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Pedaço de mim

Por Nadjara Régis

Pedaço de mim
Foto: Acervo pessoal
Sabíamos todos,
Por saber ou por dever,
Crianças apenas se livram.
Promotor sempre soube,
Juízes tanto mais;
Os partidos políticos,
As empresas,
Como imediatos autores, jaz.
Desde que eleição é gente,
Eu e você, óbvio,
Percamos a hipocrisia,
Todos sabíamos 
Da bolsa de valores do voto.
Todos participamos um dia,
Por ação ou omissão,
Uns bastante, 
Outros bem pouco,
Até os pagos pelo Estado
Para fiscalizar a eleição.
Mas era cômodo ficar no ócio,
Cruzar os braços,
Não atrasar a vida privada
Ao atrapalhar este negócio;
Esperar o tempo
Quem sabe d'um ano regido
Por um orixá ofendido
Com este tipo de ocorrido.
Somente uma força estranha
Daria a oportunidade 
De livrar a história da covardia
De tanta gente de cordialidade
Complacente ou preguiça indecente 
E crucificar aqueles imediatamente
Citados pela roda viva.
Eu e você sob o silêncio secular;
Juiz e promotor, os Poderes intactos
sustentados com nosso dinheiro
Se omitiram por inteiro
Tantas décadas a passar. 
Mas "sabe de nada inocente":
Alguém sempre precisa pagar,
Com sua vida, sua liberdade,
É a filosofia cristã, é a filosofia popular.


* Nadjara Régis é bacharela em direito, mestranda em direito público na UFBA

* Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias