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A verdade sobre a integração

Por Fábio Mota

A verdade sobre a integração
Foto: Valter Pontes/ Secom

A integração tem como objetivo permitir ao cidadão utilizar o transporte público (ônibus e metrô) de forma confortável, segura, regular e com baixo custo. Graças à integração, o metrô tem recebido cada vez mais passageiros. Em maio deste ano, dos 95,3 mil passageiros transportados por dia, em média, pelo sistema metroviário, 50,8 mil, ou seja, mais da metade, chegaram a uma estação depois de usar o ônibus.

 

Esses números, por si só, já demostram que, sem a integração com os ônibus, o metrô não é um sistema viável, até porque ele passa por áreas de baixa densidade populacional. Por isso, ele precisa ser alimentado pelo outro modal de transporte público.  Desde junho de 2016, a integração entre ônibus e metrô já está disponível para os usuários de aproximadamente 50% das linhas urbanas da cidade.  Hoje, as pessoas que usam essas linhas já integradas podem pegar até dois ônibus e o metrô e pagar apenas uma passagem de R$3,60.

 

Essa integração, como acordado com o governo, está acontecendo paulatinamente. Mas, mesmo com as negociações sobre a integração avançando,  inclusive com o acompanhamento do Ministério Público da Bahia, o governo do estado propõe agora contratar uma empresa para operar linhas especiais de ônibus que circulem próximos às estações do metrô (a uma distância de 2,5 quilômetros ida e 2,5 quilômetros volta). Dessa forma, para acessar o metrô, o usuário pegaria um desses ônibus até uma das estações e só pagaria pela viagem de metrô.

 

O problema é justamente esse: quem mora longe de uma estação, ou seja, 90% das pessoas, não terá acesso a essas linhas gratuitas e, na prática, precisará pagar duas vezes se quiser utilizar ônibus e metrô. Atualmente, das linhas já integradas, 99% tem mais de 5 quilômetros de extensão e  atendem aos moradores das áreas mais distantes da cidade que precisam se deslocar para o Centro e outros pontos da capital.

 

A Prefeitura defende a integração plena entre os ônibus municipais e o metrô, em todas as linhas do transporte público da cidade. Dessa forma, independentemente do local onde more o cidadão, ele poderá pegar até dois ônibus e o metrô e pagar uma única tarifa.

 

Exemplo: Quem mora na Ribeira e quer ir para Pituaçu utilizando o metrô vai pegar o ônibus urbano na porta de casa, descer em uma estação, usar o metrô e, depois, poderá utilizar outro ônibus até ao destino final desembolsando apenas R$ 3,60. Pela proposta do governo do estado, esse passageiro pagaria, no mínimo, duas passagens: a do ônibus urbano (Integra) e a do metrô.

 

A Prefeitura espera que o governo do estado deixe de politizar essa questão da integração e trate o tema com a seriedade e compromisso que a população merece. Afinal, o passageiro não pode ser penalizada pagar duas vezes para utilizar os modais de transporte público existentes na cidade, como passou a defender o governo. Isso seria um retrocesso e, aliás, uma proposta que seria mais cara do que renegociar a divisão da tarifa e que permitiria a concorrência entre dois sistemas de ônibus, prejudicando até a mobilidade na cidade. A Prefeitura segue aberta ao diálogo e espera resolver a questão o mais rápido possível. 

 

* Fábio Mota é secretário de Mobilidade Urbana de Salvador

 

* Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias