Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Entrevistas

Entrevista

ACM Neto diz que trabalho na prefeitura pesa mais que controle da máquina pública - 26/09/2016

Por Fernando Duarte / Luana Ribeiro

ACM Neto diz que trabalho na prefeitura pesa mais que controle da máquina pública - 26/09/2016
Fotos: Cláudia Cardozo/ Bahia Notícias

Candidato à reeleição para a prefeitura de Salvador, ACM Neto (DEM), argumenta que mesmo tendo o controle da máquina pública, o que mais pesará em seu favor será o trabalho que desempenhou ao longo de seu primeiro mandato. “Se a gente vai chegar forte ou não, lá na frente, vai depender do que a gente vai fazer todos os dias. Então não tem máquina que resolva, em 45 dias de campanha, o que não foi feito em quatro anos”, aponta, citando o exemplo do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que não tem se posicionado bem nas últimas pesquisas eleitorais divulgadas. O democrata enxerga como principal legado à cidade o equilíbrio das contas públicas e cita investimentos em saúde e educação – seus adversários políticos afirmam que as duas áreas foram negligenciadas em sua gestão. “Você tem que ter uma boa equipe, tem que ter bom programa, tem que ter planejamento e tem que tomar a decisão política de colocar o dinheiro, porque vamos somar os R$ 500 milhões de uma área com os R$ 500 milhões da outra, são R$ 1 bilhão”, elenca. Em menção a outra pecha com a qual se referem a ele, em referências às obras de requalificação da obra, avalia que um prefeito, para ser eleito, deve vivenciar o cotidiano da cidade. “Ser prefeito é entender que mais do que cuidar de concreto, é cuidar da vida das pessoas”, define. 

 

Quais são os principais desafios para o próximo prefeito de Salvador ?
Eu diria que Salvador mudou de patamar. Há quatro anos nós discutíamos uma cidade que estava completamente desarrumada, as pessoas desconectadas do poder público, uma cidade que tinha perdido o brilho, que tinha perdido a esperança, que tinha perdido o respeito e importância nacional. Tudo isso foi superado graças a um trabalho intenso que nós fizemos e Salvador mudou de patamar. Portanto, os desafios a partir de 2017 vao ser completamente diferentes do que foram a partir de janeiro de 2013. Porque agora a casa esta arrumada, as finanças da prefeitura estão em ordem, a prefeitura assumiu as suas responsabilidades, mostrou que era possível executar obras  com recursos próprios, tanto que 97% das obras municipais são recursos próprios. Mostrou que era possível melhorar muito serviços públicos essenciais como limpeza, iluminação, conservação da cidade, manutenção dos espaços públicos. Saúde com todos os avanços que nós tivemos; educação com todos os avanços que nós tivemos. Então, o patamar hoje é outro, é de uma cidade que pode olhar pra frente, pode olhar para o futuro e ter objetivos mais arrojados, e aí eu diria que o principal desafio é o de criar um ambiente nesta cidade que permita que ela cresça do ponto de vista econômico, mas que, sobretudo, tenha um crescimento equilibrado, um crescimento mais homogêneo nas suas diversas regiões; com isso gerando novas oportunidades de emprego e de renda em bairros que hoje são altamente populosos, mas que no entanto não são geradores de emprego. O desafio de Salvador é lutar para que ela saia da crise antes das outras capitais do Brasil, o desafio de Salvador é torna-la mais competitiva ainda do ponto de vista nacional e até internacional, estimulando as suas vocações econômicas e, sobretudo, criando esse ambiente propício para o desenvolvimento equilibrado da cidade para o futuro.
 
Em 2012, a pauta da eleição foi centrada na administração do ex-prefeito João Henrique, com o candidato então negando ter relação com o ex-gestor e muitas criticas. Houve alguma alteração em relação atuação a atual administração? É possível fazer uma autocrítica a atual administração ?
Como eu lhe disse, Salvador mudou totalmente o patamar. Aquela cidade de 2012, ela não existe mais. Se você for ver a fotografia do que era Salvador há quatro anos e do que é hoje, mesmo os nossos mais ferrenhos adversários são obrigados a reconhecer que a cidade melhorou e melhorou muito. E, aliás, é isso que me permite hoje andar com muita tranquilidade, andar de cabeça erguida, com o coração em paz. Olhar para o passado, ver que eu cumpri todos os meus compromissos, ver que eu honrei a minha palavra e, acima de tudo, que eu permiti que Salvador mudasse de patamar. Agora, é claro que sempre há o que melhorar. Há sempre o que aperfeiçoar, e eu sou uma pessoa por natureza inquieta, que não me acomodo, que procuro a cada dia ajustar os meus procedimentos, minhas ações, minhas decisões, procuro sempre reforçar a minha equipe. Procuro enxergar ideias novas para aperfeiçoar ainda mais o meu modelo de administração e, consequentemente, o trabalho que é feito pela cidade. Longe de mim dizer que, nesse momento, nós já vivemos na cidade ideal. De maneira alguma, mas nós vivemos numa cidade muito melhor do que vivemos há quatro anos atrás. Eu tenho a consciência de que era impossível fazer mais do que eu fiz. Na verdade, eu fiz muito mais do que eu mesmo esperava quando assumi a prefeitura. Porém, evidente que é sempre importante estar fazendo a autocrítica. Sempre é importante estar ouvindo as pessoas e eu tenho exercitado isso, levado a prefeitura para os bairros. Tirei a prefeitura do gabinete, levei para a rua, transformei a rua no meu melhor gabinete, [que é] a forma de você sempre esta enxergando os problemas e procurando aperfeiçoar a gestão.

