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Marca Bahia Notícias

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Italiano criador da Orquesta Sinfônica na Bahia é homenageado na Reitoria da Ufba

Por Jamile Amine

Italiano criador da Orquesta Sinfônica na Bahia é homenageado na Reitoria da Ufba
Fotos: Arquivo Pessoal
Um ano após o seu falecimento, o violoncelista, maestro e professor italiano Piero Bastianelli, idealizador da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) e ex-docente da Universidade Federal da Bahia (Ufba), será homenageado em uma cerimônia realizada na próxima quinta-feira (18), na Reitoria da instituição. O evento exibirá ao público algumas das contribuições de Bastianelli à música baiana, através da exposição de fotos, livros e vídeos, além da apresentação de um concerto da Orquestra Sinfônica da Ufba, que leva a assinatura do maestro, e um outro da Orquestra Pedagógica Experimental do Neojibá, da qual faz parte Rafael Bastianelli (11), neto do violoncelista. 
 

Rafael Bastianelli  segue os passos do avô e aos 11 anos toca violoncelo em orquestra
 
A exposição contará com vasto material reunido no arquivo pessoal do próprio maestro, como gravações de ensaios, partituras publicadas em dois livros de Bastianelli, cartazes, composições originais de compositores contemporâneos, programas, prêmios, tudo isso reunido em um arquivo que se mistura à própria história da Escola de Música da Ufba. “Algumas coisas ele pegou para fazer o livro, que acabaram ficando com ele. Têm alguns materiais que foram sendo dadas a ele, para fazer marcações, como partituras dos compositores. Também têm gravações que eram dele, que ele fez para depois fazer um arranjo”, explica Luciana Bastianelli, filha do maestro. O evento contará ainda com o lançamento de um CD que reúne arranjos para violoncelo feitos por Bastianelli, de músicas de compositores populares, clássicos e contemporâneos, como Bach, Schumman, Puccini, Ennio Morricone, John Williams, Liget, Satie, Scot Joplin, Piazzolla, Ernest Widmer e Lindenbergue Cardoso. Após a exposição, segundo Luciana, a família pretende doar todo o material para o acervo da Escola de Música da Ufba.
 
Bastianelli realizou concertos com nomes como Luciano Pavarotti, Gal Costa e Maria Bethânia

Piero Bastianelli, nascido na Itália em 1935, veio para o Brasil na década de 60, a convite da Universidade baiana, para compor o quadro docente dos Seminários Livres de Música, depois transformado na Escola de Música da Ufba, onde chegou a ocupar os cargos de Chefe de Departamento, Vice-Diretor (1990-1992), Diretor (1980-1984), Coordenador do Colegiado de Curso de Instrumento (1998-2002), além de Pró-Reitor de Extensão (1984-1988). Radicou-se em Salvador e consolidou sua carreira na instituição, onde dedicou 44 anos ao ensino, pesquisa e extensão, mesmo tendo recebido diversos convites para trabalhar em instituições dos Estados Unidos, Alemanha e até para voltar ao seu país de origem. “Minha mãe queria que ele fosse, mas ele sempre dizia não. Não queria sair daqui e dizia que aqui ainda tinha muita coisa para fazer e lá já estava tudo feito”, conta Luciana.  Além de mais de quatro décadas dedicadas à docência na Escola de Música da Ufba, Bastianelli foi responsável pela criação da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba). “Ele que fez todo o projeto da orquestra. Ele levou ao Ministério da Educação na época. Ele idealizou e fez todo o projeto, que dizia quantos músicos precisavam, quanta verba era necessária. A aprovação veio em decorrência disso”, conta a filha do maestro, que atuou como regente convidado da Osba, tendo realizado concertos com artistas de renome internacional, tais como Paul Badura-Skoda, Luciano Pavarotti, Claudio Cruz, Maria João Pires e Ricardo Castro.