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Entrevista

Bruno Reis é evasivo e prefere não se apresentar como vice de ACM Neto em 2016 - 30/05/2016

Por Fernando Duarte

Bruno Reis é evasivo e prefere não se apresentar como vice de ACM Neto em 2016 - 30/05/2016
Foto: Luiz Fernando Teixeira/ Bahia Notícias

Prestes a deixar a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), o deputado estadual Bruno Reis (PMDB) faz um balanço das atividades realizadas ao longo de 15 meses à frente da pasta. Reis cita exemplos como o Morar Melhor, o Primeiro Passo e ainda as ações para auxiliar a população de rua, como, por exemplo, a ampliação de vagas em abrigos e também o aluguel social. Cotado para ser candidato a vice na eventual reeleição do prefeito ACM Neto (DEM), o peemedebista é evasivo ao falar do assunto, porém já se coloca como nome do partido para a disputa: “É fato que eu sou um dos nomes do meu partido, o PMDB, tanto que dia 1º estou retornando à Assembleia para me colocar à disposição do meu partido para que, se esse for o desejo do partido, poder cumprir mais esse desafio”. Reis ainda sugere que servirá de ponte entre o Palácio do Planalto e lideranças baianas após a ascensão de Michel Temer ao poder.
 
O senhor sai nos próximos dias para reassumir o mandato na Assembleia Legislativa, qual o balanço que pode fazer da passagem pela Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza?
Foi a melhor experiência que tive na minha vida. De todos os trabalhos que tive a oportunidade de realizar, sem sombra de dúvidas, ser secretário de Promoção Social foi o mais gratificante de todos. Ter tido a oportunidade de ajudar quem mais precisa, os mais pobres, as pessoas mais necessitadas de nossa cidade. Saio da Semps um outro homem. Pela primeira vez na minha vida pública, eu tive a oportunidade de ser executivo, de idealizar os projetos, de executar e de visualizar os resultados. Então, saio realizado enquanto homem público e grato ao prefeito ACM Neto e a todos os secretários e a toda a equipe pela oportunidade de ter realizado esse trabalho e pela parceria que nós pudemos desenvolver nos últimos 15 meses.
 
Tem algum legado específico que você gostou do resultado?
Tem projetos inéditos no país, que viraram cases de sucesso e gestores de outros estados e de outras capitais têm vindo a Salvador para conhecer o que se tornou o verdadeiro sucesso que, ao percorrer os bairros de Salvador, a população pede é o Morar Melhor. Com o Morar Melhor, nós já reformamos até o presente momento quase 7 mil residências. Essas reformas são no valor de até R$ 5 mil. Os serviços são a família que escolhe, dentro de um processo de diálogo e entendimento com os técnicos da Semps e executamos essas obras. Cinquenta e um bairros estão sendo atendidos na primeira etapa, num total de 20 mil moradias que nós vamos recuperar num projeto de 5 anos, que ao final recuperará 100 mil residências em Salvador. Um investimento por ano de R$ 100 milhões. Nós também tivemos oportunidade de implantar o Cuidar (Centro Unificado de Inclusão, Desenvolvimento, Assistência e Referência Social), que é um centro de desenvolvimento, referência e assistência social. É o que a gente chama, na prática, do SAC dos pobres. Mais cedo, por exemplo, tinha em torno de 500 pessoas demandando os mais diversos serviços da assistência social. Desde o cadastro os benefícios permanentes, como para os benefícios eventuais. É outro verdadeiro sucesso. Nós também implantamos o programa Primeiro Passo, que hoje atendemos 37 mil famílias, 37 mil crianças em Salvador, que recebem um apoio de R$ 50 por mês para ajudar no custeio dos estudos na pré-infância. Vamos dar ordem de serviço até o dia 10 de junho da recuperação, da requalificação do novo bairro da Cidade de Plástico, que é a comunidade Guerreira Zeferina. Não é só a reforma, não é só a construção de unidades habitacionais. Tem todo um projeto social que vai permitir que a comunidade possa de forma sustentável gerar emprego e renda. Batemos recorde nas assinaturas de convênios com organizações sociais. Foram quatro chamamentos públicos, onde celebramos, ao longo desse período, mais de 60 convênios nas mais diversas áreas para atender crianças em situação de vulnerabilidade, para atender população em situação de rua, para atender adolescentes em diversos projetos sociais, que hoje somados são mais de 20 mil crianças e adolescentes atendidos pelos projetos conveniados pela prefeitura. Recuperamos todos os Conselhos Tutelares – ou estão em recuperação. As nossas unidades Cras, Creas, Centros Pops, todos também ou em recuperação ou em processo de realocação para unidades novas. O grande desafio nosso, que foi o enfrentamento da população em situação de rua, nós saímos de duas unidades de acolhimento para 14 unidades, oferecendo 700 vagas na rede própria. O aluguel social, que era um aluguel de R$ 100 nós levamos para R$ 300, triplicamos o valor. Nós temos 400 pessoas oriundas de situação de rua que recebem o aluguel social por tempo indeterminado. Nós pudemos também, em quantidade ilimitada, oferecer esse serviço. Ampliamos as equipes de abordagem, que passaram a atuar à noite e nos finais de semana, com a participação do movimento da população em situação de rua. Foi a prioridade do nosso trabalho o enfrentamento dessa questão. Tanto que hoje a rede que nós oferecemos para a população, nós podemos assegurar que não há outra capital no país que ofereça serviços com a dimensão dos quais nós oferecemos.
 