 

O município é reponsável por serviços básicos ao cidadão, especialmente nas áreas de saúde e educação. Quais são os entraves a serem vencidos nessas áreas prioritárias ?
Olha, essas duas áreas tem dois grandes desafios. De um lado, gestão de qualidade - e nós conseguimos executar gestão de qualidade nas duas áreas. Do outro lado, recursos. Porque são áreas que sempre vão demandar cada vez mais recursos. Quando você constrói um posto de saúde, ou uma UPA, ou mesmo quando você constrói uma creche ou uma escola, o maior investimento não esta na construção em si, na obra física, e sim, na manutenção. E não é por outro motivo que nós elevamos os investimentos da prefeitura nas duas áreas. Na área de saúde, nós tiramos de uma aplicação de 15% do orçamento e trouxemos para quase 20%. O orçamento deste ano é R$ 500 milhões maior do que era o orçamento de 2012 na área da saúde. Veja que estamos em uma situação de crise. Na educação não foi diferente, nós tiramos de uma aplicação de 22,5% e trouxemos para uma aplicação de mais de 28% esse ano. Também, se você for olhar o orçamento da educação, são R$ 520 milhões a mais do que há quatro anos. Então aí é a decisão política de fazer. Você tem que ter uma boa equipe, tem que ter bom programa, tem que ter planejamento e tem que tomar a decisão política de colocar o dinheiro, porque vamos somar os R$ 500 milhões de uma área com os R$ 500 milhões da outra, são R$ 1 bilhão. Esse recurso eu podia ter colocado em qualquer outra área pra fazer obras de infraestrutura, obras viárias, grandes viadutos, mas não, eu tomei a decisão de colocar na educação e na saúde, porque entendo que é prioritário. E os resultados estão aí, veja, por exemplo, que Salvador foi a capital brasileira que mais avançou posições no Ideb, que é uma avaliação nacional. Nós éramos a última colocada. Avançamos nove posições em apenas dois anos. Então, os resultados já são sentidos. Na saúde não é diferente: tínhamos uma UPA, hoje temos nove. Contratamos mais de 3700 profissionais. Salvador tinha a pior cobertura de atenção básica do Brasil, 18%. Hoje nós temos quase 50%. Fomos a capital que mais cresceu em atenção básica à saúde. Temos os multicentros, estamos fazendo os hospitais. Ainda na educação dobramos o número de vagas de creche e pré-escola pra atender a educação infantil. Recuperamos mais da metade de nossa rede escolar. Agora, tudo isso passa por planejamento, por equipe qualificada e, sobretudo, pela decisão de aplicar recursos, que é o que nós fizemos.
 
