Gicele Alakija explica que 2017 será regido por Saturno após 36 anos sob comando do Sol - 02/01/2017

 

Todo ano tem um planeta que a gente chama na astrologia o ‘planeta regente’. Não é que ele determina sozinho, porque pra um trabalho de astrologia, qualquer tipo de previsão ou perspectiva a gente tem que analisar vários mapas para aquela cidade, país ou pessoa, mas o regente do ano dá um tom, digamos assim, àquele ano, sendo que o ano começa em março, o ano astrológico começa em março. O planeta regente para 2017 é o planeta Saturno. Ele não é bom nem ruim, ele é temido. É o senhor do karma, do tempo. Ele pode trazer coisas estruturantes para quem está no caminho de construção e fez a lição de casa direitinho em 2016 - o ano que a gente está fechando é o ano do Sol, então as identidades, o ego no bom e no mal sentido. Para 2017, você pode concretizar, colher o resultado daquilo que plantou. Pode ser muito difícil para algumas pessoas e para algumas situações, mas Saturno é aquele que não alisa, ele obriga a lidar com a realidade. Significa que nós vamos continuar a lidar com uma realidade, que pode ser muito dura para algumas pessoas, cidades ou países e pode ser mais promissora para outras. Mas de qualquer maneira, o que você tem como karma no sentido de consequência daquilo que você plantou, você pode colher nesse ano e também pode se preparar para plantar e colher depois.

 

Essa coisa do grande ciclo de Saturno, na tradição astrológica antiga dos caldeus, tem um planeta que rege o ciclo por 36 anos e tem planeta que rege o ano - tem uma ordem dentro da estrela de sete pontas dos caldeus - e cada dia da semana tem um planeta regente. Quando, como é o caso de 2017, coincide de estar fechando um ciclo e começando outro, o planeta que rege o ano é o mesmo que rege o começo do novo ciclo. Estamos saindo do regente do Sol - ego, identidade no bom e no mal sentido, inclusive em 2016 destaque para figuras masculinas, mas é um trabalho de identidade, é um período que ajudou as pessoas a se conhecerem melhor. O Sol representa sua identidade, seu brilho, o que é seu pessoal. Agora, entrando nesse novo ciclo, é o momento de responsabilidade com o que é seu. Saturno chama pra isso. Não tem uma mágica que você tem de uma hora para outra vira uma coisa ou outra. Na astrologia o que tem é processos, nós lidamos com ciclos, o que começou em algum momento vai terminar em outro. Por isso esse grande ciclo que começa em 2017 também traz na regência do ano o planeta Saturno. 

 

A dica é: todo mundo tem pontos positivos e pontos, não quero chamar negativos, difíceis. Estamos aqui para procurar nos melhorar. Saturno é essa oportunidade, representa na astrologia também o grande pai, pai velho, sábio. O símbolo do karma não é punitivo, é aquele que diz assim: ‘Olha, você plantou manga, quer colher uva ou maçã?’. A questão com Saturno, por isso que digo que não deve ter medo dele, é que quem não deve, não teme, como diz o ditado popular. Se você fez sua lição direitinho, vai colher aquilo que plantou. Agora, é interessante entender que o ano ou a regência do ano pelo planeta não determina tudo. Importante pra astrologia é a pessoa fazer seu mapa pessoal, porque contém pra uma pessoa, cidade, pro seu gatinho ou casamento os 12 signos. Cada um está em um assunto diferente da vida da pessoa. A gente fala que Saturno está na regência do ano, mas quem é Saturno pra você? Quem é Saturno pra mim? O que eu plantei? O que está difícil inicialmente, que é a maneira de ele se colocar, e o que eu vou lidar em cima dessa dificuldade? Ele é o que traz a dificuldade inicial para que você veja a realidade e depois você tem que ver como se coloca. Agora, nós temos todos os outros planetas no céu nesse momento, então temos boas perspectivas na área dos relacionamentos, porque o planeta Júpiter está passeando pelo signo de Libra até o final de 2017, Júpiter expande, e tudo acontece ao mesmo tempo.
 

 

Sim. É um ano bom nesse sentido das relações porque as pessoas podem perceber individualmente que elas têm mais oportunidades, que elas têm mais atrativos. Então promete não ficar em um relacionamento de mesmice, vai ter mais intolerância com relação àquele relacionamento que está ruim, está chato e se arrastando, porque pode chover na horta da pessoa. Vai ter menos tolerância com relação ao que a pessoa merece, isso é bom. Por outro lado, tem que ter o cuidado de se colocar no lugar do outro. Júpiter expandindo as características de Libra ajuda as pessoas a se entenderem a partir da perspectiva também do outro, porque relacionamento também é isso. Se você fica muito em você, você não quer ceder nada. Se você fica muito no outro, você se anula. Esse é o grande desafio do signo de Libra e para as relações de modo geral, Júpiter traz essa boa perspectiva, e para leis, justiça. A gente pode esperar que processos andem mais rápido ou que você tome coragem para colocar na Justiça aquele processo que você estava com medo, indeciso, ou que você tenha bom resultado de um processo que você colocou na Justiça. Isso tudo vai se particularizar dependendo da situação de cada um. A nível coletivo seria isso.

 

Isso sempre vai acontecer. A gente pode dizer que todo mundo vai ter bons acontecimentos e acontecimentos difíceis, mas poderia destacar, por exemplo, Libra. Em geral vai ser um ano bom para os librianos. Vai ser tenso para os sagitarianos, já está tenso desde 2015, e até 2017, para entender que é um processo. Principalmente os sagitarianos de segundo e terceiro decanato, é um momento de restrição, eventualmente dificuldade, mas para trazer um aprendizado de cuidado com suas leis, suas regras, que é o grande problema de Sagitário, no sentido negativo quer ser o dono da verdade. Nesse momento a gente pode ver rigidez de ideias e os sagitarianos precisam ter mais calma, podem ter experiências difíceis para cair na real. É o momento de quebrar preconceitos, por isso a gente está vendo aí acirrar as guerras religiosas, intolerâncias religiosas desde 2015 para cá, por causa desse Saturno que está no signo de Sagitário. Para os sagitarianos traz esse destaque: ter mais paciência, mais cuidado com suas verdades e ouvir mais o outro lado, rever suas ideias e preconceitos. Os arianos também têm destaque, principalmente no último decanato porque é momento de aceleração. Para os arianos tem destaque de mais pressa ainda e usar melhor sua criatividade. Qual é o cuidado? A agressividade do nada, a impaciência. Mas é momento que promete muita criatividade, mais coragem, mudanças radicais na vida dos arianos. Os piscianos estão no processo lento e agora, principalmente do primeiro e segundo decanato, de se perceberem mais sensíveis ainda do que já são. Os piscianos são como uma esponja, absorvem demais tudo em volta. Esse período é um período que pode se potencializar e traz uma revisão da sua identidade, de quem ele é, a que ele serve, porque tem tendência a ficar refletindo o problema dos outros. Para os piscianos é a cautela com aquilo que sente, seja no sentido psicológico, emocional ou físico. Os piscianos acabam sendo um pouco esse fiel da balança com os grandes problemas coletivos de sensibilizar. Pode ser bom se dedicar a uma causa, canalizar esse sentimento e sensibilidade aumentada para algum projeto social, coletivo, filantrópico. E para todos nós esse é momento de sensibilização com o coletivo. A gente está vendo muita coisa difícil no mundo e eu percebo, pelo menos pelos lugares que ando e tenho falo, que tem aumentado essa preocupação de um modo geral. Quem for de peixes vai ter essa sensibilidade maior. Capricórnio, como é regido pelo regente do ano, que é Saturno, a gente poderia destacar também. Mas Capricórnio já tem uma lição de perseverança, paciência, porque quer subir, quer chegar, é ambicioso. É um ano que traz para o capricorniano essa chamada: qual sua missão, onde quer chegar, quais coisas precisa trabalhar para chegar onde quer. Quando se fala em previsão para os signos, tem que pensar principalmente se aquele signo é o ascendente da pessoa, porque o signo ascendente começa o mapa dela. Essas tendências gerais para Áries, Touro, Libra, quem tem o signo ascendente naquele signo acaba aproveitando melhor.

 