Nos meses de abril e maio de 2015, o senhor tinha chegado há pouco tempo na secretaria e tivemos o episódio das chuvas em Salvador, que acabaram resultando na morte de mais de 20 pessoas. Como o senhor lidou com o problema e qual o aprendizado que ficou a partir daquela situação de tensão e risco?
Infelizmente, catástrofes ocorrem. Havia 30 anos que não chovia tanto como choveu naquele ano. Infelizmente, perdemos vidas. Mas o fato de ter ocorrido aquelas chuvas permitiu que hoje a prefeitura - e em especial a Semps – tivesse uma superestrutura para enfrentar essas situações. A chuva deixou benefícios para quem ficou. Por exemplo, é outro programa inédito, o auxílio emergência. Não tinha esse auxílio no país, nós criamos em Salvador. Quando nós indenizamos as famílias no valor de até três salários mínimos para ela readquirir os seus bens móveis, portanto os pertences, televisão, geladeira, o que estava no interior da sua casa. Nós colocamos o aluguel social por tempo indeterminado, até a entrega definitiva da moradia que nós já fizemos a entrega de 290 casas no Loteamento Lagoa da Paixão e vamos construir dois loteamentos pela prefeitura para contemplar em torno de 2 mil famílias. E até a entrega da casa definitiva nós vamos manter o aluguel social. O máximo que Salvador pagou de aluguel social num ano foi 700 aluguéis. Nós chegamos ano passado a quase 8,2 mil aluguéis. Portanto, um investimento só em benefícios eventuais chegando a casa de R$ 20 milhões. Toda a estrutura, a reformulação da Codesal, a preparação das diversas secretarias para a possível chuva que viria esse ano. Hoje, Salvador está mais preparada para dar resposta. Naquele momento – e o diferencial em relação a anos anteriores – é que quando aconteceu o incidente a prefeitura estava lá, chegava junto, com serviços para oferecer, dando a resposta de imediato. Muitas obras de encostas já estão sendo realizadas, algumas estão sendo inauguradas e a gente espera que até outubro possamos inaugurar a encosta do Barro Branco e, definitivamente, resolver o problema daquela comunidade.

 

O resultado desse trabalho na Semps o habilita a ser o potencial candidato ao Executivo, seja agora em 2016 ou mais para frente aqui em Salvador?
Faltava no nosso currículo, na minha trajetória política, uma experiência no Executivo, por mais que a gente na convivência com os prefeitos que a gente representa na condição de deputado estadual, que a gente participa da gestão, orienta, por mais que no período que nós éramos governo aqui na Bahia e eu iniciei a minha caminhada política na Secretaria de Educação do Estado da Bahia, a gente tenha tido a experiência de ter trabalhado no Executivo, eu nunca tinha sido secretário, ocupado um cargo de secretário. Então essa oportunidade fez com que eu adquirisse experiência administrativa, me aprofundasse no conhecimento da gestão e me preparasse para a vida. Para os desafios que a vida pode nos proporcionar durante a nossa caminhada. Uma convicção eu sempre tive: estou na política talvez por um destino, por uma convicção, comecei muito cedo, nunca parei de me preparar, de me qualificar e quero estar pronto para a missão que o grupo me der durante a minha trajetória. Quero crescer na política, fazer a boa política para ajudar a transformar e melhorar a vida das pessoas.
 
