Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Entrevistas

Entrevista

Félix Mendonça Jr. diz que PDT permanece na base de Dilma por considerar "covardia" abandono - 05/10/2015

Por Fernando Duarte / Estela Marques / Luiz Fernando Teixeira

Félix Mendonça Jr. diz que PDT permanece na base de Dilma por considerar "covardia" abandono - 05/10/2015
Fotos: Luana Ribeiro / Bahia Notícias

Presidente estadual do PDT, o deputado Félix Mendonça Jr. declarou que a sigla não deixou a base da presidente Dilma Rousseff (PT) por considerar que seria “covardia” fazer isso com o governo federal. “O PDT está agora com o Ministério das Comunicações. Vamos ver se essas mudanças , essas mexidas, conseguem recuperar o governo”, declarou em entrevista ao Bahia Notícias. Félix afirmou que não vê contradição em os deputados do partido votarem em acordo com o governo do estado apesar da sigla não estar na base de Rui Costa e espera que o partido ganhe musculatura em Salvador. “Vai triplicar, passar de um pra três, o que é bom. Salvador tem pouco mais de 40 vereadores e a gente passa a ter quase 10% no PDT”, afirmou Félix. O deputado ainda comentou sobre a rixa com Marcelo Nilo e os planos do partido para as eleições de 2016 no interior do estado.
 
O PDT ameaçou sair da base da presidente Dilma Rousseff mas acabou se mantendo. Como está o partido no cenário nacional?

O PDT está agora com o Ministério das Comunicações, com o deputado e atual líder André Figueiredo, que foi escolhido entre os colegas deputados e a direção do partido, e vamos assumir na terça-feira às 10h a posse dele. Na verdade, o PDT pensou que sair agora seria uma espécie de covardia com o governo. Vamos ver se essas mudanças, essas mexidas, conseguem recuperar o governo.
 
O partido volta em definitivo para a base da presidente Dilma Rousseff?
O partido nunca saiu da base, mantendo sua linha própria de independência, mas o partido nunca saiu da base.
 
Com relação ao partido no plano estadual, a bancada do PDT na Assembleia Legislativa, vota com o governo mas o PDT não participa do governo. Não é contraditório?
Na verdade, no plano estadual o PDT não está na base. O PDT está fora da base do governo, mas o deputado estão liberados para fazerem parte individualmente do projeto.
 
Isso é resultado da tensão ente Félix Jr. e Marcelo Nilo?
Não, não, não acho que tenha relação com Marcelo Nilo. Isso não interferiu. Acho que isso é política, já está se conversando, também tenho conversas com o governo e acho que isso em relação à tensão que envolveu lá atrás, quando o PDT disse que era independente.

 
As relações com o governo azedaram por que?
Minha relação pessoal mantém a mesma. O PDT não participa porque ele se declarou independente.
 
O senhor falou que está conversando com o governo. Qual a chance do PDT ir para a base de Rui?
A chance existe, agora não pode ter é “você pra vir para a base você vai ter que fazer isso”. O PDT pode sim participar da base, mas como um partido independente.
 
No plano municipal o PDT passou a fazer parte da base do prefeito ACM Neto. Tem uma secretaria sob o comando da ex-vereadora Andrea Mendonça, tem um vereador na Câmara Municipal com a possibilidade de ampliação da bancada. Como está o processo em Salvador?
Nós estamos conversando muito com os vereadores agora. Tem o período de refresco pois o prazo terminaria hoje na lei anterior. Na lei que foi promulgada pela presidente Dilma, ele tem o prazo até o sétimo mês antes da eleição pros vereadores mudarem de partido. Então estamos com um fôlego a mais para conversar. Hoje nós temos Odiosvaldo, que é o presidente da municipal, e temos aí declarada a vinda de Kiki Bispo e Leandro Guerrilha também.
 
O partido vai triplicar de bancada...
Vai triplicar, passar de um pra três, o que é bom. Salvador tem pouco mais de 40 vereadores e a gente passa a ter quase 10% no PDT. Tem mais vereadores ainda, segunda-feira é a data que nós acertamos para ter uma reunião pra definir.
 
