Boletim 4x4: Trilha do Caju consolidada no calendário 4x4

O que começou como uma brincadeira organizada por donos de Fuscas invocados e jipeiros que se intitulam Os Doidos se consolida de vez como um dos eventos do calendário do off road baiano. Assim é a Trilha do Caju, que teve a quarta edição realizada no último final de semana, em Cícero Dantas, a pouco mais de 300 quilômetros de Salvador. O número de viaturas chegou a 65, praticamente o mesmo do ano passado. Até jipeiros de Sergipe marcaram presença no evento, organizado com muita ousadia pelo presidente do Jeep Clube Os Doidos, Alessandro Matos. Clique aqui para ver as fotos de Jefferson Peixoto para o Boletim 4x4. 
 

A turma entrou na trilha pouco depois das 10h de sábado (01) e só saiu no início da madrugada de domingo (02). Mas não foi só a lama provocada pelas chuvas que não param de cair em Cícero Dantas que tornaram a quarta edição da Trilha do Caju uma brincadeira repleta de resenhas. A quantidade de carros quebrados, sobretudo no corredor estreito na parte final, e algumas viaturas pouco preparadas para a trilha – algumas até com pneus lisos – também exigiram paciência dos jipeiros. 
 

A concentração em frente à Igreja Matriz da cidade deu um charme ao início do evento. Um belo cenário, ainda mais quando o espaço ficou ocupado por jipes e utilitários 4x4 de todos os modelos, anos e níveis de preparação. Isso sem falar nos Fuscas, quadriciclos e numa potente UTV (Veículo Multitarefa). Foi um show particular para os habitantes de Cícero Dantas, que nesses dias andam bem agasalhados por conta do frio provocado pela temperatura mais baixa e ventos fortes. Outro momento de encantamento foi o desfile dos jipes em comboio pela cidade, uma das marcas da Trilha do Caju. A cidade parou para admirar as viaturas.
 

 

Da Bahia, destaque para os comboios que partiram de cidades como Paulo Afonso, Alagoinhas, Araças, Araci, Feira de Santana e Salvador. De Sergipe, presença de uma turma de cerca de dez pessoas de clubes como o Serjeep, Willys Clube de Sergipe e Jeep Club Boquim. De Cícero Dantas não podiam faltar os Fuscas (três no total) e a picape Ford F75, sempre presente no evento e que esse ano deu o maior trabalho quando quebrou no final da trilha, que passa pelas localidades de Baiacu, Lagoa do Nolasco, Raso dos Santos, Serra Grande e Lagoa do Capim, tudo na zona rural de Cícero Dantas, na maior parte do tempo em terras particulares. Foram 37 quilômetros de percurso, no total.
 

Em alguns momentos choveu durante a trilha, tornando o trajeto mais complicado. Logo no início, os jipeiros ficaram a manhã inteira tentando superar uma ladeira escorregadia e repleta de lama e buracos. Isso porque um dos Fuscas quebrou o eixo dianteiro na tentativa de subir e se perdeu muito tempo tentando puxá-lo, tarefa que coube a Alessandro em seu jipe Willys vermelho, com auxílio do velho empurra-empurra. Após muitas tentativas, optou-se por deixar o carro encostado na ladeira. A turma que estava no “rabo da gata” chegou a montar acampamento em baixo de uma árvore enquanto esperava.  
 

Poças de lama - Após a subida dos outros dois Fuscas (sem nenhuma ajuda, quando teve até Troller modelo novo que subiu puxado pelo jipeiro Alegria e sua Bandeirantes vermelha e amarela cheia de estilo) é que a trilha voltou a fluir novamente, com muitas outras ladeiras, corredores de lama e paisagens belíssimas da zona rural de Cícero Dantas. Jipeiros do Baratas Off Road, o clube de Araças, e do Alagoinhas Jeep Clube tiveram um papel importante de apoio na organização da trilha com a divisão natural dos comboios ao longo do percurso. Todos os carros só voltaram a se encontrar nas famosas poças de lama, já na parte final do evento. 
 

 

Nas poças, mais uma vez Alegria teve que resgatar um Troller que não superou o obstáculo. Só que, já na saída desse trecho da trilha, o mesmo Alegria quase deixa a velha mas potente Bandeirantes tombar de lado ao tentar acompanhar a UTV na subida de um morro com erosão. Foi tenso, até porque a equipe do Boletim 4x4 estava de carona na viatura no momento. Clique no vídeo abaixo feita com imagens gravadas em celular pelos jipeiros que participaram da Trilha do Caju e confira esse momento de tensão e suspense.

Na parte final, antes de uma subida de lama, é que os carros ficaram mais tempo parados do que andando em função da quebra da picape F75. Já era noite e fazia frio. Nesse trecho, totalmente cercado, era impossível ultrapassar, o que dificultava os resgates. Foi necessário chamar de volta jipes que já tinham saído da trilha para ajudar. Para piorar, vários outros carros quebraram em pontos diversos do comboio, inclusive o Willys do organizador. Mas no final, entre um resgate e outro, todos terminaram a quarta edição da Trilha do Caju, que acabou, pelo horário, não tendo o prometido forró de encerramento.