Vai começar essa nova fase como vice de ACM Neto em 2016?
Vou continuar como deputado estadual (risos). Em 2016, as discussões vão se iniciar após o São João. É fato que eu sou um dos nomes do meu partido, o PMDB, tanto que dia 1º estou retornando à Assembleia para me colocar à disposição do meu partido para que, se esse for o desejo do partido, poder cumprir mais esse desafio.
 
O senhor volta para a Assembleia numa posição um pouco mais de destaque, já que passou pela secretaria e teve um trabalho que, de alguma forma, teve resultados práticos. Bruno Reis pode ofuscar os colegas de oposição?
De jeito nenhum. Tenho uma excelente relação com toda a bancada. Inclusive, no dia 1º, quando retornarei, todos estão alegres. Irei contribuir, como sempre fiz no passado, na condição de deputado de oposição, aguerrido, combativo, que faz uma oposição séria, responsável. Não contra pessoas, mas contra um governo votando o que era bom para a Bahia e contra o que era ruim para a Bahia. Volto para lá para ser um soldado, não volto na expectativa de liderar ou ofuscar a posição de ninguém. Acho que vou contribuir para o grande trabalho que a bancada vem fazendo. A bancada no ano de 2015 se destacou muito pela oposição que fez e eu volto para ajudar a fortalecer esse trabalho.

 

Filiado ao PMDB, que comanda o Palácio do Planalto, isso de alguma forma facilita o trabalho enquanto deputado, estar ligado a uma esfera de poder maior que no passado, quando o PMDB da Bahia não tinha a disposição?
Com certeza. Isso ajuda a gente poder captar os recursos para as cidades que a gente representa. Nossos prefeitos, as nossas lideranças, vamos a Brasília buscar esses recursos para ajudar esses municípios. Nós temos candidatos a prefeitos e a vereadores em diversas cidades da Bahia. Minha ideia é, a partir do mês de junho, leva-los a Brasília, percorrer os ministérios. Já orientei que eles cadastrassem os projetos e programas que estão a disposição de todos os órgãos federais para que a gente, com a nossa articulação política e pelo fato de ser do PMDB poder trazer recursos, projetos e programas importantes para as cidades que a gente representa. Vai ser a primeira vez como deputado que a gente faz parte do governo e isso abre uma série de perspectivas para que a gente possa garantir sonhos que essas cidades têm, sonhos que sonhamos juntos, que estamos construindo juntos e que agora vamos poder tirar do papel e torna-los realidade.
 
Tudo isso antes de começar a bater perna na campanha pela vice aqui em Salvador?
Isso faz parte do meu trabalho enquanto deputado estadual, enquanto um jovem político que gosta da política, com P maiúsculo, e que tem esses compromissos com as suas cidades, com quem já me deu a oportunidade pela segunda vez de representar, de ser a voz firme de tantos municípios aqui na Assembleia e conciliando, naturalmente. Em Salvador, eu tive quase 30 mil votos para deputado estadual, tenho trabalho em diversos bairros. Poucos são os bairros que a gente não tem trabalho em Salvador e da mesma forma que eu vou buscar esses recursos para o interior, vou buscar para os bairros de Salvador, os projetos nossos. Só a nossa secretaria tem conveniado, assinado e contratado com o governo federal mais de R$ 9 milhões, que os recursos não eram liberados fatalmente por perseguição política e que agora serão liberados e nós vamos poder executar essas obras. Da mesma forma, diversos outros projetos da prefeitura estão lá represados e eu posso ajudar o prefeito lá em Brasília destravando esses recursos, fazendo com que esses recursos possam chegar para executar uma série de obras em nossa cidade.