As transferências diretas da União via FPM [Fundo de Participação dos Municípios] e ou outras fontes sofreram quedas consideráveis nos últimos anos. Como administrar a máquina com a escassez de recursos? O aumento da arrecadação do município não acompanha o aumento das despesas. Como resolver esse problema ?
Sendo organizado. Esse pra mim não é um problema. Talvez o maior legado que nós deixemos para a cidade seja, exatamente, o equilíbrio das contas públicas. Quando eu cheguei à prefeitura, Salvador tinha uma dívida astronômica de curto, médio e longo prazo, nós pagamos uma parte significativa dessa dívida. Nós equacionamos o restante, veja por exemplo que hoje nós não devemos mais nada ao governo federal. Pagamos 100% da dívida com o governo federal. Salvador não podia assinar uma operação de crédito, não podia contratar financiamentos, não podia receber recursos voluntários da União porque 173 itens causavam inadimplência para a cidade. Resolvi, um a um, cada um deles. E fizemos um governo organizado, que investiu com recursos próprios; 97% de todas as obras que eu fiz em Salvador foram com recursos próprios. Eu quero lembrar que o debate há quatro anos atrás era: Salvador pode ou não andar com as próprias pernas? Meus adversários diziam: o prefeito tem que ser do mesmo partido do governador e da presidente porque senão a cidade vai ficar quebrada, falida, inviabilizada. Eu mostrei que não. Eu mostrei que prefeito precisava ser organizado, cumprir suas obrigações e, sobretudo, trabalhar direito. Isso aconteceu. Então, mesmo em um quadro de crise – e nós estamos tendo queda de arrecadação desde junho de 2015, então aí já se vão um ano e três meses pelo menos – ninguém nunca ouviu falar que eu deixei de pagar uma conta, que eu atrasei um prestador de serviço, que eu coloquei em risco o salário do servidor. Essa realidade não existe em Salvador, porque eu controlo a execução da despesa pública. Eu ajustei o tamanho da despesa de acordo com a possibilidade de receita do município, igual a casa de qualquer cidadão. Aqui a gente não gasta um centavo a mais do que a gente arrecada. Agora, nós estruturamos operações de financiamento que vão ser decisivas para ampliar os recursos disponíveis a partir do ano que vem. Como, por exemplo, o Prodetur, que já está bastante avançado; Mané Dendê, no Subúrbio; a outra na área social, saúde educação. Então a gente espera colocar nos cofres da prefeitura no próximo ano, ou a partir do próximo ano, mais de R$ 1,5 bilhão e meio de operações de financiamento, que vão ajudar a assumir todo esse conjunto de obras e investimento que até então a prefeitura vinha fazendo com recursos próprios, porque tinha disponibilidade de caixa.


 

O relacionamento com os outros entes federativos é essencial para a administração pública. Como trabalhar de maneira harmônica em prol dos interesses da cidade, ainda que grupos políticos distintos administrem tais entes ?
 O modelo ACM Neto de governar, basta isso. Se você quiser explicar, é simples: hora nenhuma eu baixei minha cabeça para ninguém, acho que nenhum prefeito tem que fazer, independente de qual seja seu partido, qual seja sua preferência ideológica, mas coloquei o interesse da cidade em primeiro lugar. Há quatro anos atrás era um debate central da campanha se Salvador e ter ou não ia ter o metrô. Em quatro meses eu viabilizei o metrô e construí os entendimentos, ponto. Não precisa ser do mesmo partido de A, B ou C e nem mesmo ter a simpatia, porque, veja, cada um tem a sua forma de agir. Eu, por exemplo, gostaria que o governador fosse mais simpático. Talvez isso tornasse mais leve nossa relação, facilitasse uma convivência social que não existe, porque ele faz questão de ser antipático. Mas a antipatia dele não me faz impedir que as coisas avancem do ponto de vista administrativo. O interesse da cidade está em primeiro lugar. Então a resposta é essa: agir como eu agi durante quatro anos. A cidade não teve nenhum prejuízo, pelo contrário, só fez ganhar e vai continuar ganhando.

Salvador apresenta índices de desemprego acima da média nacional. Como minimizar esse número e quais áreas devem ser consideradas prioritárias para geração de emprego e renda?
Salvador foi vítima dessa dinâmica do desemprego. Se você for observar, nos últimos quatro anos, as nossas taxas de desemprego subiram na mesma proporção que subiram as taxas da Bahia e do Brasil. E eu diria que se não fosse esse conjunto de ações que a prefeitura realizou, a consequência do desemprego teria sido muito mais dramática em nossa capital. Porque governar com o vento a favor é fácil. O grande desafio é governar com o vento contrário. Como nós fizemos nesse período de queda do crescimento econômico e de aumento do desemprego. Somente com as obras que nós fizemos e com os serviços que nos expandimos, foram gerados 50 mil empregos em Salvador, fruto de uma ação direta da prefeitura. Dou exemplo inclusive de duas áreas essenciais: na saúde, nós contratamos mais de 3 mil profissionais. Foi a área do poder público, em todo norte-nordeste, que mais contratou, juntando aí Município, Estado e União. Foi a saúde pública de Salvador. Na educação, contratamos mais de 3,5 mil profissionais. Somando os dois, foram gerados mais de 7 mil só nessas duas áreas. Então a expansão dos serviços públicos é importante para a geração de emprego. Só que nós já vínhamos discutindo dentro da nossa equipe, com técnicos, com pessoas inclusive de fora, e hoje existe um programa já pronto, que eu vou inclusive lançar nos próximos dias, chamado Salvador Emprego. É um programa que procura, a partir do que trouxe o PDDU, da nova Louos, a partir do desenho do Salvador 500, que planeja a cidade para o futuro, procura atacar naquilo que para mim é essencial, que é aproximar o emprego da moradia. Hoje nós temos dois grandes centros econômicos, o Centro Antigo e o centro moderno, aqui na região da Tancredo Neves, Iguatemi, e eles são dois grandes geradores de emprego. Qual o nosso desafio? Levar emprego para os bairros periféricos. Com isso, nós desenhamos toda uma estratégia que tem dois eixos. Um eixo são os bairros que se avizinham com a BR-324, como Águas Claras, Valéria, Pirajá. O outro eixo é o do Subúrbio. A ideia vai ser, a partir de uma política de incentivos fiscais, que vai atacar os três principais tributos do Município – ITIV, ISS e IPTU. A partir de uma política diferenciada de incentivos fiscais, nós vamos fomentar o emprego nessas áreas da cidade. Quem quiser ir para essas áreas da cidade, montar sejam indústrias, indústrias não-poluentes, de alta tecnologia; sejam serviços ou comércio; a gente vai ter esses três pilares: o setor industrial, de serviços e o comércio vão ter incentivos da prefeitura. E até, por exemplo, a gente quer fomentar um polo de logística na região de Valéria. A depender, a prefeitura poderá assumir obras de infraestrutura que viabilizem essas intervenções.

