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Na era do espírito

Por André Luís Peixinho

Na era do espírito
Foto: Acervo pessoal

A visão materialista tornou-se dominante na civilização. E, neste contexto, nós somos individualidades similares às moléculas gasosas que se movimentam, sem direção, sem sentido, sem finalidade. E como desenvolvemos uma consciência de finitude do ego nosso existir, conclui-se num final vazio: o nada.

 

Estamos no mundo sem propósito, sobrevivendo. E nele competimos, criamos um sistema de posses, dominamos. Ter é nosso grande estímulo. Filiamo-nos ao movimento do prazer imediatista, do consumismo, das fantasias de gozo através de alucinógenos. E quando não se consegue saciar-se, o tédio domina, a depressão se instala e apela-se para a porta de saída da vida: o suicídio. Na modernidade que ainda impregna nossas vidas com seus dizeres paradigmáticos, negou-se a religião, banalizou-se a arte, desqualificou-se a filosofia, tudo em nome do sucesso e da hegemonia da ciência limitada ao sensorial, à matéria.

 

Com o tema “O Ideal Espírita na Sociedade Contemporânea”, estaremos debatendo, durante a realização do 17º Congresso Espírita do Estado da Bahia, entre os dias 02 e 05 de novembro, no Fiesta Convention Center, em Salvador. Com base nas Leis Morais, definidas no O Livro dos Espíritos, de Alan Kardec, debateremos os problemas existenciais da atualidade, como violência, criminalidade, intolerância, preconceitos, igualdade dos direitos sociais, com a comunidade espír5ita de todo o País.

 

Os espíritos, seres sem corpo, excluídos pela cosmovisão materialista, provocaram, em lares e palácios, fenômenos somáticos e intelectuais, desafiando as estruturas de pensamento vigentes e desvelaram um universo muito mais vasto que o cosmos físico.

 

E, através deles, fixamos sabendo que o mundo dos espíritos é primacial e o ser espiritual é imortal; a vida física é apenas uma manifestação transitória de uma essência que se apresenta na existência em várias oportunidades de aprendizagem pela dinâmica da evolução. Assim estamos hoje como humanos nesta ascese evolucionária que encadeia o átomo ao arcanjo como formas de expressão do ser espírito. E porque fazemos parte de um cosmo evolucionário finalístico, caminhamos do múltiplo para o Uno, Deus, avançando na manifestação do potencial divino nos estágios existenciais que vivemos.

 

O sistema materialista desmorona... Seus axiomas já não explicam a vida, o cosmos e nem atendem os anseios mais íntimos do ser. E sem rumo, orientados pelos instintos, a civilização engendra uma vida de dor, de insensatez, de loucura, de autodestruição. E, angustiada, a multidão de pessoas experimenta viver na incerteza do morrer.

 

Urge oferecer à civilização em crise uma nova orientação. Que ultrapasse a fé cega. Que supere a razão reducionista. Que vença a finitude e o medo da morte. Que valorize a cooperação, o cuidado com o outro e com o planeta em bases espirituais. Que ultrapasse a ânsia de ter pelo gozo de ser. Que acima de tudo reconheça no amor, a força integrativa do cosmos, a energia da evolução, a base para todos os cometimentos humanos.

 

Uma nova ciência centrada no espírito, uma mais vasta filosofia sustentada no evolucionismo espiritual, uma religião mais substancial unificando criação e Criador, uma arte universal, emergem desta cosmovisão, religando as esferas culturais ou do saber. E uma comunidade interexistencial interage, mais consciente de seu papel, no transformismo universal acelerando os processos que nos conduzirão a viver em plenitude.

 

E com o Espiritismo, codificado por Allan Kardec, Cristo ressurge, como pioneiro da evolução, modelo e guia da Humanidade. O Evangelho é revivido, comprovado em bases experimentais, explicado pela razão filosófica, aplicado na vivência religiosa influindo nas expressões da arte.

 

Um código de vida eterna surge, contemporânea, para nortear os indivíduos e povos em direção `plenitude do ser.

 

* André Luís Peixinho é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, filósofo e psicólogo e presidente da Federação Espírita do Estado da Bahia

 

* Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias