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Marca Bahia Notícias

Notícia

Aos 50 anos, Paquito faz 'barulho' para pedir silêncio em temporada de shows na Casa Preta

Por Lucas Cunha / Marília Moreira


 
O primeiro disco solo de Paquito, intitulado de "Falso Baiano", criticava certa homogeneidade do conceito de baianidade, propagada especialmente pela 'barulhenta' axé-music. Na sua volta aos palcos - após uma ausência de três anos em shows com repertório autoral (nesse tempo,  comandou o grupo cover de Roberto Carlos, os Sete Cabeludos) - o cantor e compositor baiano lança uma série de shows em que também contesta, desde o conceito, algo incorporado à cultura soteropolitana. Intitulado "Paquito Barulhento", o projeto conflita com o estilo do cantor desde o nome – conhecido por suas canções calmas, apesar de ter uma trajetória iniciada no rock, na banda Flores do Mal  –  e, ironicamente, pede silêncio. "Logo o cara que reclama do barulho está se dizendo barulhento", disse em entrevista ao Bahia Notícias. "Paquito Barulhento" também é o nome de uma das novas canções inéditas que serão apresentadas durante todas as sextas-feiras do mês de maio na Casa Preta, localizada no bairro do 2 de Julho. "Eu acho que a gente vive em Salvador uma questão de saúde pública em relação ao barulho. Eu sou super a favor de campanhas a favor do silêncio. A música fala disso, mas de maneira lírica, não militante careta", explicou. 
 
Para Paquito, o show tem muito a ver com o fato de ele ter completado, no último janeiro, 50 anos. Embalado pelo verso de uma das suas novas canções “Agora, meu amor, eu sou um velho compositor’”, ele acredita que o show é um balanço (para trás e para frente) de sua carreira e produção. O repertório de “Paquito Barulhento”, inclusive, deve originar mais um produto e se transformar em um disco, mas ainda sem previsão de lançamento.
 
A escolha da Casa Preta, antigo casarão reformado pelo grupo Vilavox, comandado por Gordo Neto, se deu de forma casual. "Eu topei fazer o show lá porque fui ver Ronei Jorge (Tropical Selvagem) e me senti muito acolhido. Há muito tempo eu queria voltar a apresentar meus shows autorais", contou. Para ele, somente o espaço é uma "notícia a mais". "É um underground chique, fora dos circuitos culturais tradicionais", descreveu.
 
Apesar de assinar a maioria das músicas inéditas do repertório do show, o compositor conta com parcerias de longa data, entre elas, a do próprio Ronei Jorge, Capinan e Gerônimo, o qual classifica como o mais legítimo herdeiro de Caymmi. Paquito não garante uma participação dos colegas durante as noites na Casa Preta, mas pode ser que aconteça. "Ainda não organizamos isso. Estou esperando o primeiro show acontecer para ver no que dá. Se acontecer de algum deles aparecer por lá, vai ser surpresa para mim também", contou. O maior parceiro do músico, no entanto, é o violão, com o qual apresentará sozinho o show. O formato vem do gosto musical do próprio cantor. “Gosto de Dorival Caymmi, João Gilberto, Bob Dylan e todos eles têm essa relação íntima com a voz e o violão como únicos instrumentos”.

Serviço
O QUÊ: “Paquito Barulhento”
QUANDO: Sextas-feiras de maio, às 20h
ONDE: Casa Preta, 2 de Julho
QUANTO: R$12 (inteira), R$6 (meia) e R$5 (Morador do 2 de Julho)