federação, e a gente está iniciando os contatos com outros times de Salvador. É um meio que a gente entende que é o mais viável conseguirmos dar uma alavancada no esporte aqui na Bahia, porque já existem em outros estados federações que já são organizadas, e realmente estão colhendo os frutos por conta desse trabalho.
 
BN: O que vocês aprenderam com essa saída do amadorismo para a profissionalização com o Vitória?
 
AM: Posso passar um sentimento muito bom, porque participei desde o início. Comecei a jogar com dois amigos na praia, e realmente a gente não tinha dimensão de onde o futebol americano ia chegar no país, e nem que conseguiríamos chegar tão longe. Na época era um sonho treinar na grama, e hoje a gente conta com um time com mais de 60 pessoas, com equipamentos completos, um treinador que tem mais de 10 anos de esperiência, tivemos a experiência de trazer dois americanos pra cá… realmente a tendência é que o esporte continue crescendo, é o que vem mostrando as pesquisas nos canais fechados. Hoje em dia o futebol americano é o segundo esporte com mais audiência, com exceção do Brasileirão. A expectativa é crescer no país, e vamos tentar se profissionalizar o máximo possível, porque é um esporte amador nesse sentido. A torcida do Vitória pode esperar que vamos brigar pra ser campeão.