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Com proposta itinerante, sexta edição do Feciba ocupa espaços culturais de três cidades

Por Ailma Teixeira

Com proposta itinerante, sexta edição do Feciba ocupa espaços culturais de três cidades
Foto: Renata Sant'Anna / Divulgação
Pela primeira vez em três cidades diferentes, a sexta edição do Festival de Cinema Baiano (Feciba) começa nesta sexta-feira (8), no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro, onde fica até domingo (10). De lá, o Feciba segue para Feira de Santana, onde aporta de 13 a 15 de maio, e encerra a programação em Itabuna, de 9 a 11 de junho. "A gente já tinha interesse de circular, de participar de outras cidades de forma itinerante e aí a gente decidiu fazer essa circulação, essa itinerância por outros pontos e territórios distintos porque tanto Juazeiro e Feira de Santana quanto Itabuna possuem características e estão localizados em territórios de identidade distintos", defende Edson Bastos, curador, produtor executivo e um dos idealizadores do Festival.
 
Há cinco edições sendo realizado em Ilhéus, o Feciba aumentou sua programação, o número de mostras, de filmes exibidos e conquistou maior público. "A cada edição, a gente consegue atrair mais gente pra sala de cinema ou o local que a gente faz o festival, mas a gente também atrai mais informação com as oficinas, com as discussões porque através delas a gente consegue um diálogo muito construtivo em relação às políticas públicas voltadas para o audiovisual na Bahia”, complementa Cristiane Santana, coordenadora geral do Feciba desde o primeiro ano. Para a coordenadora, tirar o projeto de Ilhéus e levá-lo a três cidades contribui para a disseminação da produção audiovisual baiana. "Com essa edição, a gente rompe a barreira do território de Ilhéus e descentraliza o Feciba porque o edital previa a ocupação de espaços públicos e aí a gente conseguiu dinamizar, movimentar os centros de cultura das três cidades", acrescenta Cristiane. A edição foi contemplada pelo edital Agitação Cultural da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, que tinha como objetivo priorizar projetos de dinamização de espaços pelo período de três meses.



Além de produtor executivo, o cineasta Edson Bastos é curador do Feciba | Foto: Divulgação

Em especial, este ano o Feciba tem como grande homenageado o ator Mário Gusmão (1928-1996). Natural de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, Gusmão foi o primeiro ator negro a se formar pela Faculdade de Teatro da Universidade Federal da Bahia (Ufba). "É um momento em que a gente vê polaridades tão aguçadas e a gente acha importante mostrar figuras que ultrapassam fronteiras, como é o Mário Gusmão, que é uma figura do interior da Bahia. Então, a gente quer valorizar o interior e mostrar esses personagens que são esquecidos pela sociedade e precisam ser valorizados devido ao protagonismo que tiveram", explica Bastos sobre a escolha do ator. Tendo participado do elenco de obras reconhecidas no cinema, como "O Caipora" (1963) e "Jubiabá" (1985), Gusmão será homenageado na Mostra Retrospectiva. Em Juazeiro, no sábado (9), será exibido o documentário "Mário Gusmão: o anjo negro da Bahia” (2005), do diretor Elson Rosário. O filme aborda a vida e obra do ator através da arte, da militância artística e do candomblé. "Ele tem uma referência pra gente muito forte. Em Itabuna, por exemplo, ele foi gestor de cultura, foi o primeiro negro a se formar na escola de artes da Ufba e, com isso, ele conseguiu formar também outros negros. Aqui ele transformou um cenário cultural que era parado, ele veio e conseguiu implantar vários cursos de teatro na região", pontua Cristine.



Mário Gusmão foi o primeiro ator negro da Bahia | Foto: Maria Sampaio / Acervo Pessoal

Além da Mostra Retrospectiva, o Feciba conta com as mostras Competitiva de Curtas; Atualidades; Bahia Afora; Bahia Adentro; Sexualidades; e Infantojuvenil. Cada cidade receberá também oficinas e mesas de discussão. Em Juazeiro, Elson Rosário vai ministrar a Oficina de Produção de Elenco. "Esse é um festival que valoriza o conteúdo local. É o único festival da Bahia que prioriza o que está sendo produzido no próprio estado. A gente quer dialogar com as produções de fora, mas o nosso foco é fazer com que o Feciba seja a vitrine do cinema baiano. Então, essa janela acaba fazendo com que as pessoas participem do festival exclusivamente pra saberem o que está sendo feito no Estado em termos de produção audiovisual cinematográfica", defende Bastos, que é também diretor de cinema. Para Cristiane, é justamente esse filtro para as produções locais o que atrai a atenção dos produtores de audiovisual baianos. "O Feciba se tornou uma vitrine do cinema baiano. Desde a primeira edição, a gente já conseguiu exibir mais de 150 filmes e a cada ano a gente tem mais de 100 inscritos, então a gente está conseguindo levar, de fato, o filme produzido para o público e é um festival que a cada ano vem se consolidando na cena cultural", ressalta. A programação completa com as atividades gratuitas do Festival você confere aqui.