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Marca Bahia Notícias

Notícia

Filme com Bando de Teatro Olodum mescla realismo mágico e cotidiano de Salvador

Por Júnior Moreira

Filme com Bando de Teatro Olodum mescla realismo mágico e cotidiano de Salvador
Foto: Divulgação
No próximo domingo (12), para celebrar o Dia dos Namorados, estreia em Salvador o curta-metragem “Marlindo Paraíso e a Kombi do Amor”, na Sala de Arte Cinema do Museu, Corredor da Vitória, com entrada gratuita, às 20h. Rodado na capital baiana e com boa parte do elenco formado por atores do Bando de Teatro Olodum, a obra aborda a história de Marlindo Paraíso, interpretado pelo ator Leandro Rocha, e a sua “Kombi do Amor”, onde funciona um programa televisivo no qual são exibidos vídeos de dedicatórias entre apaixonados, gravados pelos bairros populares de Salvador. Ao volante do seu automóvel, Marlindo vive em busca de emoções, junto com o inseparável motorista Lelo, vivido por Nildson Veloso. “É um personagem muito bacana e trouxe um desafio bastante interessante, pois trata-se da mistura de um apresentador amado pelo povo e que anda pelas ruas fazendo todos acreditarem nas suas verdades, porém, ao mesmo tempo, na intimidade, é um cara extremamente solitário, com problemas pessoais seríssimos. Ou seja, uma dualidade que desafia qualquer ator”, analisa Rocha. 
 
Assinado e dirigido pelo “ítalo-baiano” Max Gaggino, que mora em Salvador há oito anos, o curta passeia pelo realismo mágico de Gabriel Garcia Marquez e Jorge Amado, ao elevar o universo popular baiano de forma irônica, usando referências estéticas que remetem ao kitsch de Salvador Dalí.  Quanto à ideia do filme, Gaggino afirma que surgiu de uma atração televisiva do seu país de origem. “Nos anos 90, existia na Itália um programa que as pessoas mandavam declarações de amor umas para as outras. Decidi pegar essa ideia e aplicar no universo de Salvador e assim nasceu o Marlindo Paraíso. Queria exibir as camadas da vida de um apresentador sensacionalista, sabe? O que acontece quando eles desligam as câmeras? Fiquei interessado em abordar a história de um cara bipolar que enquanto está no programa é um super ‘pra frente’, mas por trás não tem família”, pontua. O diretor explica que no fundo é uma homenagem ao povo da Bahia, “Cheguei no Brasil, fui morar no Rio de Janeiro e comecei a trabalhar para Globo, mas não me adaptei a cidade. Então, quando conheci Salvador, fiquei encantado. Aqui as pessoas têm um jeito único no mundo de se relacionar. Mesmo com tantos problemas, todos vivem felizes e isso me cativou muito. É uma aula para todos os povos”, enfatiza.

 
Diretor Max Gaggino no set de gravação 
 
Produzido pela empresa baiana Nove90, a comédia dramática mistura a linguagem do jornalismo ao cinema clássico, trazendo temas como o machismo e o abandono familiar. No entanto, Gaggino confessa ter sido um processo complicado, “É cinema de ‘guerrilha’, né? Trata-se de um curta colaborativo, em que fizemos milagre com pouco recurso. Minha sorte é a equipe fantástica, entre elenco e técnica. A entrega de todos fez toda diferença”, admite, agradecido. Em relação à seleção dos atores, o diretor elucida: “Já tinha alguns nomes em mente, como o Leo. Depois entrei em contato com a atriz Cássia Valle e, aos poucos, ela foi me apresentando atores do Bando. Para completar o time, fizemos seleção e partimos para gravação”, finaliza. Com a responsabilidade do protagonismo, Leandro Rocha não esconde a ansiedade, “Estou extremamente curioso, pois ainda não vi o produto final. Já fiz outros trabalhos com o Max e é um diretor que confio muito. Acredito que o público vai se divertir. O roteiro tem um time de comédia muito bem apurado, mas também tem o lado do amor muito latente”, assegura. “Marlindo Paraíso e a Kombi do Amor” é o quarto trabalho de Gaggino, que já dirigiu os longas Menino Joel (2012) e ContraCorrente (2014) e o premiadíssimo curta Haram (2015).
 

SERVIÇO
O quê: Lançamento do filme "Marlindo Paraíso e a Kombi do Amor"
Quem: Max Gaggino e elenco
Quando: 12 de junho, às 20h00
Onde: Sala de Arte Cinema do Museu, Salvador-Ba
Valor: Entrada gratuita