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Marca Bahia Notícias

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‘Acho muito triste’: Bethânia critica onda conservadora e educação no Brasil

‘Acho muito triste’: Bethânia critica onda conservadora e educação no Brasil
Foto: Divulgação
Lançando o CD e DVD “Abraçar e agradecer”, que tem o mesmo nome de sua turnê comemorativa de 50 anos de carreira, Maria Bethânia deu entrevista ao O Globo, na qual falou sobre seus rituais de criação e sobre questões da atualidade. Quando perguntada sobre como a educação vem sendo tratada no governo de Michel Temer, ela não poupou críticas: “A primeira coisa que o governo fez foi tirar dinheiro da educação e da saúde. Aliás, todos fazem. Bota em obra, em avião, bota no... ia dizer um palavrão, mas não fica bom para uma senhora. Mas só vejo piorar. Ao mesmo tempo, existem sinais deslumbrantes, como uma escola no Piauí, embaixo de uma árvore, com os meninos entre os melhores de matemática do mundo inteiro. Como sempre, a vida floresce. Mas a educação no Brasil é desastrosa”, avaliou a artista baiana, que comentou também a onda crescente de conservadorismo. “Agora, ele (Crivella) fala que vai governar para todo mundo, todas as religiões. E tem essa história de que artista é tudo vagabundo, piranha, que tira o dinheiro do povo. As pessoas não querem entender, não querem perder tempo. Tem que passar uma mensagem no WhatsApp, é tudo muito corrido. Essa rapidez de hoje interessa para muitas coisas, mas é um trator em cima de valores fundamentais. As pessoas se desequilibram, perdem a mão. Não por perversidade, mas pela ignorância e pela volúpia da facilidade. A eleição desse senhor americano, a votação na França que a direita ganhou... E quem quer ganhar mesmo é a extremona, a moça lá (Marine Le Pen) que quer que volte Joana D’Arc, que, coitada, era uma menina que queria namorar”. No Brasil, Bethânia tampouco vê um bom cenário. “Acho muito triste. Porque a gente é diferente de Europa, de Estados Unidos. A gente é caboclo, é índio”, disse a cantora. “Temos uma natureza diferente da desses brancos europeus e americanos. Nós somos outra cor. E vejo a gente querendo imitar o ruim, o que não deu certo. Ah, eu me deprimo demais. Só me resta o palco. Vou lá e grito feito uma doida. Todas as vezes que faço leitura falo disso. Mas acho que entra por um ouvido e sai pelo outro. Fico com pena. Tô morta de pena do Brasil”, avaliou Bethânia, dizendo ainda, que acha que um futuro melhor para o país está longe.