Do ponto de vista geral, diria que estamos em um momento de dificuldade. Se a gente olhar no mapa do Brasil, a gente vai ver que estamos sofrendo impacto há muitos anos de um planeta que é o grande transformador [o planeta Plutão] na área social, mesma área ligada à política, à Câmara, aos senadores e deputados, a ação desse planeta é trazer à tona o que está escondido, e é o que nós estamos vendo aí. Plutão passando em Capricórnio numa área do Brasil que representa o Legislativo, a área dos políticos de modo geral, então o que acontece é que o que está escondido está subindo e esse planeta representa também o uso do poder. Estamos vendo o poder sendo derrubado, transformado; os poderosos estão sendo presos, investigados; ao mesmo tempo tem uma briga para outros poderosos entrarem na dança, digamos assim, então isso não vai acabar de uma hora pra outra, continua. A gente vai continuar vendo também traições, golpes, lutas pelo poder. O governo está instável, isso já é visível. Agora é importante destacar que esse processo relacionado ao governo e instabilidade já está desde 2014 para 2015. Qualquer um que entrasse teria outro tipo de dificuldades. É um momento do país. E qual a contrapartida que a gente tem? O povo está tentando se mobilizar mais para vigiar, controlar, retomar o seu poder com relação a quem ele de o poder, elegeu. É isso que está acontecendo. A competição e briga entre as pessoas, a intolerância às pessoas de tendências diferentes, isso continua. Eventualmente ainda violência, por conta dessas discrepâncias dessas competições, mas é momento importante pra gente refletir sobre nossas ideias, sobre o voto, sobre a nossa postura enquanto cidadão, porque o mapa do Brasil está em um momento em que os governantes estão sofrendo pressão. Não é somente na presidência. Isso a gente pode transpor para os brasileiros de destaque - empresário, que tem seu negócio -, que pode sofrer uma queda, pode mudar, reestruturar seu negócio, pode falir.

 

Sim. Esse do governo termina em 2017. Agora, quando digo “termina” não é 100%. Termina do ponto de vista da compreensão, das mudanças principais que a gente está vendo acontecer, e começa uma outra batalha, de reestruturação, que seria a consequência para esse setor político. Revisão das ideias, das leis. Outra coisa importante é a parte dos impostos, do dinheiro. Estamos em um momento em que qualquer governo que está aí ou estivesse, está com perspectiva de ampliar arrecadação e cometer excessos com o dinheiro do povo. Por um lado, a perspectiva de entrada de dinheiro que a gente já está vendo acontecer - do exterior, de resultado de processos -, mas por outro lado a possibilidade de exagero com os gastos. E exagero também com tirar de onde quiser, aumentar impostos, tirar benefícios. São perspectivas para esse período. Confiscar bens, de maneira direta ou velada, a gente está no meio desse fogo cruzado.

 

Diria que de certa forma ele está sendo beneficiado, porque entrar no poder sem ser eleito direto, ele pegou período de expansão, e sendo libriano, Júpiter expandiu o signo dele, ele está em foco. Por outro lado, Júpiter é a lei, conhecido como a lei da graça. De novo as questões kármicas: aquilo que você fez volta como presente em outros. Não é sorte, é ciclo de benefícios de uma coisa que você fez, mas traz retornos. E traz a perspectiva de exageros, ele está no momento vulnerável a ter exageros, mas ele pessoalmente está sendo beneficiado em um monte de coisas. Aí a gente teria que analisar o mapa dele para ver. Ele está sendo acusado na Operação Lava Jato também, isso mexe com várias imagens e aí a gente volta para o mapa do país, ocupando esse espaço, assim como a presidente Dilma [Rousseff] saiu ela ocupava esse espaço e estava identificada com o mapa do país. Era um cargo. Enquanto representante do governo estava sofrendo a mesma coisa que Temer está. Do ponto de vista geral, estamos lidando com coisas muito anticonvencionais - tem movimentos da esquerda, da direita e que junta os dois lados. Isso é o momento do país.
 

 

Olha, eu não vou dizer da Bahia especificamente porque a gente precisa ter o mapa da Bahia. Tenho o mapa de Salvador, porque o mapa da Bahia a gente não tem o horário exato da independência, tem aquelas dúvidas todas. Salvador é Áries com ascendente em Câncer. A gente brinca, mas Salvador sai na frente em um monte de coisas, é vanguarda, isso é Áries. Salvador acelera, é competitiva em uma série de coisas e tem identidade, às vezes apressada, quer tudo pra ontem. E o ascendente em Câncer traz aquela coisa de família, um certo conservadorismo que acho interessante. De repente a gente cai do cavalo quando vê posturas conservadoras nisso ou naquilo. É um conflito da própria cidade. Esse período é de desenvolvimento acelerado na tecnologia principalmente. Deve crescer em Salvador a questão ligada a impostos, não sei se necessariamente em fazer mais impostos, mas tem aqui a ampliação de arrecadação de dinheiro. Quando a gente fala da cidade de Salvador, é prefeitura. Embora continue a tendência de dificuldade com emprego no país, para Salvador pode haver ofertas imprevisíveis de emprego. Pode ter empregos temporários, uma área que se destaca e abre frentes de trabalho. Pode ter oportunidades de revisão de leis e princípios dentro da área de educação e o próprio grupo podendo se organizar mais para cobrar ou refazer essas leis, cobrando das autoridades. Mais para o segundo semestre pode haver perspectivas na área de moradia, então isso também pode ser mais reivindicação ou momento onde se vai olhar com mais cuidado as questões legais ligadas aos programas sociais de moradia e ao mesmo tempo pode aumentar esses movimentos reivindicatórios relacionados a casa, teto. Também pode ser interessante programas ou tentativas de organizar o patrimônio. Isso vale tanto para as pessoas individualmente quanto vale para a cidade. É o momento de olhar a cidade como patrimônio cultural, legalizar, onde está o que, preservar. É momento em que o povo pode estar mais atento a isso e ligado à sua história, dentro de um vínculo com a sua identidade racial, religiosa. Pode haver pensamento comum com relação a esses princípios morais, filosóficos. Alguns movimentos podem fazer isso.

