‘Delicadeza’: TCA recebe ‘concerto de intimidade’ de Vanessa da Mata
Por Jamile Amine
Foto: Alexandre Eça
Em 2004 Vanessa da Mata fazia seu primeiro show em Salvador, ainda com seu disco de estreia. Após mais de uma década de carreira, cinco álbuns de estúdio e diversas apresentações pelo Brasil e no exterior, a artista mato-grossense retorna à capital baiana com a turnê “Delicadeza”, em cartaz na Sala Principal do Teatro Castro Alves, nesta sexta-feira (19) e sábado (20). De lá para cá a artista acumulou experiência de estrada e maturidade. “A gente não pode desprezar o tempo. O tempo ensina muito, poda arestas, traz serenidade e tranquilidade; ao mesmo tempo traz transformação, necessidade de melhoramento, de apresentar novidades, que é uma coisa muito difícil; além de superar as próprias qualidades e as próprias exigências, porque eu sou uma pessoa muitos severa e exigente comigo mesma”, analisa a artista sobre os anos de carreira.
Justamente com esta consciência e domínio sobre si, Vanessa da Mata decidiu montar o show “Delicadeza”, ao mesmo tempo em que segue na estrada com a turnê de seu último disco “Segue o Som”, lançado em 2014. “Surgiu de uma inquietação artística, querendo burlar o próprio esquema do meu direcionamento de carreira, não meu, mas alheio, de querer me intitular em um tipo só de música ou querer me enquadrar numa denominação de estilo ou de mercado”, revela a artista, ao perceber a dimensão que tem tomado o seu trabalho. “Vem daquela coisa de estar fazendo um trabalho que está ficando grande, grande, grande, mas ter uma sensação de que eu posso também fazer algo menor e continuar com o grande. Eu posso continuar me mostrando como intérprete em um espaço quase vazio, delicado, caseiro e íntimo, muito mais do que intimista”, explica a cantora, destacando o caráter libertário em poder cantar músicas que não entrariam em um show convencional. “A sensação que eu tenho é que ele é itinerário, móvel. É um show de prazer da cantora muito mais do que os outros que estão mostrando um trabalho de um disco de carreira até o fim. Me dá a liberdade de hoje cantar uma canção e amanhã outra”, diz sobre a turnê na qual é acompanhada apenas de piano (Danilo Andrade), violão e guitarra (Mauricio Pacheco).
Justamente com esta consciência e domínio sobre si, Vanessa da Mata decidiu montar o show “Delicadeza”, ao mesmo tempo em que segue na estrada com a turnê de seu último disco “Segue o Som”, lançado em 2014. “Surgiu de uma inquietação artística, querendo burlar o próprio esquema do meu direcionamento de carreira, não meu, mas alheio, de querer me intitular em um tipo só de música ou querer me enquadrar numa denominação de estilo ou de mercado”, revela a artista, ao perceber a dimensão que tem tomado o seu trabalho. “Vem daquela coisa de estar fazendo um trabalho que está ficando grande, grande, grande, mas ter uma sensação de que eu posso também fazer algo menor e continuar com o grande. Eu posso continuar me mostrando como intérprete em um espaço quase vazio, delicado, caseiro e íntimo, muito mais do que intimista”, explica a cantora, destacando o caráter libertário em poder cantar músicas que não entrariam em um show convencional. “A sensação que eu tenho é que ele é itinerário, móvel. É um show de prazer da cantora muito mais do que os outros que estão mostrando um trabalho de um disco de carreira até o fim. Me dá a liberdade de hoje cantar uma canção e amanhã outra”, diz sobre a turnê na qual é acompanhada apenas de piano (Danilo Andrade), violão e guitarra (Mauricio Pacheco).
Artista montou repertório de "concerto de intimidade" com liberdade para incluir ou retirar canções de sua memória afetiva | Foto: Reprodução / Instagram
No repertório da apresentação que a cantora chama de “concerto de intimidade”, estão músicas que marcaram sua memória afetiva, desde aquelas entoadas por sua avó, passando por canções que há muito não eram interpretadas por ela, além de trilhas sonoras de sua vida. Nesta colcha de lembranças está “Carta (Ano 1890)”, de seu primeiro disco, que ficou de fora dos shows por muito tempo, por não encaixar no universo dos álbuns subsequentes. Entram também que lhe trazem lembranças, como “Maria de Minha Infância” e “Mágoas de um Caboclo”, que ela costumava cantar em sua casa e chegou a entrar no repertório de seu primeiro show, antes mesmo do disco de estreia. “Eu falo de compositores, me apresento muito como intérprete, cantora daquilo, mensageira daquilo, cantando outros universos”, explica a artista, que nos últimos três anos lançou um livro – “A Filha das Flores” (2013) – e um disco – “Segue o Som” (2014).
Vanessa da Mata canta “Carta (Ano 1890)” em show da turnê "Delicadeza"
Vanessa conta que está sempre escrevendo porque considera um exercício essencial para aprimorar a sua arte. “Eu brinco muito de fazer melodia, não é por arrogância nem nada, mas eu acho que o treino do seu oficio é que nem fazer esporte todos os dias. Se você para, você atrofia”, explica a cantora e compositora, sobre suas estratégias para fazer com que “o músculo da criatividade não pare”. Com tanta produção, a artista diz “não saber o que fazer com essas escritas todas”. “Tanto o projeto de livro, como de DVD ou de álbum, eles são muito interessantes neste momento. É que Infelizmente o livro requer um tempo muito maior, muito mais dedicação, porque pra você ter uma ideia, eu reli o meu primeiro livro umas 22 vezes para poder liberar ele, eu não aguentava mais! (risos). É um projeto de extrema dedicação, chega a ser exaustivo demais, então eu acho que vai acontecer um possível DVD e um possível álbum primeiro”, revela a artista, acrescentando que planeja o lançamento deste novo trabalho ainda em janeiro de 2017.
Serviço
Serviço
O QUÊ: Vanessa da Mata - "Delicadeza"
QUANDO: 19 e 20 de agosto
ONDE: Sala principal do Teatro Castro Alves
QUANTO: R$ 150/R$ 75 (filas A a P), R$ 120/R$ 60 (Q a Z6) e R$ 90/R$ 45 (Z7 a Z11)