Você pode antecipar quais seriam esses?
Não, porque eu quero preservar eles, como não me autorizaram não quero antecipar. [Horas após a entrevista, o próprio vereador Paulo Magalhães confirmou a mudança para o PDT].

Com relação a 2016, quais são as perspectivas do partido em Salvador e na Bahia?
2016, com o prazo que já falei, nós temos um novo fôlego, porque nós temos pouco mais de 100 candidatos a prefeito em toda a Bahia. A gente espera que possa duplicar essa quantidade de candidatos a prefeito. Prioridade é ter candidato a prefeito. Não podendo ter candidato a prefeito, passa a ser prioridade a composição de uma chapa majoritária. E mesmo assim, em alguns locais que a gente está atrasado, não podemos compor a chapa, a prioridade vai ser a eleição de vereadores do partido.
 
Tem alguma grande cidade em que já esteja avançado uma candidatura do PDT?
Tem várias. Santo Antônio de Jesus, que o prefeito já é do PDT e vai continuar na reeleição, Juazeiro, com Joseph Bandeira, Paulo Afonso é do PDT, Alagoinhas, que provavelmente o candidato será do PDT, então tem várias cidades de porte. Tem candidato em Itabuna, com médico Mangabeira, em Ilhéus, com o vereador Cosme Araújo, então você tem diversas grandes em que nós vamos ter candidato a prefeito.
 
E o arco de alianças do PDT, passa por partidos que estão na base aliada do governo estadual e da prefeitura de Salvador, conversa com todo mundo?
Vamos conversar com todo mundo. No interior a gente tem que conversar com o que for melhor para o PDT. Em alguns municípios vai ter aliança com o PT, em outros vai ter aliança com outros partidos, como o PMDB, com o DEM... então no interior a gente tem conversado como o partido que somos, independentes. Agora, com alguns partidos a gente tem uma aproximação maior e outros a gente tem uma restrição, porque são partidos que ficam buscando retirar candidatos usando força de secretaria, pra simplesmente fazer o maior número de prefeitos. Então esses partidos a gente tem uma restrição a fazer parceria, porque não é justo que queira só fazer número. Nós queremos fazer prefeitos que sejam do PDT mesmo de verdade e tenham uma ligação com o partido, e outros querem fazer número não sei pra quê, pra se fortalecer nas próximas eleições, só pra isso.
 
2016 está aí, mas já se fala também em 2018. O PDT já teria filiado Ciro Gomes, que seria candidato à presidência da República e tem o Cristovam Buarque que volta e meia aparece como um provável candidato. Como tá essa situação do partido?
A filiação de Ciro e Cid Gomes foi um evento muito importante no Ceará. Essa filiação são mais de 63 prefeitos que se filiaram no mesmo evento, pouco mais de 40% do total de prefeitos do Ceará, então eu acho que nenhum outro partido tem isso. No Ceará com certeza não. E o partido tem que ser assim, tem que ter candidato a presidente que nós temos diversos nomes. Ciro ou Cid, Cristovam, temos também o Reguffe, lá de Brasília e outros nomes que podem ser candidatos à presidência. Sim, vamos ter candidato nas próximas eleições.
 
O Cid Gomes foi na Câmara Federal e disse que tinham “achacadores”. O senhor é integrante da Câmara. Como reagiu com o Cid dentro do partido do senhor? 
Eu olhei pro lado pra ver quem eram os achacadores. Na Câmara Federal tem achacadores, dentre os médicos também tem, dentre os jornalistas, então você tem achacadores em todos os locais. Infelizmente, lá na Câmara talvez a concentração de achacadores seja maior do que a média nacional. Isso porque a política está sendo cada vez menos importantes. As pessoas estão se importando cada vez menos com política e isso é uma grande falha. A política é tão importante, dita o rumo da economia, da saúde, da educação dos nossos filhos e netos, e as pessoas só sabem falar mal. Então quando eu vejo só falar mal eu fico pensando porque não reúne um grupo de médicos e lançam um candidato a vereador, prefeito, qualquer coisa. Porque não se reúne um grupo de advogados na OAB e lançam um candidato também. Os setores da sociedade deviam lançar um candidato para termos uma política melhore não ficar na próxima eleição o pior sobrevivendo e os melhores saindo. A política, se você perguntar a um pai ou mãe de família se o filho vai ser político é capaz de alguém botar ele de castigo pra não rogar praga. No final das contas é muito importante para o país.