 

Seria interessante se tivesse um mapa astral dos dois. Diria que são signos diferentes. Enquanto Aquário representa o olho no futuro, vanguarda, representa política, grupos, tribos que a gente poderia definir o prefeito como nessa linha de transitar em grupos radicalmente diferentes; pode estar mais tecnologicamente armado para propostas pra cidade. O capricorniano é construtor, não dá ponto sem nó. É aquele que devagar e sempre, mas que chega lá. Se tem um projeto, uma ambição - no sentido positivo ou negativo -, se tem uma meta e tem esforço paciência e perseverança, o capricorniano chega lá. Ele constrói. Capricorniano é construtor e aquariano é revolucionário, digamos assim. É interessante porque essas duas forças se combinam. Tem os atritos naturais da própria natureza, mas Capricórnio e Aquário não são totalmente incompatíveis. O capricorniano está nesse momento de reorganizar seus propósitos, rever a identidade mesmo, e no momento de olhar para essa realidade de maneira voluntária ou forçada, o capricorniano está numa fase de definir projetos. Capricórnio está nesse momento de materializar projetos, expandir e concretizar. Isso já vem de um processo de 2015 para cá. É momento de começar a colher aquilo que plantou e continuar numa expansão com esforço. Não é momento de colher louros de graça. É momento de esforço na área material também. O aquariano está no momento de reorganização na área social e de lidar com pessoas poderosas, inimigos poderosos. Mas para o aquariano essa área de concretização está mais ligada a sonhos e idealizações, então é o momento de ver aquilo que idealizou e como isso pode se concretizar. Algumas coisas podem ser apenas sonhos. Como eles são colocados na realidade? Diferente do capricorniano. Mas são apenas conjecturas em cima de signos.

 

O ano astrológico começa com a entrada do Sol em Áries e isso só acontece, todo ano, em março. Em 2017, vai ser no dia 20 de março, às 7h17, no horário de Brasília. Todas essas tendências que a gente falou aqui de um modo geral para as pessoas, signos e país, começam a vigorar a partir de 20 de março. Também chamar a atenção para uma questão. Sempre me esquivo quando chamam para fazer previsões, prefiro falar de perspectivas e tendências, porque astrologia não é adivinhação. Sempre que a gente vai falar em qualquer situação é oportunidade de tirar esses conceitos errôneos. Se você não tem mapa pessoal desse jeito ou com tendência a ser uma pessoa acidentada, não vai ser um acidente situacional de carro ou dentro de casa que vai te machucar, porque você não tem aquela tendência. Agora, se uma pessoa que tem tendência a se acidentar, qualquer momento vulnerável que o mapa sinalize, ela vai ser a primeira candidata a se acidentar toda hora. Tanto que você vê o acidente com o avião da Chapecó, seis sobreviventes. Se fosse assim, morreria todo mundo. Gosto de chamar a atenção que nós temos um destino - podemos chamar do que quisermos. Destacaria não somente agora, mas sempre, é que somos indivíduos em diferentes estágios de evolução espiritual, então cada um de nós é como uma semente, precisamos cuidar individualmente. Isso que faz a diferença. Não significa que você não vai se juntar com um grupo para reivindicar melhoria disso ou daquilo no governo, no trabalho, mas quem é esse grupo, essa cidade? É feita de pessoas. Nós somos responsáveis por mudar. O ano de 2017 com essa regência e essas perspectivas, o importante é que você vai ser convocado com mais seriedade e responsabilidade para dizer a que veio. O que você fez, amadureceu, o que você precisa amadurecer? Faça sua parte. Sempre a gente deveria fazer isso, mas no ano de regência de Saturno a gente não tem alternativa, porque Saturno constrange e dificulta para mostrar claramente “isso é seu, agora isso aqui, sim, vá lá e brinde”.