Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Bethânia conta 50 anos de história em versos e canções na estreia de ‘Abraçar e Agradecer’

Por Jamile Amine

Bethânia conta 50 anos de história em versos e canções na estreia de ‘Abraçar e Agradecer’
Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias
O público chegou cedo para conferir a estreia em Salvador da turnê “Abraçar e Agradecer”, que celebra os 50 anos de carreira de Maria Bethânia. Uma hora antes do início do show, que aconteceu na noite desta sexta-feira (28), na sala principal do Teatro Castro Alves, o local já começava a encher. Cambistas abordavam logo quando as pessoas desciam dos táxis, cobrando até R$ 500 pelos ingressos que esgotaram na primeira hora de venda oficial, custando de R$ 25 a R$ 100. Na plateia, fãs de todas as idades acompanharam a entrada da artista. Alguns mais entusiasmados gritavam frases desconcertantes “gostosa!”, disse uma; “Bethânia, eu te amo”, declarou outra fã. A cantora só agradeceu: “Obrigada”. E logo as demais vozes se calaram para ouvir cinco décadas em canções. 
 
Para abrir o show, a poesia do irmão Caetano Veloso, na canção “Eterno em Mim”.  E com os versos “Não há nada no mundo que possa fazer/ Eu deixar de cantar ou deixar de gostar de você”, Bethânia começou a contar sua história. Em seguida interpretou “Dona do Dom”, de Chico César, “Presa do dom que Deus me pôs / Sei que é ele a mim que me liberta”. O cenário, que nada mais era que a luz, ajudava a compor cada canção. Os músicos eram dispostos ao redor de um quadrado com projeções, que se encaixavam com o que era cantado.  Ela no centro, vez por outra flutuando entre efeitos de estrelas, sol, ondas, terra, água, rosas e o cenário bucólico do campo. Entre canções algumas palavras, textos da própria Bethânia, Clarice Lispector, Waly Salomão e Fernando Pessoa.
 

Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias
 
No primeiro ato ela cantou muito o amor, o desamor e o desejo, através de músicas como “A Tua Presença Morena” e “Nossos Momentos”, de Caetano; “Começaria Tudo Outra Vez”, de Gonzaguinha; “Gostoso Demais”, de Dominguinhos e Nando Cordel; “Dindi”, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira; e “Rosa dos Ventos”, de Chico Buarque. Em seguida houve uma pausa, Bethânia deixou o palco, enquanto os músicos seguiram sozinhos com o instrumental de “Até o Fim” (Chico Buarque); “Os Quereres” (Caetano Veloso); “Qui Nem Jiló” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira); e “Pisa na Fulô” (João Vale, Silveira Júnior e Ernesto Pires).
 
Bethânia retornou no segundo ato com outra canção de Caetano, “Tudo de Novo”, celebrando as origens. Em seguida, no momento de agradecer, a artista cantou as orixás mulheres, Oxum, Iemanjá e Iansã, através dos versos de canções como “Doce”, “Vento de Lá” e "Imbelezô Eu", (Roque Ferreira); “Oração de Mãe Menininha” (Dorival Caymmi); “Eu e Água” (Caetano Veloso); e“Agradecer e Abraçar” (Gerônimo e Vevé Calasans). Para celebrar o sincretismo religioso, teve também “Folia de Reis” (Roque Ferreira) e “Mãe Maria” (Custódio Mesquita e David Nasser). Logo depois, a terra, o campo e o sertão em músicas como “Eu, a Viola e Deus” (Ronaldo Bodrin); Criação (Chico Lobo) e “Casa de Caboclo” (Roque Ferreira e Paulo Dafilin). 
 

Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias
 
Para fechar o ato, “Non, Je Ne Regrette Rien”, de Charles Dumont e Michael Vaucaure, cantada em francês e em seguida declamada em versos, na língua portuguesa. “Não, nada de nada / Não, não me arrependo de nada / Nem o bem que me fizeram / Nem o mal, tudo isso tanto me faz”, disse Bethânia, antes de encerrar com “Silencio”, de Flávia Wenceslau. Logo após ela sai do palco, o público corre desesperado ao seu encontro, e Bethânia retorna para o bis, que contou com uma homenagem à sua cidade natal, Santo Amaro, com “Quixabeira”,"Minha Senhora" e “Reconvexo”. Para encerrar, a cantora celebrou a “vida que é bonita, e é bonita”, nos versos que ficaram eternizados na voz de Gonzaguinha em “O que é, o Que é?”, música composta por Jorge Portugal, outro santoamarense.