 
Por falar em Câmara, nessa semana várias notícias contra o deputado Eduardo Cunha pipocaram na imprensa.
Eu vi.
 
Qual o posicionamento do PDT em relação a isso? Qual é o sentimento entre os deputados?
Nessas últimas notícias que saíram são bem complicadas, na CPI da Petrobras, disse que não tinha nenhuma conta dele ou da família no exterior. Daí quando aparecerem essas contas isso vai ser uma complicação grande, que vai levar ele ao conselho de ética e comprovando não tenho dúvidas que ele não passará ileso.
 
A Câmara tem maturidade pra passar por esse processo?
Tem sim, acho que diversos deputados já passaram por isso aí e alguns por muito menos ficaram fora.
 
Os deputados estão se reunindo pra tirar Cunha da presidência? Quando Júlio Camargo mencionou os R$ 5 milhões em propina para ele houve uma movimentação de alguns partidos para tentar tirar Cunha do poder, mas não foi pra frente. E hoje?
A se provar isso tem que tirar ele da presidência e tem que tirar o mandato dele também, porque você não vai tirar da presidência se não provar. E se provar, ele não tem como ficar com o mandato. Então eu acho que provando ele perde a presidência e perde o mandato.
 
Tem um prazo pra isso acontecer?
Tem sim, alguém tem que provocar, isso já ter sido provocado, não tenho certeza, e aí tem os prazos regimentais que eu não especificar quais são, mas não são longos não.
 
Sobre a questão Marcelo Nilo. Ele teria dito a um veículo daqui que pediu desfiliação do PDT porque Félix Jr. persegue ele. Existe essa perseguição?
Eu soube do pedido de desfiliação pela imprensa. Não chegou nenhum comunicado ao partido, então estou sabendo. Depois, na próxima semana, a gente vai saber se isso se concretiza. Agora não há perseguição nenhuma, ou seja, na eleição passada ele teve o tempo quase que a totalidade de todos os deputados, incluindo o meu, para que ele se viabilizasse como candidato, infelizmente não conseguiu se viabilizar, pra ele, mas não há perseguição alguma. Agora, ouvi também, não estou dizendo que foi ele que disse, mas ele está também na nota pra imprensa, que eu estaria perseguindo ele, e eu digo que não tem nenhuma perseguição, e que eu estaria mudando diretórios no interior. Ora, se uma pessoa disse que não vai ficar no partido, é natural que uma pessoa do interior disse que  não vai participar do partido, e tem outro candidato querendo ser candidato pelo partido, é natural que ele seja mudado. Então não há perseguição nenhuma, a mudança tem sido uma rotina do partido, a intenção é fazer o maior candidato a prefeito ligado ao partido e quanto a uma perseguição pessoal não me preocupa isso não.
 
O senhor pensa em qual motivo ele achar que tem perseguição?
Não, se ele queria ser presidente e não foi? Eu acho que isso não é motivo de perseguição. Se ele queria participar de uma majoritária e não foi, acho que isso também não, até porque isso não depende do partido. Isso depende da composição política, então ele queria um partido para chamar de meu e não foi isso não é motivo para alegar perseguição.

Falando nisso, a eleição do diretório do PDT acontece em novembro?
Não, não está marcada ainda não, não marcamos uma data específica. A gente nem pensou nisso de fazer diretório estadual porque a gente está pensando nos diretórios municipais. Depois de termos aí 40 ou 50 feitos é que vamos partir para fazer o diretório estadual, que provavelmente deve ser no ano que vem. Não tem condições esse ano.