Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Curtas baianos 'Carranca' e 'Jessy' marcam presença em festivais nacionais de prestígio

Por Jamile Amine

Curtas baianos 'Carranca' e 'Jessy' marcam presença em festivais nacionais de prestígio
Os diretores das produções já ganharam prêmios com seus curtas. Foto: Divulgação
A produção baiana de curta-metragens estará presente em dois dos principais festivais de cinema do País deste ano. Os filmes, “Jessy”, de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge, e “Carranca”, de Wallace Nogueira e Marcelo Matos de Oliveira, foram selecionados para as mostras competitivas de Paulínia (SP), em julho, e Gramado (RS), em agosto, respectivamente.
 
Para Rodrigo Luna, que se diz ainda novato em festivais – antes de "Jessy" havia concorrido com “Arremate” em Gramado–, ainda é difícil avaliar as conseqüências da inclusão de seus filmes em festivais. “Para falar a verdade não sei ainda o que isso representa, a gente vai começar a entender melhor daqui pra frente, porque "Jessy" vem tendo uma repercussão enorme. Mas acredito que nosso nome pode ficar mais forte para aprovar outros projeto. Além disso, acho importante porque o curta-metragem não tem circuito de exibição, eles não alcançam os cinemas, então o único lugar que pode ser visto é em festivais, e nosso objetivo é que o filme seja visto”, explica o cineasta, que vê um aumento da projeção no cinema baiano nos últimos anos, apesar de reconhecer a predominância dos colegas pernambucanos em relações aos cineastas dos outros estados do Nordeste.
 

Da esquerda para direita: Rodrigo Luna, Paula Lice e Ronei Jorge, diretores de "Jessy"
 
“A Bahia tem se feito presente nos grandes festivais de uns tempos pra cá. É difícil comparar com Pernambuco, porque eles têm políticas públicas para isso há muito mais tempo. O que a gente está começando a ter, eles já têm há 10 anos. Mas a Bahia e as políticas públicas têm avançado. Mas, com problemas de execução, fica sendo sempre uma aventura fazer filme por edital, o que, infelizmente, é uma das únicas formas”, diz Luna, ao também destacar a recente produção nordestina, quebrando a supremacia que antes existia das produções feitas no sudeste em mostra internacionais. “Hoje a gente consegue criar um cinema nordestino que é visto e difundido em outros lugares, como o Festival de Lisboa, por exemplo, que contou com alguns filmes brasileiros, em sua maioria, da nossa região”, conclui.
 
Cena do curta "Jessy", com a participação de Paula Lice
 
Apesar de também citar, assim como Luna, dificuldades no financiamento das obras, o cineasta baiano Wallace Nogueira, um dos diretores de “Carranca”, também se mostra otimista com o atual cenário. “A gente está melhorando, porque eu acho que tem tido uma nova roupagem. Nomes como Claudio Marques, Rodrigo Luna, Daniel Lisboa e João Gabriel têm se destacado. Temos sido bem representados nos festivais e dado uma resposta bem interessante. Nós temos aumentado a referência cinematográfica, que não é só baiana, deixamos de ser provincianos para abrir os horizontes para o que o cinema pode expressar. Temos ocupado um pouco mais o cenário, mesmo com a fragilidade de investimentos, que tem crescido na Bahia, mas que nunca será satisfatório”, diz Wallace.
 

 Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira, diretores de "Carranca"
 
O diretor de "Carranca" chega a comparar a produção baiana com a europeia, ao afirmar que, enquanto na Europa a política nacional cinematográfica de indústria freou, no Brasil o investimento está um pouco aquém, mas avança. “Nós estamos melhores às vezes que a Europa, que está reduzindo o investimento no cinema. Estamos no meio de uma história, o Brasil tem se destacado e está investindo nisso agora”, compara o Wallace.
 
Com relação aos festivais, em especial o de Gramado, Nogueira diz estar muito feliz “porque é um evento com muita projeção midiática. Só por ter sido selecionado já é um reconhecimento maravilhoso para nós, enquanto produção independente na Bahia. Foi grande surpresa, já tínhamos participado em outra edição e ganhado com 'Menino do Cinco', mas com o novo filme a gente não esperava. É uma alegria participar do festival, um dos mais antigos do Brasil que ao mesmo tempo tem pensamento cinematográfico bem interessante”, avalia.
 
 
O Rio São Francisco e os medos de uma criança são os temas de "Carranca" 
 
Conheça os filmes selecionados:
 
“Jessy” documenta a construção de Jéssica Cristopherry!, nome de todas as personagens de infância da atriz e diretora do filme Paula Lice, e presta uma carinhosa homenagem a cena transformista soteropolitana. No filme, Paula conta com o apoio das 'madrinhas' Carolina Vargas, Gina d'Mascar, Mitta Lux, Rainha Loulou e Valérie O'hara para resgatar Jéssica e realizar o desejo de ser transformista. O filme passou por vários festivais e recebeu inúmeros prêmios, a exemplo do Prêmio do Público de Melhor Curta-metragem no Festival do Rio 2013, Menção Honrosa no Iowa City International Documentary Film Festival, Premio especial do Juri no Documenta Madrid e no 18º Festival Internacional de Documentales de Santiago, no Chile (Fidocs).
 

 
Já “Carranca” é um filme que fala da cultura nordestina e do rio São Francisco. Aborda o medo de uma criança em torno do rio e seus mistérios, em uma tentativa de conseguir entrar na atmosfera da infância, através da sua fantasia. A estréia do filme foi no III Festival internacional de Curitiba em junho, até agora ele entrou mais dois festival, Triunfo (PE) e Gramado (RS).