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Entrevista

Rei Momo Nivaldo Nery investiria mais nas manifestações populares na cultura de pequenas comunidades - 08/02/2016

Por Francis Juliano / Guilherme Silva

Rei Momo Nivaldo Nery investiria mais nas manifestações populares na cultura de pequenas comunidades - 08/02/2016
Foto: Jonatas / Ag. Haack

Para Nivaldo Nery, ser Rei Momo já está virando uma tradição de família. Em 2016, ele sucede o seu irmão, Alan, ao receber um dos mais tradicionais títulos do carnaval de Salvador. Foi a primeira vez na história da folia que irmãos ocuparam o posto em anos consecutivos. Para se tornar Rei Momo, Nivaldo, conhecido como Duzinho, precisou cumprir uma série de pré-requisitos, dos quais ele destaca a desenvoltura e a comunicação, características facilitadas pela sua formação em teatro. Se além de apenas receber as chaves da cidade de Salvador no início do carnaval, ele pudesse efetivamente administrar a capital baiana, Nivaldo afirma que investiria mais nas manifestações populares na cultura de pequenas comunidades. Mas quem imagina mais diversão com a cidade sob o comando do Rei Momo, pode mudar de ideia. Para ele "festa Salvador já tem muita". Confira a entrevista completa!

Como é que você decidiu se candidatar?
Eu já tinha sido Rei Momo do carnaval de Lauro de Freitas em 2015, no ano passado. E coincidentemente meu irmão, Alan Nery, foi Rei Momo do Carnaval daqui de Salvador em 2015 também. Ou seja, eu em Lauro de Freitas e ele aqui em Salvador. Aí ficou fácil. Ele já tinha sido Rei Momo ano passado aí minha vontade foi encarar essa.

Você tem formação em teatro. Isso te ajudou de alguma forma?
Claro, óbvio! Em tudo. Comunicação, desenvoltura, performance. Você acaba tendo essa vantagem. Eu acho que quem faz teatro tem uma aptidão nas artes cênicas, fica mais performático, fica mais desenvolto. Enfim, é fica mais fácil. Não desmerecendo os outros candidatos.



Foto: Fábio Meneses / Ag. Haack


Antes de ser Rei Momo, você foi folião. O que você gosta do Carnaval de Salvador?
O que eu gosto do Carnaval de Salvador, por incrível que pareça, é a diversidade cultural, aqui você vê de tudo. Aqui você toca do Sertanejo, marchinha, samba, forró. Essa diversidade cultural brasileira é o que eu acho mais rico do Carnaval de Salvador.

O carnaval está dando uma guinada para as ruas. Você acha que esse é o futuro, as autoridades estão percebendo isso, ou é coisa de mercado mesmo?
As dificuldades estão acontecendo porque as pessoas ditando mais. Elas querem estar na rua. E a gestão pública, tanto do Estado quanto da Prefeitura, se atentou para isso e abriram esse leque. Quando eles fizeram o carnaval com o tema 'Vem Curtir a Rua', estão chamando o povo pra vir. O povo não está querendo mais essa coisa de camarote, ficar em corda de bloco. O carnaval foi feito para o povo. E o povo é rua. A tendência é essa, ser aberto mesmo para o povo, para o folião, e cada vez mais vai extinguindo essa coisa de segregação que existe no carnaval.

Voltando agora para a questão do concurso. Este ano teve um candidato transexual. Como você avalia o surgimento de candidatos com outros perfis?
Acho que tem que manter a tradição, mas ao mesmo tempo sou a favor da diversidade, dessa democracia. Já tentaram tirar essa tradição do carnaval do Rei Momo gordinho. Mas pra mim foi tranquilo. Pra se inscrever tinha que ter mais de 100kg, mais de 1,60m, ter conhecimento, ter essa desenvoltura. Eu achava que tinha esses requisitos, me candidatei e ganhei. O tricampeonato para Lauro de Freitas, já que eu sou o terceiro da linhagem momesca. O primeiro foi Heraldo Alves, o primeiro Rei Momo de Lauro de Freitas, que foi em 2007. Em 2015, Alan Nery, meu irmão. Em 2016, eu, Duzinho Nery. Foi a primeira vez na história do carnaval da Bahia que um irmão sucede o outro.

O prefeito ACM Neto entregou a chave pra você. Você agora comanda a cidade. Mas vamos supor que você tivesse mesmo que resolver administrar a cidade. Como é que você administraria? Que problemas você atacaria?
 Seria mais fácil. Neto está fazendo uma boa administração. Então eu seguiria a linhagem dele, mas colocando a minha personalidade na gestão. Personalidade direcionada mais para o estímulo das manifestações populares de Salvador, valorizar os artistas nas comunidades através de editais, através projetos.



Foto: Sérgio Pedreira / Ag. Haack


Você faria mais festa?
Festa Salvador já tem muita. Carnaval, réveillon agora, festas que estão no calendário festivo da capital. Mas acho que ele já está fazendo projetos contemplando projetos como o Boca na Brasa, no centro das comunidades, através de editais, fortalecendo o mercado da Bahia, de Salvador. E essa seria minha linha mesmo.

Você falou que para ser Rei Momo o sujeito tem que cumprir vários pré-requisitos, incluindo não ter antecedentes criminais. Hoje a gente está discutindo muito a corrupção. O governo petista argumentando que a corrupção não começou agora. Como é que você vê e como é que você entende esse momento?
O povo brasileiro é cumplice de toda essa falhar, de toda essa corrupção que está no país. Eu acho que a gente tem que ter essa consciência de caráter, de honestidade que está no sangue. Tem que acabar essa coisa de acusar o outro. O momento correto da gente acertar é no momento da eleição. Colocar pessoas mais corretas, honestas, pois os políticos agora depois de tantos indo pra prisão, estão mais pensativos, mais reflexivos no que vão fazer como gestores.

Como ser Rei Momo e ser saudável ao mesmo tempo?
Apesar de ser gordinho, tenho uma alimentação altamente saudável. Faço uma alimentação equilibrada, me hidrato muito. Acho que a ideia é essa para a pessoa que quer curtir sete dias de folia, corridos e com um gás enorme. Tem que ter esse cuidado com a gente.