O próximo prefeito de Salvador precisa de quais qualidades para chegar ao cargo? Ou para permanecer?
Primeiro, ser prefeito é uma tarefa diferente de todas as outras na vida pública, porque você tem que viver, de fato, o dia-a-dia da cidade, tem que viver os problemas da cidade. E acima de tudo, você tem que estar disposto a estar presente. Acho que uma grande mudança que nós promovemos nesses anos, na forma de governar Salvador, foi ter tirado a prefeitura do centro da cidade e ter ido para os bairros. Desde o dia 2 de janeiro de 2013, que foi meu primeiro dia de trabalho, desde esse dia, não houve um dia sequer que eu não tenha estado três, quatro, cinco vezes nos bairros. Acho que essa é a receita principal. Porque a cidade é muito grande, tem muitos problemas. Cada bairro tem dezenas de prioridades. E o que fazer, por onde começar, o que atacar? Aí você tem que ter essa sensibilidade, de estar conversando, ouvindo, sentindo a cidade. Ser prefeito é entender que mais do que cuidar de concreto, é cuidar da vida das pessoas. E essas prioridades também tem que estar relacionadas a essa premissa. A premissa que deve ter, como objetivo principal, cuidar da vida das pessoas. Salvador se acostumou, eu acho, com meu estilo, um estilo muito aberto; as pessoas começaram a acompanhar minha vida, viver minha vida. E o que eu posso garantir à cidade é que primeiro, eu jamais vou me acomodar. Pelo contrário. Eu pretendo fazer um segundo mandato ainda mais surpreendente que o primeiro. Eu ouço muito nas ruas, as pessoas chegam para mim e dizem: olha Neto, há quatro anos eu não votei em você. Eu achava que não ia dar certo. Mas eu quero reconhecer que você me surpreendeu, agora eu vou votar. Então eu quero poder surpreender ainda mais as pessoas, continuar surpreendendo. E tendo, é claro, uma visão, um horizonte, de que essa é mais uma etapa que eu pretendo cumprir com minha cidade, e, portanto, oferecer não só mais do mesmo. Pelo contrário, oferecer melhor do que tivemos nesses quatro anos.

Estar no poder, controlar a máquina, favorece ou atrapalha em uma campanha?
No dia em que eu assumi, eu chamei minha equipe, na primeira reunião que eu fiz de secretários, disse o seguinte: ‘ninguém aqui deve pensar em 2016’. Isso era 2013, janeiro de 2016. ‘Esqueçam 2016’. Eleição é consequência de trabalho. Se a gente vai chegar forte ou não, lá na frente, vai depender do que a gente vai fazer todos os dias. Então não tem máquina que resolva, em 45 dias de campanha, o que não foi feito em quatro anos. É impossível. Está aí, por exemplo, São Paulo, o prefeito Haddad com enorme dificuldade para chegar ao segundo turno, e é a máquina mais poderosa que existe em todos os municípios do Brasil. Então, para mim, eleição é consequência de trabalho. Não do trabalho de 45 dias. Mas o trabalho de 4 anos. E por mais que nossos adversários cheguem agora na imprensa e tentem desfazer o que nós fizemos, é impossível, porque as pessoas viveram isso. As pessoas sentiram isso. As pessoas enxergam isso. Então pode vir a propaganda que vier, as pessoas estão vendo com seus próprios olhos. Estão vivendo isso. Ora, está tudo resolvido? Claro que não! Temos muitos problemas, muitos problemas ainda para enfrentar e resolver. E não são mais quatro anos que vão resolver os problemas de Salvador. Quem diz isso está mentindo. Agora, as pessoas sentiram e perceberam como a cidade melhorou. Então eu acho que agora é consequência de um trabalho de quatro anos, não de 45 dias.